Intervenção no fenómeno das drogas: algumas reflexões e contributos para a definição de boas práticas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cruz,Olga Souza
Data de Publicação: 2013
Outros Autores: Machado,Carla
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492013000100002
Resumo: As orientações políticas e legislativas e, consequentemente, as formas de intervenção sobre o fenómeno do consumo de drogas ilícitas têm sido presididas por duas lógicas ideológicas distintas: o proibicionismo e o anti-­proibicionismo. Ao longo dos tempos e em praticamente todo o mundo ocidental, o proibicionismo tem imperado, argumentando a necessidade de criminalizar e reprimir as práticas relacionadas com as drogas, para as regular na direção da norma social. Neste sentido, a maioria das ações preventivas tem procurado o ideal da abstinência e a intervenção dirige‑se sobretudo a utilizadores de substâncias ilícitas com padrões de consumo ‘problemáticos’. No entanto, são cada vez mais os autores que defendem o fracasso destas medidas de cariz proibicionista, sobretudo pelos problemas (e.g., económicos, jurídicos, sociais, sanitários) que têm provocado, por não terem sucesso na redução da incidência e prevalência do consumo e por dificilmente chegarem a sujeitos cujas experiências de utilização de drogas não se enquadram nos referidos padrões problemáticos. De acordo com esta lógica anti-­proibicionista argumenta­-se a importância de promover formas de controlo social sobre as drogas alternativas ao controlo formal (e.g., controlo social informal, autocontrolo dos consumidores) e valorizam‑se as potencialidades das estratégias de redução de riscos e minimização de danos. Partindo desta orientação anti­-proibicionista pretende‑se, no presente artigo, refletir sobre o que atualmente se considera ser boas práticas de intervenção no fenómeno do consumo de drogas ilícitas. Em concreto, defende‑se a importância de agir através de pares, para estimular o envolvimento dos consumidores nos esforços interventivos, e de concretizar um trabalho horizontal, dinâmico e em contexto natural.
id RCAP_cf441e2ba07071d10550b2812cc712b8
oai_identifier_str oai:scielo:S0874-20492013000100002
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Intervenção no fenómeno das drogas: algumas reflexões e contributos para a definição de boas práticasdrogas ilícitasintervençãoproibicionismoanti‑proibicionismoAs orientações políticas e legislativas e, consequentemente, as formas de intervenção sobre o fenómeno do consumo de drogas ilícitas têm sido presididas por duas lógicas ideológicas distintas: o proibicionismo e o anti-­proibicionismo. Ao longo dos tempos e em praticamente todo o mundo ocidental, o proibicionismo tem imperado, argumentando a necessidade de criminalizar e reprimir as práticas relacionadas com as drogas, para as regular na direção da norma social. Neste sentido, a maioria das ações preventivas tem procurado o ideal da abstinência e a intervenção dirige‑se sobretudo a utilizadores de substâncias ilícitas com padrões de consumo ‘problemáticos’. No entanto, são cada vez mais os autores que defendem o fracasso destas medidas de cariz proibicionista, sobretudo pelos problemas (e.g., económicos, jurídicos, sociais, sanitários) que têm provocado, por não terem sucesso na redução da incidência e prevalência do consumo e por dificilmente chegarem a sujeitos cujas experiências de utilização de drogas não se enquadram nos referidos padrões problemáticos. De acordo com esta lógica anti-­proibicionista argumenta­-se a importância de promover formas de controlo social sobre as drogas alternativas ao controlo formal (e.g., controlo social informal, autocontrolo dos consumidores) e valorizam‑se as potencialidades das estratégias de redução de riscos e minimização de danos. Partindo desta orientação anti­-proibicionista pretende‑se, no presente artigo, refletir sobre o que atualmente se considera ser boas práticas de intervenção no fenómeno do consumo de drogas ilícitas. Em concreto, defende‑se a importância de agir através de pares, para estimular o envolvimento dos consumidores nos esforços interventivos, e de concretizar um trabalho horizontal, dinâmico e em contexto natural.Associação Portuguesa de Psicologia (APP)Edições Colibri2013-01-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492013000100002Psicologia v.27 n.1 2013reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAPporhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492013000100002Cruz,Olga SouzaMachado,Carlainfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-02-06T17:13:45Zoai:scielo:S0874-20492013000100002Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:23:57.325847Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Intervenção no fenómeno das drogas: algumas reflexões e contributos para a definição de boas práticas
