Avaliação da influência dos diferentes tipos de turistas no comportamento de chimpanzés resgatados num Santuário

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Galvão, Joana Martinho
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/10348/12166
Resumo: Os seres humanos têm um grande interesse em ver animais selvagens presencialmente, sendo os primatas não humanos uma das que despertam maior curiosidade, dado serem animais cognitivamente muito avançados e suas interações com visitas humanas complexas. Independentemente do motivo da visita, os jardins zoológicos e os santuários modernos têm o potencial e a responsabilidade de educar e consciencializar sobre as necessidades e ameaças que muitas espécies enfrentam atualmente, convertendo as visitas em parte da solução, em vez de parte do problema. Para a grande maioria das espécies ameaçadas, como os chimpanzés, isso inclui explicar que a causa antropológica é a maior ameaça. A questão de “como as visitas humanas podem afetar o comportamento de animais em cativeiro” ganhou uma crescente atenção nas últimas décadas. Embora a maioria tenha relatado efeitos indesejáveis no comportamento e no bem-estar, muitos estudos relataram resultados contraditórios. A maioria desses estudos foi realizada em jardins zoológicos, geralmente com pouco ou nenhum controlo sobre as ações das visitas. Os conflitos podem surgir quando o prazer do público não se enquadra com o bem-estar animal. É em torno desta problemática que se centra a nossa investigação. O fato de jardins zoológicos e santuários credenciados diferirem tanto na frequência, quanto na duração da presença do público, ressalta a necessidade de conduzir esta pesquisa num ambiente de santuário. Neste estudo, 11 chimpanzés (Pan troglodytes), divididos em duas colónias diferentes, alojados num santuário foram avaliados quanto aos seus comportamentos, sem e durante visitas, durante um período de 3 meses. Além disso, foi avaliado o impacto de 3 grupos distintos de visitas (“escolas”, “diversidade funcional” e “famílias”) para ver se certos tipos de grupos produziriam um impacto mais forte no comportamento dos chimpanzés. Também foram avaliadas as diferenças percentuais para cada comportamento, entre as duas diferentes colónias. Foi observado que as visitas ao santuário tiveram um impacto neutro/positivo no comportamento dos chimpanzés, detetando um aumento da locomoção e diminuição da inatividade durante as atividades das visitas, com os chimpanzés a serem mais estimulados pelos grupos de maior dimensão. Também foi registado um generoso aumento do comportamento “humano positivo”, enquanto que o aumento do comportamento “humano negativo” foi diminuto. Cada colónia teve uma manifestação comportamental diferente, o que nos indica que o fator “individualidade” deve ser considerado em estudos futuros. Um santuário animal pode ser aberto ao público, com chimpanzés resgatados como embaixadores para promover o bem-estar e a conservação animal, sem necessariamente afetar negativamente os animais, se certas condições, como estratégias de visitas devidamente restritas, recintos cuidadosamente projetados e estratégias de gestão de cuidados apropriados, forem atendidas.
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Embora a maioria tenha relatado efeitos indesejáveis no comportamento e no bem-estar, muitos estudos relataram resultados contraditórios. A maioria desses estudos foi realizada em jardins zoológicos, geralmente com pouco ou nenhum controlo sobre as ações das visitas. Os conflitos podem surgir quando o prazer do público não se enquadra com o bem-estar animal. É em torno desta problemática que se centra a nossa investigação. O fato de jardins zoológicos e santuários credenciados diferirem tanto na frequência, quanto na duração da presença do público, ressalta a necessidade de conduzir esta pesquisa num ambiente de santuário. Neste estudo, 11 chimpanzés (Pan troglodytes), divididos em duas colónias diferentes, alojados num santuário foram avaliados quanto aos seus comportamentos, sem e durante visitas, durante um período de 3 meses. Além disso, foi avaliado o impacto de 3 grupos distintos de visitas (“escolas”, “diversidade funcional” e “famílias”) para ver se certos tipos de grupos produziriam um impacto mais forte no comportamento dos chimpanzés. Também foram avaliadas as diferenças percentuais para cada comportamento, entre as duas diferentes colónias. Foi observado que as visitas ao santuário tiveram um impacto neutro/positivo no comportamento dos chimpanzés, detetando um aumento da locomoção e diminuição da inatividade durante as atividades das visitas, com os chimpanzés a serem mais estimulados pelos grupos de maior dimensão. Também foi registado um generoso aumento do comportamento “humano positivo”, enquanto que o aumento do comportamento “humano negativo” foi diminuto. Cada colónia teve uma manifestação comportamental diferente, o que nos indica que o fator “individualidade” deve ser considerado em estudos futuros. Um santuário animal pode ser aberto ao público, com chimpanzés resgatados como embaixadores para promover o bem-estar e a conservação animal, sem necessariamente afetar negativamente os animais, se certas condições, como estratégias de visitas devidamente restritas, recintos cuidadosamente projetados e estratégias de gestão de cuidados apropriados, forem atendidas.Human beings have a great deal of interest in seeing wild animals in real life. Nonhuman primates are the ones which arouse highest curiosity since they are cognitively highly developed and while being visited their interactions with humans are complex. Regardless of the reason for the visit, zoos and modern sanctuaries have the potential and the responsibility of improving awareness of the needs and threats, which currently many species face, making these visits a part of the solution instead of part of the problem. For most endangered species like chimpanzees, that implies explaining that the anthropological cause is the biggest threat. The issue of “how human visits can affect the behaviour of animal in captivity” has won a growing attention in last few decades. Even though most report undesired impact on their behaviour and well-being, other studies have reported conflicting results. Most of these studies were carried out in zoos, usually with little or no supervision over the actions of the visits. The conflicts might appear when the pleasure of the visitors contradicts the animal’s well-being. Our research centres in this issue. The fact that zoos and credited sanctuaries are different in terms of both the frequency and duration of human visits, makes it relevant the need to conduct this research in a sanctuary environment. In this study, 11 chimpanzees (Pan troglodytes), divided into two different colonies, located in a sanctuary, had their behaviours during and without visits observed for the period of three months. Besides that, the impact of three different groups of visitors (“schools”, “functional diversity” and “families”) were analysed in order to assess if a specific group of visitors had a stronger impact on the chimpanzees’ behaviour.[BC1] The percentual differences for each behaviour between the two different colonies were equally assessed. It was observed that the visitations to the sanctuary had a neutral/positive influence in the behaviour of chimpanzees, increasing their movements and decreasing their inactivity during the visiting actions. This increased activity was more significant during the visits of larger groups. It was also registered the generous increase in “positive human” behaviour, whereas the increase of “negative human” behaviour was irrelevant. Each colony has a different behavioural way, which indicates that the “individual” factor should be considered in future studies. It can be concluded that animal sanctuaries with rescued chimpanzees as embassadors of animal well-being and preservation can be opened to the public without necessarily affecting the animal negatively, if certain conditions, such as properly restricted visiting strategies, carefully designed enclosures, and appropriate care management strategies, are met.2024-02-22T16:38:45Z2023-07-20T00:00:00Z2023-07-202023-09-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfapplication/pdfhttps://hdl.handle.net/10348/12166porGalvão, Joana Martinhoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-25T02:01:19Zoai:repositorio.utad.pt:10348/12166Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:11:29.322487Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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