Acesso aos cuidados de saúde: que barreiras para uma pessoa portadora de surdez?.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Baía, Joana
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Marques, Ermelinda, Figueiredo, Henriqueta
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://revistas.rcaap.pt/servir/article/view/31594
Resumo: Introdução: A pessoa portadora de surdez depara-se com várias barreiras no acesso aos cuidados de saúde. A dificuldade comunicacional assume-se como principal barreira, uma vez que há falta de intérpretes nos serviços de saúde e as equipas muitas vezes não têm conhecimentos de Língua Gestual Portuguesa. As estratégias utilizadas pelos profissionais são essenciais para a minimização ou eliminação destas barreiras. Objetivos: Identificar as barreiras no acesso aos cuidados de saúde na perspetiva da pessoa portadora de surdez. Material e Métodos: O estudo é de natureza exploratória, descritiva, transversal e quantitativa. A colheita de dados foi efetuada no período de 20 de novembro 2020 a 10 de maio de 2021, com recurso a um formulário ad hoc, aplicado através de entrevista semi-estruturada e com o apoio de um intérprete de Língua Gestual Portuguesa. A amostra é constituída por 15 famílias com membro portador de surdez, de um concelho da região centro de Portugal. Resultados: As principais barreiras percecionadas pela pessoa portadora de surdez no acesso aos cuidados de saúde foram com a mesma percentagem (40%) a ausência de intérprete profissional nas instituições de saúde e a dificuldade dos profissionais em encontrar novas formas de comunicação. Relativamente às barreiras comunicacionais, salienta-se a inexistência de um sistema de informação na chamada para as consultas através de Língua Gestual Portuguesa (37,04%). Todos os participantes do estudo reportaram o uso de máscara como dificuldade na comunicação com os profissionais de saúde. Conclusões: O setor da saúde continua a ser aquele onde a comunidade surda enfrenta muitas dificuldades. Espera-se assim, que estes resultados sejam um importante contributo para os profissionais de saúde em geral e, em particular, para os enfermeiros, de modo a delinearem estratégias que visem ultrapassar as barreiras no acesso aos cuidados de saúde e promotoras de uma comunicação eficaz com a pessoa surda.
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