Comparação entre Segmentação Automática do Disco Ótico por SD-OCT e Retinografia Stereo
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2022 |
Outros Autores: | , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.48560/rspo.23334 |
Resumo: | INTRODUÇÃO : O rácio estimado entre os diâmetros verticais ou horizontais do disco com a escavação do mesmo (rácio escavação/disco – E/D), é uma das formas clássicas de presumir o dano neurológico glaucomatoso, sendo o hallmark histórico no diagnóstico e avaliação da progressão da doença. O objetivo deste estudo é comparar a avaliação automática dos parâmetros planimétricos do disco ótico por tomografia de coerência ótica de domínio espectral (SD-OCT), com a avaliação tradicional feita com recurso a retinografia por dois médicos com níveis de experiência diferentes. MÉTODOS: Estudo observacional e transversal onde incluímos 64 olhos de doentes seguidos em consulta de glaucoma e suspeita de glaucoma (incluindo hipertensão ocular), e que realizaram retinografia estereoscópica e avaliação por SD-OCT no mesmo dia. Excluímos doentes com opacidades de meios que dificultassem a aquisição de imagens. Foi pedido a 2 avaliadores, 1 médico oftalmologista especialista em glaucoma (G1 – gold standard), e 1 médico interno de formação específica em Oftalmologia (G2), que classificassem, de forma cega, cada par stereo de retinografia em relação ao rácio E/D vertical e horizontal, entre outros parâmetros qualitativos do disco. Foi analisada a correlação entre ambos, e ainda com o OCT. RESULTADOS: O avaliador G1 diferiu de G2 em média 0,05±0,09 (amplitude -0,19-0,22) (p=0,05) e 0,08±0,11 (amplitude -0,27-0,31) (p<0,01) na vertical e horizontal, respetivamente, resultando num coeficiente de correlação Bom (0,82 e 0,81). Já em relação ao OCT, G1 e G2 diferiram em média 0,07(±0,01)/0,13(±0,02)/ e 0,03(±0,02)/0,06(±0,02), sendo que todas estas diferenças são estatisticamente significativas (p<0,01), à exceção do rácio E/D na vertical entre G2 e OCT (p-value 0,06). Contudo, a correlação entre G1 e o OCT foi superior àquela registada entre G2 e o OCT (0,92 e 0,82 vs 0,79 e 0,77). Quando avaliada a correlação mista entre G1 e G2 com o OCT, esta foi Excelente (0,91) para o rácio vertical, e Boa (0,83) para o rácio horizontal. A diferença de classificação entre G1 e o OCT não se correlaciona nem com a área do disco (B=0,16, p=0,15, 95%IC[-0,09-0,01], nem com a atrofia peripapilar ((B=-0,02, p=0,31, 95%IC[-0,07-0,02]. CONCLUSÃO: No nosso estudo obtivemos uma boa correlação na análise do disco ótico entre um jovem oftalmologista e um médico com maior experiência, reafirmando a importância deste sinal clássico na prática clínica. O OCT obteve também uma boa reprodutibilidade, numa possível aplicabilidade crescente na telemedicina. Contudo, a avaliação humana mantém a sua relevância clínica, pois é mais sensível a discos anómalos e permite uma análise qualitativa do disco. |
id |
RCAP_ce96653b002acba6c68c71ad0445b812 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/23334 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Comparação entre Segmentação Automática do Disco Ótico por SD-OCT e Retinografia StereoComparação entre Segmentação Automática do Disco Ótico por SD-OCT e Retinografia StereoArtigos OriginaisINTRODUÇÃO : O rácio estimado entre os diâmetros verticais ou horizontais do disco com a escavação do mesmo (rácio escavação/disco – E/D), é uma das formas clássicas de presumir o dano neurológico glaucomatoso, sendo o hallmark histórico no diagnóstico e avaliação da progressão da doença. O objetivo deste estudo é comparar a avaliação automática dos parâmetros planimétricos do disco ótico por tomografia de coerência ótica de domínio espectral (SD-OCT), com a avaliação tradicional feita com recurso a retinografia por dois médicos com níveis de experiência diferentes. MÉTODOS: Estudo observacional e transversal onde incluímos 64 olhos de doentes seguidos em consulta de glaucoma e suspeita de glaucoma (incluindo hipertensão ocular), e que realizaram retinografia estereoscópica e avaliação por SD-OCT no mesmo dia. Excluímos doentes com opacidades de meios que dificultassem a aquisição de imagens. Foi pedido a 2 avaliadores, 1 médico oftalmologista especialista em glaucoma (G1 – gold standard), e 1 médico interno de formação específica em Oftalmologia (G2), que classificassem, de forma cega, cada par stereo de retinografia em relação ao rácio E/D vertical e horizontal, entre