Retenção placentária em bovinos de leite: fatores de risco e prevenção

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gonçalves, Maria Inês Veiga de Macedo Magalhães
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/10817
Resumo: A preparação para a expulsão da placenta inicia-se nos últimos meses de gestação. As alterações transicionais que ocorrem dependem de processos mecânicos e imunomediados que, em conjunto, permitem que se rompa a interface feto-materna para que seja possível a expulsão da placenta. Quando existem falhas nestes mecanismos ocorre retenção placentária (RP). Esta é descrita como uma falha na separação ou expulsão da totalidade das membranas fetais ou parte delas, nas 24 horas após o parto. Na revisão bibliográfica deste trabalho foi abordado, inicialmente, o tema “placenta” e a fisiopatologia da retenção placentária, de forma a compreender melhor os fatores de risco associados e a aplicação de medidas preventivas. Para o estudo foram recolhidos dados de 48 animais, primíparas e multíparas. Devido à natureza multifatorial desta doença, foram avaliados diversos fatores de risco e a sua frequência nesta amostra de animais com RP. Entre os resultados obtidos, destacam-se o tipo de parto (38% dos animais apresentaram parto distócico); o número e sexo fetal (12% dos animais tiveram uma gestação gemelar e, dos animais com apenas um feto, 52% tiveram fetos macho); o número de partos (50% dos animais tinham entre 1 e 2 partos); a idade ao primeiro parto (27% das primíparas com a idade de 23 meses); a indução do parto (realizada em 15% dos animais); a duração da gestação (com 33% dos animais com gestações de tempo inferior ao esperado); a produção leiteira (com 61% dos animais no grupo de alta produção); a administração de selénio e vitamina E (apenas 10,4% foram suplementados), entre outros. Foi também estudada a prevalência de outras doenças, com destaque para o desenvolvimento de metrite (com 31% dos animais a desenvolver a doença) e a presença de alterações respiratórias (em 31% dos animais). Dos fatores de risco referidos, foi feita uma análise da relação entre eles. Os resultados do estudo indicaram uma relação entre o parâmetro presença de metrite e a indução do parto (p=0,024), alterações respiratórias (p=0,043), o tempo pós-parto (p=0,017), a duração da gestação (p=0,017) e o número de partos (p=0,045). A presença de alterações respiratórias também apresentou relação com a produção de leite anterior (p=0,041). O parâmetro tipo de parto apresentou uma relação estatisticamente significativa com o sexo fetal (p=0,021), a idade ao primeiro parto (0,048), a duração da gestação (p=0,026) e o número de partos (p=0,020). Também o número de partos apresentou uma relação com o desenvolvimento de hipocalcemia (0,005). Após a análise destes resultados, conjuntamente com dados bibliográficos, foram elaborados protocolos preventivos adaptados a subgrupos de animais. Com este trabalho, pretende-se obter uma diminuição da prevalência da doença e do seu impacto nas explorações em causa, sendo que a melhor forma é começar pela identificação e estudo das causas, terminando com a aplicação das medidas profiláticas.
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Devido à natureza multifatorial desta doença, foram avaliados diversos fatores de risco e a sua frequência nesta amostra de animais com RP. Entre os resultados obtidos, destacam-se o tipo de parto (38% dos animais apresentaram parto distócico); o número e sexo fetal (12% dos animais tiveram uma gestação gemelar e, dos animais com apenas um feto, 52% tiveram fetos macho); o número de partos (50% dos animais tinham entre 1 e 2 partos); a idade ao primeiro parto (27% das primíparas com a idade de 23 meses); a indução do parto (realizada em 15% dos animais); a duração da gestação (com 33% dos animais com gestações de tempo inferior ao esperado); a produção leiteira (com 61% dos animais no grupo de alta produção); a administração de selénio e vitamina E (apenas 10,4% foram suplementados), entre outros. Foi também estudada a prevalência de outras doenças, com destaque para o desenvolvimento de metrite (com 31% dos animais a desenvolver a doença) e a presença de alterações respiratórias (em 31% dos animais). Dos fatores de risco referidos, foi feita uma análise da relação entre eles. Os resultados do estudo indicaram uma relação entre o parâmetro presença de metrite e a indução do parto (p=0,024), alterações respiratórias (p=0,043), o tempo pós-parto (p=0,017), a duração da gestação (p=0,017) e o número de partos (p=0,045). A presença de alterações respiratórias também apresentou relação com a produção de leite anterior (p=0,041). O parâmetro tipo de parto apresentou uma relação estatisticamente significativa com o sexo fetal (p=0,021), a idade ao primeiro parto (0,048), a duração da gestação (p=0,026) e o número de partos (p=0,020). Também o número de partos apresentou uma relação com o desenvolvimento de hipocalcemia (0,005). Após a análise destes resultados, conjuntamente com dados bibliográficos, foram elaborados protocolos preventivos adaptados a subgrupos de animais. Com este trabalho, pretende-se obter uma diminuição da prevalência da doença e do seu impacto nas explorações em causa, sendo que a melhor forma é começar pela identificação e estudo das causas, terminando com a aplicação das medidas profiláticas.The preparation for the expulsion of the placenta begins in the last months of pregnancy. The transitional changes that occur depend on mechanical and immunomediated processes, allowing the rupture of the fetal-maternal interface so that it is possible to expel the placenta. When these processes fail, placental retention (RP) occurs. RP is described as a failure in the separation or expulsion of all, or part of, the fetal membranes within 24 hours after calving. In the scientific literature review of this study, the theme “placenta” was presented and the pathophysiology of the RP in order to better understand the risk factors and the application of preventive measures. For the study, data were collected from 48 animals, primiparous and multiparous. Due to the multifactorial nature of this disease, the various risk factors and their frequency were evaluated in this group of animals with RP. Among the obtained results, it stood out the type of delivery (38% of the animals had dystocia); the number and fetal sex (12% of the animals had a twin pregnancy and, of the animals with only one fetus, 52% had male fetuses); the number of parturitions (50% of the animals had between 1 and 2 parturitions); age at first calving (27% of primiparous had 23 months); labor induction (performed in 15% of the animals); the duration of pregnancy (33% of the animals had pregnancies with less than expected time); milk production (with 61% of the animals in the high yield group); the administration of selenium and vitamin E (only 10.4% were supplemented), among others. The prevalence of other diseases was also studied, with emphasis on the development of metritis (with 31% of the animals developing the disease) and the presence of respiratory distress (in 31% of the animals). From the mentioned risk factors, an analysis was made of the relationship between them. The results of the study indicated a relationship between the parameter presence of metritis and induction of labor (p = 0.024), respiratory distress (p = 0.043), postpartum time (p = 0.017), duration of pregnancy (p = 0.017) and the number of parturitions (p = 0.045). The presence of respiratory distress was also related to previous milk production (p = 0.041). The type of delivery showed a statistically significant relationship with fetal sex (p = 0.021), age at first calving (0.048), duration of pregnancy (p = 0.026) and number of parturitions (p = 0.020). The number of parturitions was also related to the development of hypocalcemia (0.005). After analyzing these results, together with the published literature, adapted preventive protocols were developed. With this work, it is intended to obtain a decrease in the prevalence of the disease and its impact on the farms. The best way to address this problem is to start by identifying and studying the causes, and then apply the prophylatic measures.2021-11-17T15:31:23Z2020-12-14T00:00:00Z2020-12-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/10817TID:202602230pormetadata only accessinfo:eu-repo/semantics/openAccessGonçalves, Maria Inês Veiga de Macedo Magalhãesreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:37:08Zoai:repositorio.utad.pt:10348/10817Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:01:40.621480Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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