Estratégias diagramáticas na criação gráfica: disseminação e convergência
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/1822/88914 |
Resumo: | Este artigo apresenta uma releitura do modelo de criação na prática das artes visuais, arquitetura e design. Esse modelo concretiza-se no processo gráfico que corresponde ao projeto ou preparação de uma obra e que consiste numa grande variedade de desenhos, fotografias, anotações e objetos. Desse modo, esta revisão propõe que o processo gráfico assenta numa espacialidade Diagramática, onde se valoriza a natureza relacional dos diferentes elementos do processo, como motivadores e estruturantes da obra a criar. Dessa natureza diagramática ou relacional deduz-se uma dinâmica de ações e decisões marcada por uma complementaridade entre movimentos Disseminadores ou Convergentes. Esse processo pode assim, ser expansivo e sem contornos definidos, e complementarmente, sintético e assertivo, tendendo a uma solução ou forma final. A sua espacialidade diagramática e a sua dinâmica disseminadora ou convergente resultam finalmente numa materialidade construtiva e fragmentária, onde se compõem conjuntos híbridos e efémeros de materiais: desenhos, recortes, fotografias encontradas, colagens, mapas, textos, amostras de materiais, objetos. Nesse contexto, o processo gráfico possui uma dinâmica absorvente onde se depositam as inúmeras referências pessoais e coletivas. Esses materiais compõem um corpo de elementos que se vai transformando continuamente de projeto em projeto, como a repetição de um ciclo, onde cada iteração transforma e adapta ideias anteriores. Nesse sentido, a criação não resulta de uma originalidade fundamental, de uma ideia a partir do nada ou da pura inspiração, mas antes, da interação e participação do autor dentro de um fluxo constante de referências e elementos. This paper presents a review on the model of creation in the practice of visual arts, architecture and design. This model is translated in the graphic process related to a preparation of a final work and, consisting on a wide variety of drawings, photographs, annotations and objects. Thus, this review proposes that the graphic process is based on a diagrammatic spatiality, where the relational nature of the different elements of the process is valued as the basic motivation and structure of the main concept of the work. From this diagrammatic or relational nature, results a dual dynamic of actions and decisions with complementarity relations between dissemination and convergence. This process can be expansive and without defined borders, but also, synthetic and assertive, tending to a solution or final form. Its diagrammatic spatiality and its disseminating or convergent dynamics finally result in a constructive and fragmentary materiality, composed by hybrid and ephemeral sets of materials: drawings, clippings, photographs, maps, collages, texts, samples and objects. The graphic process works as an absorbent surface where the numerous personal and collective references are laid upon. These materials make up a body of elements that continuously changes from project to project, such as the repetition of a cycle, where each iteration transforms and adapts previous ideas. In this sense, creation does not result from plain originality, an idea from nothing or pure inspiration, but rather from the author’s interaction and participation within a constant stream of references and elements. |
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Esse processo pode assim, ser expansivo e sem contornos definidos, e complementarmente, sintético e assertivo, tendendo a uma solução ou forma final. A sua espacialidade diagramática e a sua dinâmica disseminadora ou convergente resultam finalmente numa materialidade construtiva e fragmentária, onde se compõem conjuntos híbridos e efémeros de materiais: desenhos, recortes, fotografias encontradas, colagens, mapas, textos, amostras de materiais, objetos. Nesse contexto, o processo gráfico possui uma dinâmica absorvente onde se depositam as inúmeras referências pessoais e coletivas. Esses materiais compõem um corpo de elementos que se vai transformando continuamente de projeto em projeto, como a repetição de um ciclo, onde cada iteração transforma e adapta ideias anteriores. Nesse sentido, a criação não resulta de uma originalidade fundamental, de uma ideia a partir do nada ou da pura inspiração, mas antes, da interação e participação do autor dentro de um fluxo constante de referências e elementos. This paper presents a review on the model of creation in the practice of visual arts, architecture and design. This model is translated in the graphic process related to a preparation of a final work and, consisting on a wide variety of drawings, photographs, annotations and objects. Thus, this review proposes that the graphic process is based on a diagrammatic spatiality, where the relational nature of the different elements of the process is valued as the basic motivation and structure of the main concept of the work. From this diagrammatic or relational nature, results a dual dynamic of actions and decisions with complementarity relations between dissemination and convergence. This process can be expansive and without defined borders, but also, synthetic and assertive, tending to a solution or final form. Its diagrammatic spatiality and its disseminating or convergent dynamics finally result in a constructive and fragmentary materiality, composed by hybrid and ephemeral sets of materials: drawings, clippings, photographs, maps, collages, texts, samples and objects. The graphic process works as an absorbent surface where the numerous personal and collective references are laid upon. These materials make up a body of elements that continuously changes from project to project, such as the repetition of a cycle, where each iteration transforms and adapts previous ideas. In this sense, creation does not result from plain originality, an idea from nothing or pure inspiration, but rather from the author’s interaction and participation within a constant stream of references and elements.Esta iniciativa foi apoiada através do Financiamento Plurianual do Laboratório de Paisagens, Património e Território (Lab2PT), Ref.ª UID/04509/2020, financiado por fundos nacionais (PIDDAC) através da FCT/MCTES. ACKNOWLEDGMENTS This initiative was supported through the Multiannual Funding of the Landscape, Heritage and Territory Laboratory (Lab2PT), Ref. UID/04509/2020, financed by national funds (PIDDAC) through the FCT/MCTES.Universidade do Algarve (UAlg)Universidade do MinhoAlmeida, Paulo Oliveira FreireCláudia Amandi2021-09-282021-09-28T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttps://hdl.handle.net/1822/88914porAlmeida, P., & Amandi, C. (2021). Estratégias diagramáticas na criação gráfica: disseminação e convergência: Diagrammatic strategies in graphic creation: dissemination and convergence. Rotura – Revista De Comunicação, Cultura E Artes, (2), 25-32. https://doi.org/10.34623/aqyb-98522184-866110.34623/aqyb-9852https://publicacoes.ciac.pt/index.php/rotura/article/view/60info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-24T01:25:47Zoai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/88914Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:11:08.647460Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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