Os portugueses e o acolhimento de refugiados: privação relativa e hostilidade intergrupal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Neves, Maria Teresa de Jesus
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/12619
Resumo: A privação relativa grupal tem sido estudada como preditora de atitudes intergrupais negativas e ainda da adesão a protestos e políticas nacionalistas e anti-imigração. Neste trabalho procurámos analisar a relação entre privação relativa grupal dos portugueses e as suas atitudes face aos refugiados. Concretamente, e alargando a literatura existente sobre os efeitos negativos da privação relativa, explorámos novos mecanismos (i.e., crenças de impacto negativo, desumanização, e angústia coletiva) através dos quais a privação relativa grupal está associada a relações intergrupais negativas. Através da aplicação de um questionário a cidadãos portugueses (N=363) verificou-se, tal como esperado, que os portugueses que se sentiam privados face a outros cidadãos europeus apresentavam atitudes mais negativas face a refugiados (e.g., racismo moderno, distância social, e apoio a politicas restritivas de acolhimento). Especificamente, níveis elevados de privação grupal estiveram associados a uma maior adesão a crenças de impacto negativo dos refugiados e à desumanização (i.e., negação da natureza humana), que por sua vez se associaram a um maior desejo de distância social face aos refugiados, maior racismo moderno e apoio a políticas que restringem o seu acesso a benefícios sociais. Estes resultados alargam a investigação existente, em particular ao demonstrarem que perceção de privação face a um exogrupo pode ter um efeito generalizado nas relações intergrupais, originando atitudes negativas face a outro grupo que não está diretamente relacionado com o sentimento de privação. Contrariamente ao esperado, esta relação não foi particularmente forte para os indivíduos que se identificam narcisicamente com Portugal.
id RCAP_d12d0a54b8acdde32a59dac51ae2159a
oai_identifier_str oai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/12619
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Os portugueses e o acolhimento de refugiados: privação relativa e hostilidade intergrupalNarcisismoRelações intergrupaisAtitudeRefugiadoRelative group deprivation,Intergroup attitudesDehumanizationImpact beliefsCollective narcissismA privação relativa grupal tem sido estudada como preditora de atitudes intergrupais negativas e ainda da adesão a protestos e políticas nacionalistas e anti-imigração. Neste trabalho procurámos analisar a relação entre privação relativa grupal dos portugueses e as suas atitudes face aos refugiados. Concretamente, e alargando a literatura existente sobre os efeitos negativos da privação relativa, explorámos novos mecanismos (i.e., crenças de impacto negativo, desumanização, e angústia coletiva) através dos quais a privação relativa grupal está associada a relações intergrupais negativas. Através da aplicação de um questionário a cidadãos portugueses (N=363) verificou-se, tal como esperado, que os portugueses que se sentiam privados face a outros cidadãos europeus apresentavam atitudes mais negativas face a refugiados (e.g., racismo moderno, distância social, e apoio a politicas restritivas de acolhimento). Especificamente, níveis elevados de privação grupal estiveram associados a uma maior adesão a crenças de impacto negativo dos refugiados e à desumanização (i.e., negação da natureza humana), que por sua vez se associaram a um maior desejo de distância social face aos refugiados, maior racismo moderno e apoio a políticas que restringem o seu acesso a benefícios sociais. Estes resultados alargam a investigação existente, em particular ao demonstrarem que perceção de privação face a um exogrupo pode ter um efeito generalizado nas relações intergrupais, originando atitudes negativas face a outro grupo que não está diretamente relacionado com o sentimento de privação. Contrariamente ao esperado, esta relação não foi particularmente forte para os indivíduos que se identificam narcisicamente com Portugal.Relative group deprivation has been studied as a predictor of negative intergroup attitudes, as well as, of supporting nationalist and anti-immigration protests and policies. The current work examines the relation between relative group deprivation of Portuguese and their attitudes toward refugees. Specifically, extending the existent literature on the negative effects of relative deprivation, we explored new underlying mechanisms (i.e., negative impact beliefs, dehumanization, and collective angst) through which relative group deprivation is associated with negative intergroup attitudes. Participants (N = 363) completed a survey. Results showed that, as expected, Portuguese who felt deprived relative to other European citizens revealed more negative attitudes toward refugees (i.e., modern