Contributo para o estudo do turismo da natureza na reserva natural do Paul do Boquilobo
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Data de Publicação: | 2023 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.25746/ruiips.v11.i3.32504 |
Resumo: | O artigo apresenta os resultados de um trabalho de estágio do curso de Educação Ambiental e Turismo de Natureza, realizado na Reserva Natural do Paul do Boquilobo (RNPB), durante o período de fevereiro a julho de 2021, A reserva está localizada na confluência dos rios Almonda e Tejo, nos concelhos de Torres Novas e Golegã. Trata-se de uma área natural húmida que abriga uma grande diversidade de aves, servindo como local de reprodução, alimentação e repouso para as rotas de migração. Esta área foi em 1981 reconhecida como Reserva Mundial da Biosfera. O estudo analisou dados de visitação à Reserva, que foram registados por contadores automáticos em pontos estratégicos ao longo do Percurso Pedestre da RNPB, no período de janeiro de 2019 a março de 2021. Ficou evidente uma diminuição significativa no número de visitantes devido às restrições impostas pela pandemia da COVID-19 apesar de ser utilizada para as saídas permitidas para caminhadas por parte das populações residentes nas vizinhanças, que praticaram nesta altura passeios de maior extensão. Além da análise dos dados, foram conduzidos dois inquéritos por questionário: um destinado a empresas licenciadas, pela entidade gestora da RNP, para organizar atividades turísticas na Reserva e outro direcionado aos seus visitantes. Dos 51 visitantes inquiridos no local, a maioria (50%) pertencia à faixa etária de 31 a 45 anos, e 48% eram residentes na Golegã, um dos concelhos mais próximos. Os visitantes mostraram-se satisfeitos com a visita, e 50 deles manifestaram a intenção de retornar. O inquérito enviado às empresas que desenvolvem atividades (passeios pedestres, a cavalo, observação de aves, etc.), enviado através de correio eletrónico registou uma baixa taxa de resposta. No entanto tanto os visitantes quanto as empresas identificaram algumas fragilidades na reserva, como a falta de infraestruturas (como casas de banho e observatórios de aves (que havia sido vandalizado)), a manutenção inadequada da mata, e a ausência de vigilantes/guardas da natureza. A poluição do rio Almonda foi apontada como um dos principais aspetos negativos invocados pelos visitantes. A informação recolhida poderá ser muito útil à gestão da reserva, sendo referida como uma das principais sugestões a necessidade de facilitar o acesso a mais informação sobre a reserva. Essa necessidade tinha também já sido detetada na recolha de informação exploratória sobre a reserva. Os dados coletados enfatizam a importância da adoção de um modelo de cogestão das áreas protegidas, que aproxime a gestão e conservação desses locais das autoridades locais, principais atores da sociedade civil e comunidades envolvidas |
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Contributo para o estudo do turismo da natureza na reserva natural do Paul do BoquiloboContributo para o estudo do turismo da natureza na reserva natural do Paul do BoquiloboResumoO artigo apresenta os resultados de um trabalho de estágio do curso de Educação Ambiental e Turismo de Natureza, realizado na Reserva Natural do Paul do Boquilobo (RNPB), durante o período de fevereiro a julho de 2021, A reserva está localizada na confluência dos rios Almonda e Tejo, nos concelhos de Torres Novas e Golegã. Trata-se de uma área natural húmida que abriga uma grande diversidade de aves, servindo como local de reprodução, alimentação e repouso para as rotas de migração. Esta área foi em 1981 reconhecida como Reserva Mundial da Biosfera. O estudo analisou dados de visitação à Reserva, que foram registados por contadores automáticos em pontos estratégicos ao longo do Percurso Pedestre da RNPB, no período de janeiro de 2019 a março de 2021. Ficou evidente uma diminuição significativa no número de visitantes devido às restrições impostas pela pandemia da COVID-19 apesar de ser utilizada para as saídas permitidas para caminhadas por parte das populações residentes nas vizinhanças, que praticaram nesta altura passeios de maior extensão. Além da análise dos dados, foram conduzidos dois inquéritos por questionário: um destinado a empresas licenciadas, pela entidade gestora da RNP, para organizar atividades turísticas na Reserva e outro direcionado aos seus visitantes. Dos 51 visitantes inquiridos no local, a maioria (50%) pertencia à faixa etária de 31 a 45 anos, e 48% eram residentes na Golegã, um dos concelhos mais próximos. Os visitantes mostraram-se satisfeitos com a visita, e 50 deles manifestaram a intenção de retornar. O inquérito enviado às empresas que desenvolvem atividades (passeios pedestres, a cavalo, observação de aves, etc.), enviado através de correio eletrónico registou uma baixa taxa de resposta. No entanto tanto os visitantes quanto as empresas identificaram algumas fragilidades na reserva, como a falta de infraestruturas (como casas de banho e observatórios de aves (que havia sido vandalizado)), a manutenção inadequada da mata, e a ausência de vigilantes/guardas da natureza. A poluição do rio Almonda foi apontada como um dos principais aspetos negativos invocados pelos visitantes. A informação recolhida poderá ser muito útil à gestão da reserva, sendo referida como uma das principais sugestões a necessidade de facilitar o acesso a mais informação sobre a