Paresia do nervo oculomotor: uma entidade por vezes difícil de gerir em medicina geral e familiar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos,Ana Martins Ferreira dos
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Relatório
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732021000100050
Resumo: Resumo Introdução: A paresia do nervo oculomotor constitui uma patologia rara na população geral, que acomete principalmente pessoas acima dos 60 anos. Pode manifestar-se por dor ocular, diplopia, ptose e estrabismo, sendo a hipertensão e a diabetes as suas principais etiologias. As mononeuropatias cranianas atingem 3% da população diabética. Poderá ser a manifestação de situações potencialmente fatais, como aneurismas cerebrais. Descrição do caso: Mulher de 55 anos, bom estado geral, embora com várias comorbilidades importantes, incluindo diabetes mellitus tipo 1 com mau controlo metabólico. A 12/05/2019 refere início súbito de dor ocular e supraciliar direitas, com os seguintes sintomas associados, também a nível do olho direito: visão turva, diplopia, fotofobia e estrabismo divergente de novo. Após dois contactos prévios com instituições de saúde por este motivo, acabou por ser referenciada ao serviço de urgência pela sua médica de família, quatro dias após início do quadro. Foi-lhe diagnosticada paresia do III par craniano direito, tendo-se adotado uma atitude expectante. A remissão espontânea das queixas ocorreu após oito semanas. Comentário: Pretende-se com o relato deste caso alertar para a importância do médico de família na continuidade e articulação de cuidados, pois sendo este o médico assistente por excelência do seu utente será aquele que mais o conhece e que melhor poderá valorizar alterações importantes que possam surgir de novo. Por outro lado, tem por objetivo realçar a importância da rápida atuação perante a sua suspeita clínica, bem como do controlo dos fatores de risco cardiovasculares na população diabética, revelando-se importante do ponto de vista formativo para a prática clínica do médico de família.
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