Identificação de variáveis biomecânicas para a caracterização do tónus em indivíduos após acidente vascular cerebral: tónus muscular vs. postural

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ribeiro, Edgar de Oliveira
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.22/13663
Resumo: Introdução: Um acidente vascular cerebral (AVC) está associado a disfunções do tónus recorrentemente avaliadas pela resistência muscular ao alongamento passivo (“tónus muscular”). Porém, pelo papel do SNC na organização neuronal do movimento em sinergias musculares para a dualidade controlo posturalmovimento, importa a avaliação destas disfunções através de variáveis representativas do “tónus postural”. Objectivos: Analisar o nível de correlação entre o stiffness, intrínseco e funcional, e a coativação do antagonista do tornozelo. Ainda, pretendeu-se comparar o stiffness intrínseco, a magnitude de co-ativação e o deslocamento do centro de pressão (dCOP) entre os membros ipsilesional (IPSI) e contralesional (CONTRA) e das últimas entre diferentes tarefas funcionais. Métodos: Foram avaliados os membros IPSI e CONTRA de 8 participantes com história de AVC isquémico subcortical. O stiffness intrínseco foi calculado pela relação entre os valores do torque e posição angular durante a dorsiflexão passiva do tornozelo através de um dinamómetro isocinético. O stiffness funcional foi avaliado na posição de pé através da relação entre o momento das forças obtido numa plataforma de forças e o ângulo do tornozelo. A magnitude de co-ativação do antagonista dos pares TA/SOL, TA/GM e Ventral/Dorsal e o dCOP foram avaliados na posição de pé e fase postural da transição para a marcha e sentado através da análise da aEMG e dados provenientes de duas plataformas de forças. Resultados: Foram encontradas correlações estatisticamente significativas entre a magnitude de co-ativação do par TA/SOL do membro IPSI e o stiffness funcional. Na comparação entre membros, observaram-se valores significativamente superiores na magnitude de co-ativação do par TA/SOL do membro IPSI na posição de pé e em todos os pares musculares do membro CONTRA no início da marcha e no dCOP nas direções ântero-posterior e médio-lateral da posição de pé e médio-lateral do início de pé para sentado no membro IPSI. Na comparação entre tarefas funcionais, e considerando dados de uma única plataforma, encontraram-se valores significativamente superiores no dCOP ântero-posterior na posição de pé relativamente à fase postural das transições estudadas e na direção médio-lateral na posição de pé e início a marcha relativamente ao início de pé para sentado. Conclusão: A correlação entre a magnitude de co-ativação e o stiffness funcional, a par da sensibilidade da magnitude de co-ativação e do dCOP para demonstrar os défices bilaterais de CP, enaltece a importância da avaliação destas variáveis de controlo motor na reabilitação neuro-motora pós-AVC.
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