reserva. Essa necessidade tinha também já sido detetada na recolha de informação exploratória sobre a reserva. Os dados coletados enfatizam a importância da adoção de um modelo de cogestão das áreas protegidas, que aproxime a gestão e conservação desses locais das autoridades locais, principais atores da sociedade civil e comunidades envolvidasThe study analysed visitation data to the reserve, recorded by automatic counters at strategic points along the RNPB pedestrian route, from January 2019 to March 2021. A significant decrease in the number of visitors was observed due to the restrictions imposed by the COVID-19 pandemic, despite the fact that the area was used for authorised walks by the local population, who took longer walks during this period. In addition to the data analysis, two surveys were carried out: One was addressed to the companies licensed by the RNP management to organise tourist activities in the reserve, and the other to visitors. Of the 51 visitors interviewed on site, the majority (50%) were between 31 and 45 years old and 48% were residents of Golegã, one of the nearest municipalities. The visitors were satisfied with the visit and 50 of them expressed their intention to return. The survey sent by e-mail to companies offering activities (hiking, horse riding, bird watching, etc.) had a low response rate. However, both visitors and companies identified some weaknesses in the reserve, such as the lack of infrastructure (such as toilets and bird observatories (which had been vandalised)), inadequate maintenance of the forest, and the absence of rangers/guards in the area. The pollution of the River Almonda was identified as one of the main negative aspects mentioned by visitors. The information collected can be very useful for the management of the reserve, one of the main suggestions being the need for easier access to more information about the reserve. This need had already been identified during the collection of exploratory information about the Reserve. The data collected highlights the importance of adopting a model of co-management of protected areas that brings the management and conservation of these sites closer to local authorities, key civil society actors and the communities involved.Research Unit of Polytechnic Institute of Santarém2023-12-31info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.25746/ruiips.v11.i3.32504por2182-9608Queiroz, MárciaPereira, FernandoRuivo, PaulaPaulo, Anainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-04T19:16:00Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/32504Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:30:05.189747Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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O artigo apresenta os resultados de um trabalho de estágio do curso de Educação Ambiental e Turismo de Natureza, realizado na Reserva Natural do Paul do Boquilobo (RNPB), durante o período de fevereiro a julho de 2021, A reserva está localizada na confluência dos rios Almonda e Tejo, nos concelhos de Torres Novas e Golegã. Trata-se de uma área natural húmida que abriga uma grande diversidade de aves, servindo como local de reprodução, alimentação e repouso para as rotas de migração. Esta área foi em 1981 reconhecida como Reserva Mundial da Biosfera. O estudo analisou dados de visitação à Reserva, que foram registados por contadores automáticos em pontos estratégicos ao longo do Percurso Pedestre da RNPB, no período de janeiro de 2019 a março de 2021. Ficou evidente uma diminuição significativa no número de visitantes devido às restrições impostas pela pandemia da COVID-19 apesar de ser utilizada para as saídas permitidas para caminhadas por parte das populações residentes nas vizinhanças, que praticaram nesta altura passeios de maior extensão. Além da análise dos dados, foram conduzidos dois inquéritos por questionário: um destinado a empresas licenciadas, pela entidade gestora da RNP, para organizar atividades turísticas na Reserva e outro direcionado aos seus visitantes. Dos 51 visitantes inquiridos no local, a maioria (50%) pertencia à faixa etária de 31 a 45 anos, e 48% eram residentes na Golegã, um dos concelhos mais próximos. Os visitantes mostraram-se satisfeitos com a visita, e 50 deles manifestaram a intenção de retornar. O inquérito enviado às empresas que desenvolvem atividades (passeios pedestres, a cavalo, observação de aves, etc.), enviado através de correio eletrónico registou uma baixa taxa de resposta. No entanto tanto os visitantes quanto as empresas identificaram algumas fragilidades na reserva, como a falta de infraestruturas (como casas de banho e observatórios de aves (que havia sido vandalizado)), a manutenção inadequada da mata, e a ausência de vigilantes/guardas da natureza. A poluição do rio Almonda foi apontada como um dos principais aspetos negativos invocados pelos visitantes. A informação recolhida poderá ser muito útil à gestão da reserva, sendo referida como uma das principais sugestões a necessidade de facilitar o acesso a mais informação sobre a reserva. Essa necessidade tinha também já sido detetada na recolha de informação exploratória sobre a reserva. Os dados coletados enfatizam a importância da adoção de um modelo de cogestão das áreas protegidas, que aproxime a gestão e conservação desses locais das autoridades locais, principais atores da sociedade civil e comunidades envolvidas |
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