racism, social distance, and support for restrictive hosting policies). Specifically, higher levels of group deprivation were associated with higher endorsement of beliefs about the negative impact of refugees and higher dehumanization (i.e., denial of human nature), which were then associated to a higher desire of social distance toward refugees, higher modern racism, and support for policies that constrain their access to social benefits. These results extend the existent research, namely by demonstrating that feeling deprived relative to an outgroup can have an extend impact on intergroup relations, triggering negative attitudes towards a different outgroup that is not directly related to the deprivation source. Contrary to the expected, this relation was not particularly stronger for individuals high on collective narcissism.2017-03-20T17:59:25Z2016-11-09T00:00:00Z2016-11-092016-09info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/octet-streamhttp://hdl.handle.net/10071/12619TID:201331527porNeves, Maria Teresa de Jesusinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-09T17:56:43Zoai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/12619Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:29:07.448862Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Os portugueses e o acolhimento de refugiados: privação relativa e hostilidade intergrupal
title Os portugueses e o acolhimento de refugiados: privação relativa e hostilidade intergrupal
spellingShingle Os portugueses e o acolhimento de refugiados: privação relativa e hostilidade intergrupal
Neves, Maria Teresa de Jesus
Narcisismo
Relações intergrupais
Atitude
Refugiado
Relative group deprivation,
Intergroup attitudes
Dehumanization
Impact beliefs
Collective narcissism
title_short Os portugueses e o acolhimento de refugiados: privação relativa e hostilidade intergrupal
title_full Os portugueses e o acolhimento de refugiados: privação relativa e hostilidade intergrupal
title_fullStr Os portugueses e o acolhimento de refugiados: privação relativa e hostilidade intergrupal
title_full_unstemmed Os portugueses e o acolhimento de refugiados: privação relativa e hostilidade intergrupal
title_sort Os portugueses e o acolhimento de refugiados: privação relativa e hostilidade intergrupal
author Neves, Maria Teresa de Jesus
author_facet Neves, Maria Teresa de Jesus
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Neves, Maria Teresa de Jesus
dc.subject.por.fl_str_mv Narcisismo
Relações intergrupais
Atitude
Refugiado
Relative group deprivation,
Intergroup attitudes
Dehumanization
Impact beliefs
Collective narcissism
topic Narcisismo
Relações intergrupais
Atitude
Refugiado
Relative group deprivation,
Intergroup attitudes
Dehumanization
Impact beliefs
Collective narcissism
description A privação relativa grupal tem sido estudada como preditora de atitudes intergrupais negativas e ainda da adesão a protestos e políticas nacionalistas e anti-imigração. Neste trabalho procurámos analisar a relação entre privação relativa grupal dos portugueses e as suas atitudes face aos refugiados. Concretamente, e alargando a literatura existente sobre os efeitos negativos da privação relativa, explorámos novos mecanismos (i.e., crenças de impacto negativo, desumanização, e angústia coletiva) através dos quais a privação relativa grupal está associada a relações intergrupais negativas. Através da aplicação de um questionário a cidadãos portugueses (N=363) verificou-se, tal como esperado, que os portugueses que se sentiam privados face a outros cidadãos europeus apresentavam atitudes mais negativas face a refugiados (e.g., racismo moderno, distância social, e apoio a politicas restritivas de acolhimento). Especificamente, níveis elevados de privação grupal estiveram associados a uma maior adesão a crenças de impacto negativo dos refugiados e à desumanização (i.e., negação da natureza humana), que por sua vez se associaram a um maior desejo de distância social face aos refugiados, maior racismo moderno e apoio a políticas que restringem o seu acesso a benefícios sociais. Estes resultados alargam a investigação existente, em particular ao demonstrarem que perceção de privação face a um exogrupo pode ter um efeito generalizado nas relações intergrupais, originando atitudes negativas face a outro grupo que não está diretamente relacionado com o sentimento de privação. Contrariamente ao esperado, esta relação não foi particularmente forte para os indivíduos que se identificam narcisicamente com Portugal.
publishDate 2016
dc.date.none.fl_str_mv 2016-11-09T00:00:00Z
2016-11-09
2016-09
2017-03-20T17:59:25Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10071/12619
TID:201331527
url http://hdl.handle.net/10071/12619
identifier_str_mv TID:201331527
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
application/octet-stream
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799134853655953408