Análise morfométrica das redes de polígonos em Permafrost-Adventdalen, Svalbard
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/20506 |
Resumo: | O permafrost dá origem a formas de relevo complexas e únicas, sendo os polígonos de cunha de gelo o acidente geográfico mais amplo, mais visível e mais característico das planícies com permafrost. Os polígonos são formados pela abertura de fracturas verticais por contracção térmica, permitindo a infiltração de água de fusão e a sua posterior recongelação no interior das fendas. Este fenómeno, que se repete em ciclos sazonais de congelamento/descongelamento ao longo dos anos, levando ao incremento de cunhas de gelo no interior das fracturas e ao desenvolvimento de redes de polígonos. A morfologia dos polígonos de cunha de gelo é controlada, por vários factores ambientais, que determinam as suas dimensões, forma e orientação, bem como pelo tempo desde o qual estes factores estão activos. Este estudo foi realizado nas redes poligonais do vale Adventdalen em Svalbard. Parâmetros morfométricos das redes foram calculados para mais de 10.000 polígonos identificados através de detecção remota em imagens de alta resolução (quatro bandas RGB + NIR com 0,2 m / pixel). Paralelamente, várias destas áreas de polígonos foram estudadas in situ em 2010, 2011 e 2012. Os parâmetros morfométricos e topológicos das redes foram caracterizados e foram utilizadas análises estatísticas multivariadas (análise factorial, classificação hierárquica e análise discriminante) para os classificar e identificar sua relação com factores ambientais locais. Com base na similaridade morfométrica (dimensão, forma e topologia) foram identificados seis grandes grupos de polígonos. A sua distribuição espacial em Adventdalen, no que respeita à morfometria geral, indica uma diferenciação de Oeste para Este. Os grupos localizados na parte ocidental do vale têm uma maior assimetria no tamanho do polígono, enquanto mais a Este foi encontrada uma distribuição mais uniforme da área média do polígono, bem como maiores dimensões globais dos polígonos. A diferenciação espacial identificada sugere um controlo espacial na morfometria dos polígonos, provavelmente influenciado por variáveis geoecológicas, que podem afectar o crescimento e a forma dos polígonos. Os resultados da análise discriminante mostram que os factores geoecológicos (e.g. geologia, geomorfologia, declividade, índice de umidade, distância ao rio/mar) contribuem para classificar com sucesso mais de 80% dos polígonos dentro dos seis principais grupos morfométricos. |
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Análise morfométrica das redes de polígonos em Permafrost-Adventdalen, SvalbardSistemas de informação geográficaPermafrost - polígonos de cunha de gelo - redes poligonais - parâmetros morfométricos - Vale Adventdalen (Svalbard)Teses de mestrado - 2014Sistemas de Informação Geográfica e Modelação Territorial Aplicados ao OrdenamentoO permafrost dá origem a formas de relevo complexas e únicas, sendo os polígonos de cunha de gelo o acidente geográfico mais amplo, mais visível e mais característico das planícies com permafrost. Os polígonos são formados pela abertura de fracturas verticais por contracção térmica, permitindo a infiltração de água de fusão e a sua posterior recongelação no interior das fendas. Este fenómeno, que se repete em ciclos sazonais de congelamento/descongelamento ao longo dos anos, levando ao incremento de cunhas de gelo no interior das fracturas e ao desenvolvimento de redes de polígonos. A morfologia dos polígonos de cunha de gelo é controlada, por vários factores ambientais, que determinam as suas dimensões, forma e orientação, bem como pelo tempo desde o qual estes factores estão activos. Este estudo foi realizado nas redes poligonais do vale Adventdalen em Svalbard. Parâmetros morfométricos das redes foram calculados para mais de 10.000 polígonos identificados através de detecção remota em imagens de alta resolução (quatro bandas RGB + NIR com 0,2 m / pixel). Paralelamente, várias destas áreas de polígonos foram estudadas in situ em 2010, 2011 e 2012. Os parâmetros morfométricos e topológicos das redes foram caracterizados e foram utilizadas análises estatísticas multivariadas (análise factorial, classificação hierárquica e análise discriminante) para os classificar e identificar sua relação com factores ambientais locais. Com base na similaridade morfométrica (dimensão, forma e topologia) foram identificados seis grandes grupos de polígonos. A sua distribuição espacial em Adventdalen, no que respeita à morfometria geral, indica uma diferenciação de Oeste para Este. Os grupos localizados na parte ocidental do vale têm uma maior assimetria no tamanho do polígono, enquanto mais a Este foi encontrada uma distribuição mais uniforme da área média do polígono, bem como maiores dimensões globais dos polígonos. A diferenciação espacial identificada sugere um controlo espacial na morfometria dos polígonos, provavelmente influenciado por variáveis geoecológicas, que podem afectar o crescimento e a forma dos polígonos. Os resultados da análise discriminante mostram que os factores geoecológicos (e.g. geologia, geomorfologia, declividade, índice de umidade, distância ao rio/mar) contribuem para classificar