outros parâmetros qualitativos do disco. Foi analisada a correlação entre ambos, e ainda com o OCT. RESULTADOS: O avaliador G1 diferiu de G2 em média 0,05±0,09 (amplitude -0,19-0,22) (p=0,05) e 0,08±0,11 (amplitude -0,27-0,31) (p<0,01) na vertical e horizontal, respetivamente, resultando num coeficiente de correlação Bom (0,82 e 0,81). Já em relação ao OCT, G1 e G2 diferiram em média 0,07(±0,01)/0,13(±0,02)/ e 0,03(±0,02)/0,06(±0,02), sendo que todas estas diferenças são estatisticamente significativas (p<0,01), à exceção do rácio E/D na vertical entre G2 e OCT (p-value 0,06). Contudo, a correlação entre G1 e o OCT foi superior àquela registada entre G2 e o OCT (0,92 e 0,82 vs 0,79 e 0,77). Quando avaliada a correlação mista entre G1 e G2 com o OCT, esta foi Excelente (0,91) para o rácio vertical, e Boa (0,83) para o rácio horizontal. A diferença de classificação entre G1 e o OCT não se correlaciona nem com a área do disco (B=0,16, p=0,15, 95%IC[-0,09-0,01], nem com a atrofia peripapilar ((B=-0,02, p=0,31, 95%IC[-0,07-0,02]. CONCLUSÃO: No nosso estudo obtivemos uma boa correlação na análise do disco ótico entre um jovem oftalmologista e um médico com maior experiência, reafirmando a importância deste sinal clássico na prática clínica. O OCT obteve também uma boa reprodutibilidade, numa possível aplicabilidade crescente na telemedicina. Contudo, a avaliação humana mantém a sua relevância clínica, pois é mais sensível a discos anómalos e permite uma análise qualitativa do disco.INTRODUCTION: The cup-to-disc (c/d) ratio, defined as the ratio of the optic disc cup and neuroretinal rim surfaces, is an important structural indicator for assuming glaucomatous damage and the historic landmark in the diagnosis and assessment of disease progression. We purpose to compare the automatic evaluation of the planimetric parameters of the optical disc by SD-OCT, with optic disc color fundus photographs (CFP) reviewed by two ophthalmologists with different experience levels. METhODS: Observational and cross-sectional study including 64 eyes of patients followed up for glaucoma or suspected glaucoma (including ocular hypertension), who underwent stereoscopic CFP and evaluation by SD-OCT on the same day. We excluded patients with opaque media that can jeopardize image evaluation. Two graders, 1 glaucoma specialist (G1 - gold standard), and 1 ophthalmology resident (G2), blindly classified each stereo pair of CFP according to the vertical and horizontal cup-to-disk, among other qualitative parameters of the disk. The correlation between both was analyzed, as did with the OCT. RESULTS: Graders differed by an average of 0.05 ± 0.09 (range -0.19-0.22) (p = 0.05) and 0.08 ± 0.11 (range -0.27-0.31) (p <0.01) in the vertical and horizontal ratio, respectively. The agreement between graders was Good (ICC = 0.82 and 0.81). G1 and G2 differed from OCT on 0.07(±0.01)/0.13(±0.02)/ and 0.03(±0.02)/0.06(±0.02)(vertical/horizontal). These differences were statistically significant (p <0.01), except for the vertical cup-to-disk ratio between G2 and OCT (p= 0.06). The mixed correlation between G1 and G2 with the OCT was Excellent (ICC = 0.91) for the vertical ratio, and Good (ICC=0.83) for the horizontal ratio. The difference in classification between G1 and OCT was not correlated with the disc area (B = 0.16, p = 0.15 nor with peripapillary atrophy ((B = -0.02, p=0.31). CONCLUSION: In our study, we obtained a Good correlation in the optic disc analysis between a young ophthalmologist and a more experienced one, reassuring the importance of this classic sign in clinical practice. The OCT also obtained good reproducibility, with a possible increasing applicability in telemedicine. However, human evaluation maintains its clinical relevance, as it is more sensitive to anomalous discs and allowing a qualitative analysis of it.Ajnet2022-06-30T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.48560/rspo.23334por1646-69501646-6950Simão, JorgeRaimundo, MiguelPereira, PedroFaria, PedroMoura Pereira, JoséNeto, Joaquiminfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-10-13T20:30:14Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/23334Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T16:01:45.532083Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Comparação entre Segmentação Automática do Disco Ótico por SD-OCT e Retinografia Stereo Comparação entre Segmentação Automática do Disco Ótico por SD-OCT e Retinografia Stereo |
