As Flautas Grandes
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.22/6788 |
Resumo: | No início dos meus estudos no New England Conservatory em Boston, em 1993, pouco sabia sobre as flautas grandes. Rapidamente me apercebi de que a competição entre os alunos de flauta para tocar em público era enorme, e que a única maneira de ser convidada para participar em concertos, uma distinção reservada aos alunos mais avançados, seria tocando uma das flautas “fora do vulgar”. Felizmente consegui emprestar uma Flauta em Sol da escola e comecei a trabalhá-la intensivamente, com sons longos, escalas e exercícios. Gostei do trabalho, e extendi-o à Flauta Baixo. Foram muitas horas dedicadas a estes instrumentos que me ajudaram a poder ganhar experiência muito cedo, participando em concertos, gravações e digressões, de outra maneira inacessíveis para uma jovem flautista do 1º ano do curso. Só mais tarde, já como elemento do Remix Ensemble da Casa da Música, surgiu a oportunidade de tocar a peça Registre, rubato et résonances de Emmanuel Nunes, para violino, flauta octobasse e clarinete baixo, baseada num tema de J.S. Bach. Após uma conversa com o compositor, e como as flautas octobasse são muito raras, decidimos emprestar uma Flauta Contrabaixo da constructora holandesa Eva Kingma, especializada nas Flautas Grandes. Tocar essa flauta foi uma experiência única, e em 2012 resolvi investir num instrumento meu. Muitas vezes sou confrontada com a crítica: “Para quê tantas flautas grandes? Não se consegue ouvir, e não há repertório!”. Comentários como estes convencem-me ainda mais de que ainda há muito trabalho a fazer na divulgação e apresentação destas flautas ao público, não só pela qualidade sonora que cada uma delas oferece mas também pelas possibilidades que ainda estão por descobrir. Alguns flautistas, como Matthias Ziegler na Suiça, Peter Sheridan na Austrália e PierreYves Artaud em França dedicam-se à pesquisa de sonoridades e timbres novos e efeitos percussivos, trabalhando com amplificação, gravações instantâneas e loops. O resultado é um mundo sonoro absolutamente fascinante, que tento partilhar com os meus alunos e o público em geral para lhes dar uma percepção nova do que a flauta, tal como a conhecemos, ainda tem a dar. |
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