O papel do stress oxidativo no envelhecimento e na demência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Teixeira, J
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Feio, M, Figueira, ML
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.10/1357
Resumo: Introdução: O envelhecimento biológico é um processo fisiológico normal, não patológico, sendo a teoria do envelhecimento pelo stress oxidativo, uma das mais aceites para explicar o envelhecimento postulando que o stress oxidativo conduz a mutações no DNA mitocondrial responsáveis pelas alterações na senescência. As demências são doenças neu- rodegenerativas cujo principal factor de risco para o seu aparecimento é o envelhecimento. Apesar de ainda não se conhecerem os mecanismos exactos de lesão neuronal subjacentes às doenças neurodegenerativas em geral e às demências em particular, os dados mais recen-tes sugerem o envolvimento do stress oxidativo e da dinâmica mitocondrial no processo. Objectivos: Fazer uma revisão da literatura sobre o papel do stress oxidativo na patogénese do envelhecimento e da demência. Métodos: Revisão não sistemática da literatura através da pesquisa em referências bibliográficas consideradas relevantes pelos autores suplementada por artigos obtidos através de pesquisa na base de dados Medline/Pubmed utilizando combinações das seguintes palavras-chave “oxidative stress”, “dementia”, “aging” e “pathogenesis”, publicados entre 1950 e 2013. Foram também consultadas referências bibliográficas dos artigos obtidos e livros consultados. Resultados: Nos últimos 5 anos têm sido conduzidas novas investigações sobre a relação entre stress oxidativo e envelhecimento. Uma das hipóteses consideradas actualmente é que, durante o envelhecimento, a regulação homeostática da biogénese, dinâmica e turnover por autofagia deixa de conseguir manter eficazmente o funcionamento das mi-tocôndrias, resultando na senescência celular. Consequentemente, a lesão oxidativa pode ul- trapassar um limiar crucial acima do qual a apoptose é desencadeada, levando a alterações substanciais na morfologia mitocondrial e à morte celular irreversível. Relativamente às demências, os dados mais recentes têm vindo a demonstrar de forma consistente a presença de níveis aumentados de stress oxidativo nas regiões cerebrais afectadas pela doença bem como a existência de disfunção na dinâmica e na morfologia das mitocôndrias, tal como ocorre no envelhecimento. Conclusões: Os dados mais recentes sugerem o envolvimento do stress oxidativo e da dinâmica mitocondrial no processo do envelhecimento e na demência, de forma directa ou indirecta, o que poderá vir a influenciar o modelo actual da fisiopatologia das demências bem como alargar as possibilidades de intervenção terapêutica no futuro.
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