title |
Comparação entre Segmentação Automática do Disco Ótico por SD-OCT e Retinografia Stereo |
spellingShingle |
Comparação entre Segmentação Automática do Disco Ótico por SD-OCT e Retinografia Stereo Simão, Jorge Artigos Originais |
title_short |
Comparação entre Segmentação Automática do Disco Ótico por SD-OCT e Retinografia Stereo |
title_full |
Comparação entre Segmentação Automática do Disco Ótico por SD-OCT e Retinografia Stereo |
title_fullStr |
Comparação entre Segmentação Automática do Disco Ótico por SD-OCT e Retinografia Stereo |
title_full_unstemmed |
Comparação entre Segmentação Automática do Disco Ótico por SD-OCT e Retinografia Stereo |
title_sort |
Comparação entre Segmentação Automática do Disco Ótico por SD-OCT e Retinografia Stereo |
author |
Simão, Jorge |
author_facet |
Simão, Jorge Raimundo, Miguel Pereira, Pedro Faria, Pedro Moura Pereira, José Neto, Joaquim |
author_role |
author |
author2 |
Raimundo, Miguel Pereira, Pedro Faria, Pedro Moura Pereira, José Neto, Joaquim |
author2_role |
author author author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Simão, Jorge Raimundo, Miguel Pereira, Pedro Faria, Pedro Moura Pereira, José Neto, Joaquim |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Artigos Originais |
topic |
Artigos Originais |
description |
INTRODUÇÃO : O rácio estimado entre os diâmetros verticais ou horizontais do disco com a escavação do mesmo (rácio escavação/disco – E/D), é uma das formas clássicas de presumir o dano neurológico glaucomatoso, sendo o hallmark histórico no diagnóstico e avaliação da progressão da doença. O objetivo deste estudo é comparar a avaliação automática dos parâmetros planimétricos do disco ótico por tomografia de coerência ótica de domínio espectral (SD-OCT), com a avaliação tradicional feita com recurso a retinografia por dois médicos com níveis de experiência diferentes. MÉTODOS: Estudo observacional e transversal onde incluímos 64 olhos de doentes seguidos em consulta de glaucoma e suspeita de glaucoma (incluindo hipertensão ocular), e que realizaram retinografia estereoscópica e avaliação por SD-OCT no mesmo dia. Excluímos doentes com opacidades de meios que dificultassem a aquisição de imagens. Foi pedido a 2 avaliadores, 1 médico oftalmologista especialista em glaucoma (G1 – gold standard), e 1 médico interno de formação específica em Oftalmologia (G2), que classificassem, de forma cega, cada par stereo de retinografia em relação ao rácio E/D vertical e horizontal, entre outros parâmetros qualitativos do disco. Foi analisada a correlação entre ambos, e ainda com o OCT. RESULTADOS: O avaliador G1 diferiu de G2 em média 0,05±0,09 (amplitude -0,19-0,22) (p=0,05) e 0,08±0,11 (amplitude -0,27-0,31) (p<0,01) na vertical e horizontal, respetivamente, resultando num coeficiente de correlação Bom (0,82 e 0,81). Já em relação ao OCT, G1 e G2 diferiram em média 0,07(±0,01)/0,13(±0,02)/ e 0,03(±0,02)/0,06(±0,02), sendo que todas estas diferenças são estatisticamente significativas (p<0,01), à exceção do rácio E/D na vertical entre G2 e OCT (p-value 0,06). Contudo, a correlação entre G1 e o OCT foi superior àquela registada entre G2 e o OCT (0,92 e 0,82 vs 0,79 e 0,77). Quando avaliada a correlação mista entre G1 e G2 com o OCT, esta foi Excelente (0,91) para o rácio vertical, e Boa (0,83) para o rácio horizontal. A diferença de classificação entre G1 e o OCT não se correlaciona nem com a área do disco (B=0,16, p=0,15, 95%IC[-0,09-0,01], nem com a atrofia peripapilar ((B=-0,02, p=0,31, 95%IC[-0,07-0,02]. CONCLUSÃO: No nosso estudo obtivemos uma boa correlação na análise do disco ótico entre um jovem oftalmologista e um médico com maior experiência, reafirmando a importância deste sinal clássico na prática clínica. O OCT obteve também uma boa reprodutibilidade, numa possível aplicabilidade crescente na telemedicina. Contudo, a avaliação humana mantém a sua relevância clínica, pois é mais sensível a discos anómalos e permite uma análise qualitativa do disco. |
publishDate |
2022 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2022-06-30T00:00:00Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://doi.org/10.48560/rspo.23334 |
url |
https://doi.org/10.48560/rspo.23334 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
1646-6950 1646-6950 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Ajnet |
publisher.none.fl_str_mv |
Ajnet |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799130482710937600 |