title Intervenção no fenómeno das drogas: algumas reflexões e contributos para a definição de boas práticas
spellingShingle Intervenção no fenómeno das drogas: algumas reflexões e contributos para a definição de boas práticas
Cruz,Olga Souza
drogas ilícitas
intervenção
proibicionismo
anti‑proibicionismo
title_short Intervenção no fenómeno das drogas: algumas reflexões e contributos para a definição de boas práticas
title_full Intervenção no fenómeno das drogas: algumas reflexões e contributos para a definição de boas práticas
title_fullStr Intervenção no fenómeno das drogas: algumas reflexões e contributos para a definição de boas práticas
title_full_unstemmed Intervenção no fenómeno das drogas: algumas reflexões e contributos para a definição de boas práticas
title_sort Intervenção no fenómeno das drogas: algumas reflexões e contributos para a definição de boas práticas
author Cruz,Olga Souza
author_facet Cruz,Olga Souza
Machado,Carla
author_role author
author2 Machado,Carla
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Cruz,Olga Souza
Machado,Carla
dc.subject.por.fl_str_mv drogas ilícitas
intervenção
proibicionismo
anti‑proibicionismo
topic drogas ilícitas
intervenção
proibicionismo
anti‑proibicionismo
description As orientações políticas e legislativas e, consequentemente, as formas de intervenção sobre o fenómeno do consumo de drogas ilícitas têm sido presididas por duas lógicas ideológicas distintas: o proibicionismo e o anti-­proibicionismo. Ao longo dos tempos e em praticamente todo o mundo ocidental, o proibicionismo tem imperado, argumentando a necessidade de criminalizar e reprimir as práticas relacionadas com as drogas, para as regular na direção da norma social. Neste sentido, a maioria das ações preventivas tem procurado o ideal da abstinência e a intervenção dirige‑se sobretudo a utilizadores de substâncias ilícitas com padrões de consumo ‘problemáticos’. No entanto, são cada vez mais os autores que defendem o fracasso destas medidas de cariz proibicionista, sobretudo pelos problemas (e.g., económicos, jurídicos, sociais, sanitários) que têm provocado, por não terem sucesso na redução da incidência e prevalência do consumo e por dificilmente chegarem a sujeitos cujas experiências de utilização de drogas não se enquadram nos referidos padrões problemáticos. De acordo com esta lógica anti-­proibicionista argumenta­-se a importância de promover formas de controlo social sobre as drogas alternativas ao controlo formal (e.g., controlo social informal, autocontrolo dos consumidores) e valorizam‑se as potencialidades das estratégias de redução de riscos e minimização de danos. Partindo desta orientação anti­-proibicionista pretende‑se, no presente artigo, refletir sobre o que atualmente se considera ser boas práticas de intervenção no fenómeno do consumo de drogas ilícitas. Em concreto, defende‑se a importância de agir através de pares, para estimular o envolvimento dos consumidores nos esforços interventivos, e de concretizar um trabalho horizontal, dinâmico e em contexto natural.
publishDate 2013
dc.date.none.fl_str_mv 2013-01-01
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492013000100002
url http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492013000100002
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492013000100002
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Associação Portuguesa de Psicologia (APP)
Edições Colibri
publisher.none.fl_str_mv Associação Portuguesa de Psicologia (APP)
Edições Colibri
dc.source.none.fl_str_mv Psicologia v.27 n.1 2013
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799137318288752640