Herdar, Legar e Registar: o arquivo e o Tombo do Cartório da Casa de Vila Nova de Portimão

• Autor(a) principal: Duarte, Fábio Miguel Albino
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/142945
• topic: Arquivo; Gestão documental; Nobreza; Casa de Vila Nova de Portimão; Séc. XVI; Séc. XVII; Archive; Information management; Nobility; House of Vila Nova de Portimão; XVIth century; XVII century; Domínio/Área Científica::Humanidades::História e Arqueologia

A presente dissertação procura analisar um documento intitulado Tombo do Cartorio da Casa de Vila Nova de Portimão, um inventário elaborado, no século XVII, com o propósito de listar resumos de documentos pertencentes ao arquivo dos Condes de Vila Nova de Portimão. Este instrumento de organização de informação auxiliou os Senhores dessa Casa aristocrática a recuperarem e usarem os documentos pertencentes ao seu arquivo familiar em ocasiões como a preparação para uma batalha judicial ou a apresentação de provas, perante a Coroa, com vista a garantir a conservação dos seus direitos e benefícios. Ainda assim, o Tombo do Cartorio serve-nos, agora, para chegarmos a uma imagem do que seria este arquivo, durante a vigência da administração dos Condes D. Manuel e D. Gregório de Castelo Branco, oferecendo um retrato de uma construção dinâmica, feita de movimentos de entrada e saída, de expansão e destruição. Para contextualizar este documento, exploraremos os percursos biográficos dos Senhores da Casa de Vila Nova de Portimão e a forma como estes e os seus congéneres, os membros da aristocracia ibérica, se relacionaram com as várias manifestações da cultura escrita. Será possível perceber o grande envolvimento que estes nobres foram tendo na preservação deste arquivo, e como essa atitude se deveu a uma procura consciente de respeitar e transmitir a memória e o testemunho deixado pelos antepassados. Outras formas de monumentalizar o passado da família conviveram com a manutenção do arquivo, como a criação de um panteão funerário familiar, a invocação dos ascendentes famosos ou a exibição das armas da linhagem.