Perspetivas de utentes e profissionais de saúde para a adaptação do Programa SPLIT para um modelo de telereabilitação: um estudo qualitativo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Clemente, Paulo
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.26/38589
Resumo: Introdução: A lombalgia (LG), em Portugal, é a condição músculo-esquelética mais prevalente na idade adulta. Embora com bom prognóstico, parte dos utentes pode desenvolver dor persistente e incapacitante a qual está associada a elevados custos diretos e indiretos. No programa SPLIT, implementado nos ACES Arrábida e Arco Ribeirinho, o tratamento de utentes com LG segue uma intervenção estratificada com base no risco de desenvolver dor persistente e incapacitante, tal como recomendado pelas linhas orientadoras mais recentes. Por forma a assegurar a continuidade dos cuidados de saúde durante o confinamento de 2020, os profissionais recorreram à intervenção por meios remotos, telereabilitação (TR). O interesse pelo desenvolvimento de modelos de TR é anterior à pandemia Covid-19, no entanto, estes nem sempre são baseados nas linhas orientadoras mais atuais, nem o seu desenvolvimento é antecedido pela auscultação dos seus potenciais utilizadores (profissionais e/ou utentes), pelo que contemplam conteúdos, formatos e modos de utilização desajustados às necessidades do utilizador, condicionando a aceitação e utilização dos programas por parte destes. Objetivo do estudo: Com o presente estudo pretendemos explorar as perspetivas das diferentes partes interessadas acerca da adaptação do Programa SPLIT a um formato de serviço de TR, identificando as necessidades e objetivos e especificando os valores que devem orientar esse serviço. Metodologia: Para este estudo recorreu-se a uma metodologia de investigação qualitativa com a realização de dois grupos focais que envolveram profissionais e utentes em simultâneo. Tanto os profissionais como os utentes recrutados tinham experiência na participação do Programa SPLIT a prestar e a receber cuidados, respetivamente. Os grupos focais seguiram um guião de entrevista semiestruturada, foram gravados e transcritos textualmente na integra. Para a análise dos dados foi realizada uma análise temática. Resultados: Por forma a respeitar um conjunto de valores considerados essenciais pelos participantes na intervenção por meios remotos (segurança e privacidade), esta deverá ter uma componente presencial inicial, sendo que a opção por este formato deverá ser uma escolha do próprio utente. Os participantes veem vantagens na TR na triagem, tratamento e após alta, nomeadamente pela possibilidade de acesso a dados clínicos remotamente; partilha de conteúdos educacionais e aconselhamento; e acompanhamento da evolução da condição. Para que um modelo de TR responda às necessidades identificadas deverá assentar num modelo híbrido, permitir a partilha de informações entre profissionais, a partilha de informação e o contacto entre profissionais de saúde e utentes, e desenvolver as competências de comunicação dos profissionais. Conclusões: A adaptação do tratamento presencial da LG para um modelo de TR é possível, desde que o modelo de intervenção assente num modelo híbrido, por forma a garantir a segurança do utente. Este deverá ainda assegurar a privacidade do utente e ser uma opção de escolha do utente. Este modelo deverá também proporcionar um apoio e interação contínuos entre profissional e utente. Os profissionais consideram necessária a aquisição de infraestruturas e equipamentos adequados e educação formal para prestação de cuidados remotos.
