Parto sem assistência na área do Hospital de São Bernardo (Setúbal)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Virella, Daniel
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Emílio, Alexandra, Rodrigues, Ana, Hugo Neves, Victor, Vicente, Marisa, Rendeiro, Maria da Conceição
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25754/pjp.2007.4631
Resumo: Contexto: O sucesso da universalização dos cuidados perinatais é difícil na Subregião de Saúde de Setúbal. Os partos sem assistência (PSA) são um marcador de insucesso. Objectivo: Compreender o fenómeno dos partos sem assistência e sugerir estratégias de actuação. Metodologia: Estudo populacional observacional, de base hospitalar, referente ao período entre 1997 e 2002. Utilizaram-se os critérios de “parto sem assistência” definidos pela Direcção Geral da Saúde (DGS). Determinaram-se a prevalência do PSA na área do Hospital de São Bernardo (HSB), a morbilidade e mortalidade neonatal precoces e os factores clínicos e sociais associados. Resultados: Dos 14.978 recém-nascidos registados nos seis concelhos da área do HSB identificaram-se 120 PSA (0,8%). Os Concelhos de Grândola (1,9%), Santiago do Cacém (2,7%) e Sines (3,3%) ultrapassam largamente a taxa global. A necessidade de cuidados especiais neonatais nos casos de PSA foi superior à geral do HSB, particularmente entre os provenientes dos Concelhos de Setúbal e Sines. Nos Concelhos de Setúbal e Palmela, os mais urbanos da região, identificámos casos com perfil de risco eminentemente social: gestações não vigiadas, toxicodependência e ausência de tentativa de chegar ao HSB para o parto. Os casos dos Concelhos de Grândola e Santiago do Cacém, os mais rurais, apresentaram um perfil de risco fundamentalmente geográfico: gestações sem risco, com intenção de parto hospitalar. Os casos do Concelho de Sines apresentaram um perfil misto. Conclusões: O PSA é um problema real na área estudada, devido às características geográficas e populacionais. Os concelhos meridionais apresentam o maior risco. É necessária uma intervenção socio-económica e educacional nos Concelhos de Setúbal, Palmela e Sines, mas o risco geográfico manter-se-á enquanto existir a mesma organização dos cuidados de saúde perinatais na Subregião. Aresolução do problema é complexa, passando pela necessidade de prevenção multidisciplinar nas áreas urbanas e suburbanas e a procura de soluções para as populações residentes em zonas distantes.
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