Administração Trump e União Europeia - O impacto da política externa Norte-Americana durante a administração de Donald Trump na relação com a União Europeia
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/155803 |
Resumo: | A eleição de Donald Trump surge num momento de instabilidade tanto para EUA como para a UE. Se por um lado a política externa norte-americana se via confrontada com o surgimento de novas potências revisionistas e com um certo declínio relativo do seu poder, a UE vivia tempos de instabilidade económica, política e social. Remontando ao período do pós Segunda Guerra mundial e décadas que se seguiram, o desenvolvimento e consolidação do projeto de integração europeu levou à criação de um conjunto de imagens e perceções, essencialmente económicas, que encaravam a Europa tanto como um aliado fundamental como um bloco que poderia representar um desafio para as necessidades dos norte-americanos. Ainda assim, as sete décadas posteriores ao fim da Segunda Guerra Mundial, ficam marcadas por uma convergência entre EUA e UE com os norte-americanos a terem um papel fundamental na criação de uma União Europeia e com ambos os atores a formarem um bloco – o Ocidente – grande representante da Ordem Internacional Liberal. Com o fim da Guerra Fria os EUA surgem como potência unipolar, sendo forçados a redefinir a sua política externa por forma a encontrarem um desígnio que desse o sentido necessário e digno da única superpotência mundial. A política norte-americana do pós-Guerra Fria fica marcada por um conjunto de escolhas que não foram capazes de manter a supremacia dos EUA e, já no séc. XX, por uma conjuntura internacional instável onde a sua primazia se encontra colocada em causa. A campanha eleitoral de Donald Trump fica marcada pelo regresso de uma retórica populista que impunha uma nova visão da posição que os EUA ocupam no sistema internacional, mas também uma nova forma de relacionamento com outros atores. Nesse sentido, Trump vai colocar em causa a relação com os aliados europeus, considerando que os mesmos se têm aproveitado injustamente dos EUA e das instituições multilaterais onde se encontram inseridos. Trump vai pôr em causa o Art.º 5.º da NATO, vai apoiar de forma declarada o Brexit e identificar a UE como um inimigo comercial dos EUA. O presente trabalho pretende ir além da figura controversa que representou Donald Trump, fazendo uma análise da evolução da relação transatlântica durante o seu período de governação. Mais do que colocar em causa o projeto de integração europeu, Trump vai instituir uma nova política externa que confronta a Europa quanto ao grande pilar do seu desenvolvimento, o multilateralismo, que entra em claro confronto com o nacionalismo, predominantemente económico, de Donald Trump. |
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Administração Trump e União Europeia - O impacto da política externa Norte-Americana durante a administração de Donald Trump na relação com a União EuropeiaPolítica Externa Norte-AmericanaUnião EuropeiaRelações TransatlânticasAmerican Foreign PolicyEuropean UnionTransatlantic RelationsDomínio/Área Científica::Ciências Sociais::Ciências PolíticasA eleição de Donald Trump surge num momento de instabilidade tanto para EUA como para a UE. Se por um lado a política externa norte-americana se via confrontada com o surgimento de novas potências revisionistas e com um certo declínio relativo do seu poder, a UE vivia tempos de instabilidade económica, política e social. Remontando ao período do pós Segunda Guerra mundial e décadas que se seguiram, o desenvolvimento e consolidação do projeto de integração europeu levou à criação de um conjunto de imagens e perceções, essencialmente económicas, que encaravam a Europa tanto como um aliado fundamental como um bloco que poderia representar um desafio para as necessidades dos norte-americanos. Ainda assim, as sete décadas posteriores ao fim da Segunda Guerra Mundial, ficam marcadas por uma convergência entre EUA e UE com os norte-americanos a terem um papel fundamental na criação de uma União Europeia e com ambos os atores a formarem um bloco – o Ocidente – grande representante da Ordem Internacional Liberal. Com o fim da Guerra Fria os EUA surgem como potência unipolar, sendo forçados a redefinir a sua política externa por forma a encontrarem um desígnio que desse o sentido necessário e digno da única superpotência mundial. A política norte-americana do pós-Guerra Fria fica marcada por um conjunto de escolhas que não foram capazes de manter a supremacia dos EUA e, já no séc. XX, por uma conjuntura internacional instável onde a sua primazia se encontra colocada em causa. A campanha eleitoral de Donald Trump fica marcada pelo regresso de uma retórica populista que impunha uma nova visão da posição que os EUA ocupam no sistema internacional, mas também uma nova forma de relacionamento com outros atores. Nesse sentido, Trump vai colocar em causa a relação com os aliados europeus, considerando que os mesmos se têm aproveitado injustamente dos EUA e das instituições multilaterais onde se encontram inseridos. Trump vai pôr em causa o Art.º 5.º da NATO, vai apoiar de forma declarada o Brexit e identificar a UE como um inimigo comercial dos EUA. O presente trabalho pretende ir além da figura controversa que representou Donald Trump, fazendo uma análise da evolução da relação transatlântica durante o seu período de governação. Mais do que colocar em causa o projeto de integração europeu, Trump vai instituir uma nova política externa que confronta a Europa quanto ao grande pilar do seu desenvolvimento, o multilateralismo, que entra em claro confronto com o nacionalismo, predominantemente económico, de Donald Trump.The election of Donald Trump comes at a time of instability for both the US and the EU. If, on the one hand, US foreign policy was confronted with the emergence of new revisionist powers and with a certain relative decline in its power, the EU was experiencing times of economic, political and social instability. Dating back to the post-World War II period and the decades that followed, the development and consolidation of the European integration project led to the creation of a set of images and perceptions, essentially economic, that viewed Europe both as a key ally and as a bloc that could pose a challenge to US needs. Even so, the seven decades after the end of the Second World War were marked by a convergence between the US and the EU, with the Americans playing a key role in the creation of a European Union and with both actors forming a bloc - the West - great representative of the Liberal International Order. With the end of the Cold War the US emerged as a unipolar power, being forced to redefine its foreign policy in order to find a design that would give the necessary and worthy meaning to the world's only superpower. The post-Cold War American policy is defined by a set of choices that have not been able to maintain US supremacy and, already in the 20th century, by an unstable international situation where its primacy is put into question. Donald Trump's electoral campaign was marked by the return of a populist rhetoric that imposed a new vision of the USA's position in the international system, but also a new form of relationship with other actors. In this sense, Trump will question the relationship with European allies, considering that they have unfairly taken advantage of the US and the multilateral institutions in which they are inserted. Trump will question NATO's Art. 5, will openly support Brexit, and identify the EU as a commercial enemy of the US. This paper aims to go beyond the controversial figure that Donald Trump has represented by analyzing the evolution of the transatlantic relationship during his period in office. More than calling into question the European integration project, Trump will institute a new foreign policy that confronts Europe regarding the great pillar of its development, multilateralism, which clearly clashes with Donald Trump's predominantly economic nationalism.Marcos, Daniel da Silva CostaRUNPires, Luís Filipe Rodrigues2023-07-25T16:49:43Z2023-02-172022-09-302023-02-17T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/155803TID:203238532porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T05:38:24Zoai:run.unl.pt:10362/155803Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:56:13.690643Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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