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O interesse pelo desenvolvimento de modelos de TR é anterior à pandemia Covid-19, no entanto, estes nem sempre são baseados nas linhas orientadoras mais atuais, nem o seu desenvolvimento é antecedido pela auscultação dos seus potenciais utilizadores (profissionais e/ou utentes), pelo que contemplam conteúdos, formatos e modos de utilização desajustados às necessidades do utilizador, condicionando a aceitação e utilização dos programas por parte destes. Objetivo do estudo: Com o presente estudo pretendemos explorar as perspetivas das diferentes partes interessadas acerca da adaptação do Programa SPLIT a um formato de serviço de TR, identificando as necessidades e objetivos e especificando os valores que devem orientar esse serviço. Metodologia: Para este estudo recorreu-se a uma metodologia de investigação qualitativa com a realização de dois grupos focais que envolveram profissionais e utentes em simultâneo. Tanto os profissionais como os utentes recrutados tinham experiência na participação do Programa SPLIT a prestar e a receber cuidados, respetivamente. Os grupos focais seguiram um guião de entrevista semiestruturada, foram gravados e transcritos textualmente na integra. Para a análise dos dados foi realizada uma análise temática. Resultados: Por forma a respeitar um conjunto de valores considerados essenciais pelos participantes na intervenção por meios remotos (segurança e privacidade), esta deverá ter uma componente presencial inicial, sendo que a opção por este formato deverá ser uma escolha do próprio utente. Os participantes veem vantagens na TR na triagem, tratamento e após alta, nomeadamente pela possibilidade de acesso a dados clínicos remotamente; partilha de conteúdos educacionais e aconselhamento; e acompanhamento da evolução da condição. Para que um modelo de TR responda às necessidades identificadas deverá assentar num modelo híbrido, permitir a partilha de informações entre profissionais, a partilha de informação e o contacto entre profissionais de saúde e utentes, e desenvolver as competências de comunicação dos profissionais. Conclusões: A adaptação do tratamento presencial da LG para um modelo de TR é possível, desde que o modelo de intervenção assente num modelo híbrido, por forma a garantir a segurança do utente. Este deverá ainda assegurar a privacidade do utente e ser uma opção de escolha do utente. Este modelo deverá também proporcionar um apoio e interação contínuos entre profissional e utente. Os profissionais consideram necessária a aquisição de infraestruturas e equipamentos adequados e educação formal para prestação de cuidados remotos.Introduction: In Portugal, low back pain is the most prevalent musculoskeletal condition at adult age. Although with a good prognosis some users may develop persistent disabling pain which is associated with high direct and indirect costs. At the SPLIT program, implemented at ACES Arrábida and Arco Ribeirinho, the treatment of patients with low back pain follows a stratified intervention based on the risk of developing persistent disabling pain, as recommended by the most recent guidelines. To ensure the continuity of health care delivery during the 2020’s lockdown, health professionals (HP) resorted to remotly interventions, known as telerehabilitation (TR). The interest in the development of TR models predates the Covid-19 pandemic. However these are not always based on the most current guidelines, nor is their development preceded by listening to their potential users (HP and/or patients). Therefore, they include contents, formats and modalities of use that are inappropriate to the user's needs, conditioning the acceptability and usability of the programs. Objective: With this study we intend to explore the perceptions of HP and patients regarding the adaptation of the SPLIT Program to a TR service format, identifying the needs and objectives and specifying the values that should guide this service. Methods: A qualitative study was carried out supported by two focus groups with HP and patients. All participants had been part in the SPLIT Program providing (HP) and receiving (patients) care. The focus groups were based on a semi-structured interview schedule, recorded and transcribed verbatim. A thematic analysis was conducted. Results: In order to establish a set of essential values by the participants in the intervention by remote means, this must have an initial presence component, and the option for this mandatory format is a choice made by the user. Participants anticipate advantages in TR at the screening, treatment and after discharge, namely the possibility of accessing clinical data remotely; sharing of educational content and advice; and monitoring the evolution of the condition. For a TR model to respond to the identified needs, they must be based on a hybrid model enabling the share of information between professionals, as well as between HP and patients establishing the contact over time. In addition, allowing the professionals improve their communication skills. Conclusions: It is possible to adapt a low back pain face-to-face treatment to a TR model, as long as the intervention model is based on a hybrid model. This is essential to guarantee user’s safety. It is also needed to guarantee the user's privacy and that it is user’s choice to persue this treatment modality. This model should also provide a continuous support and interaction between HP and patients. HP point that it is needed to purchase adequate infrastructure, equipment and formal education to provide remote care.Cruz, Eduardo BrazeteRepositório ComumClemente, Paulo2022-01-04T15:09:13Z2021-112021-11-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.26/38589TID:202886344porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-21T09:56:28Zoai:comum.rcaap.pt:10400.26/38589Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T23:12:05.050175Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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