com sucesso mais de 80% dos polígonos dentro dos seis principais grupos morfométricos.Abstract: Permafrost gives rise to a number of unique and complex landforms, being ice‐wedge polygons the most widespread, most visible, and most characteristic landform of lowland permafrost terrain. The polygons are formed by the opening of vertical fractures by thermal contraction, allowing the infiltration of melted water and its subsequent refreezing inside the cracks. This phenomenon, which is repeated in seasonal cycles of freeze‐thaw over the years, leads to increasing ice‐wedges within the fractures and the development of polygons networks. The morphology of the ice‐wedge polygons is controlled by various environmental factors which determine dimensions, shape, and orientation of polygons, as well as by the time those factors have been active. This study was conducted on the polygonal networks of Adventdalen in Svalbard. Morphometrical parameters of the polygonal network were calculated for over 10,000 polygons identified using very‐high spatial resolution remote sensing imagery (four‐bands RGB+NIR with 0.2 m/pixel). Several polygon areas were studied in the field in 2010, 2011 and 2012. Multivariate statistics (factor analysis, hierarchical classification and discriminant analysis) were used to describe the polygon's morphometric parameters, and to determine their relationship to local environmental controlling factors. Based on the morphometric similarity (dimension, shape and topology) 6 major groups of polygons were identified. Their spatial distribution in Adventdalen highlights a general morphometric zoning from west to east. The groups located in the western part of the valley show a greater asymmetry in polygon size, while in eastern areas a more uniform distribution of the mean polygon area and larger overall polygon sizes were found. The spatial zoning that was identified suggests a spatial control on polygon morphometry, probably controlled by geoecological variables, which may affect the growth and shape of polygons. The results from discriminant analysis show that geoecological factors (e.g. geology, geomorphology, slope, wetness index, distance to river/sea) contribute to successfully classifying more than 80% of the polygons within the 6 major morphometric groups.Vieira, Gonçalo TelesPina, Pedro Miguel Berardo DuarteRepositório da Universidade de LisboaCardoso, José Miguel Martins Alpendre2015-11-17T13:06:11Z201420142014-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/20506TID:201106507porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:06:01Zoai:repositorio.ul.pt:10451/20506Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:38:30.216650Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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O permafrost dá origem a formas de relevo complexas e únicas, sendo os polígonos de cunha de gelo o acidente geográfico mais amplo, mais visível e mais característico das planícies com permafrost. Os polígonos são formados pela abertura de fracturas verticais por contracção térmica, permitindo a infiltração de água de fusão e a sua posterior recongelação no interior das fendas. Este fenómeno, que se repete em ciclos sazonais de congelamento/descongelamento ao longo dos anos, levando ao incremento de cunhas de gelo no interior das fracturas e ao desenvolvimento de redes de polígonos. A morfologia dos polígonos de cunha de gelo é controlada, por vários factores ambientais, que determinam as suas dimensões, forma e orientação, bem como pelo tempo desde o qual estes factores estão activos. Este estudo foi realizado nas redes poligonais do vale Adventdalen em Svalbard. Parâmetros morfométricos das redes foram calculados para mais de 10.000 polígonos identificados através de detecção remota em imagens de alta resolução (quatro bandas RGB + NIR com 0,2 m / pixel). Paralelamente, várias destas áreas de polígonos foram estudadas in situ em 2010, 2011 e 2012. Os parâmetros morfométricos e topológicos das redes foram caracterizados e foram utilizadas análises estatísticas multivariadas (análise factorial, classificação hierárquica e análise discriminante) para os classificar e identificar sua relação com factores ambientais locais. Com base na similaridade morfométrica (dimensão, forma e topologia) foram identificados seis grandes grupos de polígonos. A sua distribuição espacial em Adventdalen, no que respeita à morfometria geral, indica uma diferenciação de Oeste para Este. Os grupos localizados na parte ocidental do vale têm uma maior assimetria no tamanho do polígono, enquanto mais a Este foi encontrada uma distribuição mais uniforme da área média do polígono, bem como maiores dimensões globais dos polígonos. A diferenciação espacial identificada sugere um controlo espacial na morfometria dos polígonos, provavelmente influenciado por variáveis geoecológicas, que podem afectar o crescimento e a forma dos polígonos. Os resultados da análise discriminante mostram que os factores geoecológicos (e.g. geologia, geomorfologia, declividade, índice de umidade, distância ao rio/mar) contribuem para classificar com sucesso mais de 80% dos polígonos dentro dos seis principais grupos morfométricos. |
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