Risco psicossocial e psicopatologia em adolescentes com percurso delinquente

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lemos, Ida Manuela de Freitas Andrade Timóteo
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.12/6136
Resumo: Muitos dos estudos realizados no âmbito da delinquência juvenil tendem a dar suporte a uma conceptualização socio-ecológica da delinquência juvenil, a qual sugere que esta é multideterminada pela inter-relação recíproca e dinâmica das características do indivíduo e dos sistemas sociais chave (Agnew, 2003). Neste artigo, apresentamos os resultados de um estudo conduzido com o objectivo de identificar retrospectivamente, num grupo de adolescentes delinquentes, um conjunto de factores de risco psicossocial, tipologia do comportamento delinquente e história de risco ou adversidade psicossocial na infância. A investigação centrou-se ainda na compreensão da relação entre estes factores e indicadores de sintomatologia psicopatológica. O estudo integrou um total de 63 adolescentes abrangidos pela Lei Tutelar Educativa e os dados foram recolhidos na região sul do país. Como instrumentos de recolha de dados, foram utilizados o Índice Geral de Sintomas (IGS) do Brief Symptom Inventory e um questionário de caracterização construído com base na revisão da literatura sobre os indicadores de risco psicossocial para comportamento anti-social na adolescência, destacando-se a tipologia de risco psicossocial estabelecida por Born, Chevalier e Humblet (1997) e a taxonomia desenvolvimental do comportamento anti-social de Moffit (1993). Os resultados obtidos sugerem que os adolescentes cujos pais apresentam uma relação conflituosa tendem a apresentar um índice de sintomas psicopatológicos significativamente superior ao dos adolescentes cujos pais não revelam conflitos aparentes. No entanto, o relato de psicopatologia não parece ser significativamente superior nos jovens com indicadores de acontecimentos negativos na infância (separações de pais, ausência de figura paterna, institucionalizações, maus-tratos na infância, conflitos entre os pais). No presente artigo são discutidos os resultados obtidos, consideradas algumas limitações do estudo e efectuadas propostas de investigações futuras.
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A investigação centrou-se ainda na compreensão da relação entre estes factores e indicadores de sintomatologia psicopatológica. O estudo integrou um total de 63 adolescentes abrangidos pela Lei Tutelar Educativa e os dados foram recolhidos na região sul do país. Como instrumentos de recolha de dados, foram utilizados o Índice Geral de Sintomas (IGS) do Brief Symptom Inventory e um questionário de caracterização construído com base na revisão da literatura sobre os indicadores de risco psicossocial para comportamento anti-social na adolescência, destacando-se a tipologia de risco psicossocial estabelecida por Born, Chevalier e Humblet (1997) e a taxonomia desenvolvimental do comportamento anti-social de Moffit (1993). Os resultados obtidos sugerem que os adolescentes cujos pais apresentam uma relação conflituosa tendem a apresentar um índice de sintomas psicopatológicos significativamente superior ao dos adolescentes cujos pais não revelam conflitos aparentes. No entanto, o relato de psicopatologia não parece ser significativamente superior nos jovens com indicadores de acontecimentos negativos na infância (separações de pais, ausência de figura paterna, institucionalizações, maus-tratos na infância, conflitos entre os pais). No presente artigo são discutidos os resultados obtidos, consideradas algumas limitações do estudo e efectuadas propostas de investigações futuras.Several investigations on juvenile delinquency sustain a socio-ecological conceptualization of juvenile delinquency, which suggests that this trend is determined by a reciprocal and dynamic inter-relation of the individuals’ characteristics and their key social systems (Agnew, 2003). In this paper, we present the results of a study aimed at identifying retrospectively, in a group of juvenile delinquents, a set of psychosocial risk factors, patterns of anti-social behavior and previous events of risk or psychosocial adversity during infancy. The research has also focused on understanding the relationship between these factors and self-reported psychopathological symptoms. The study comprised a sample of 63 adolescents in the Portuguese Justice System for minors in judicial custody, and data were collected in the south of the country. To collect the required information we used the General Symptom Index (GSI) of the Brief Symptom Inventory, as well as a questionnaire designed for this study, based on literature review on psychosocial risk factors for antisocial behavior in adolescence, particularly, the typology of psychosocial risk established by Born, Chevalier, and Humblet (1997) and Moffit’s developmental taxonomy on adolescents’ anti-social behaviour (1993). The results suggest that adolescents whose parents have a clearly conflictual relationship tend to have an index of psychopathological symptoms significantly higher than those whose parents did not present apparent conflicts. However, the report of psychopathology is not significantly higher in people with indicators of negative events in childhood (separation from a parent, absence of a father figure, institutionalization, child abuse, conflict between parents). Results are discussed, limitations of the study are considered and proposals for future research are made.Instituto Superior de Psicologia AplicadaRepositório do ISPALemos, Ida Manuela de Freitas Andrade Timóteo2018-01-27T13:00:01Z2010-01-01T00:00:00Z2010-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.12/6136porAnálise Psicológica, 28(1), 117-132. 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