Habitar em Exposição

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Riscado, Ana Filipa Marques
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/21388
Resumo: O século XX foi marcado por vastos acontecimentos na história mundial e, consequentemente, na história da Arquitetura. Os efeitos consecutivos motivados pelos conflitos da guerra, e anteriormente, pela revolução industrial, proporcionaram aos arquitetos e arquitetas uma nova conceção de arquitetura, apostando numa nova era de pensamento, que quebrava com os ideais anteriormente estabelecidos. A arquitetura moderna reflete os novos modos de habitar a casa e a importância de construir uma arquitetura adequada às inúmeras condições essenciais para uma vida quotidiana mais leve e fácil. A iluminação, a ventilação, assim como, as noções de espaço suficiente e salubre, são características fundamentais do novo pensamento arquitetónico emergente, onde uma arquitetura idealizada de dentro para fora torna o tema da habitação a preocupação fundamental dos arquitetos. Esta nova era de pensamento reflete-se através dos concursos, dos cartazes publicitários, das publicações nas revistas, nos jornais e essencialmente através das exposições de arquitetura. Este meio de comunicação, as exposições, são um dos principais responsáveis pela construção destas experiências arquitetónicas com novos conceitos, convertendo estes eventos nos grandes laboratórios das ideias dos arquitetos. Ao longo dos anos, diversos arquitetos foram desconstruindo o conceito “exposições de arquitetura” porque o objetivo não era apenas documentar, mas sobretudo realizar, proporcionando uma comunicação muito mais direta ao público. As exposições estiveram no centro da vanguarda europeia durante as primeiras décadas do século, sendo criadas em inúmeras instalações artísticas e galerias de arte. Contudo, as que proporcionaram o auge das exposições industriais foram as organizadas em espaços abertos ou em grandes pavilhões. Com o seu papel político, cultural e económico, estas exposições, acabam por ser um símbolo e tornam-se grandes eventos a fim de destacar a relação entre a técnica e a forma na arquitetura, fazendo assim das habitações expostas um marco fundamental para o desenvolvimento dos princípios da racionalização, economia, flexibilidade e qualidade do espaço interior. Deste modo, o presente trabalho não só reflete as soluções dos arquitetos para os problemas habitacionais emergentes da primeira metade do século XX, como também pretende realçar a importância que a construção à escala real de elementos temporais teve para a realização de projetos de habitação e do novo pensamento desta era moderna analisando três casos de estudo - Bairro na colina Mathildenhöhe, na Alemanha, projetado e construído pela Associação Darmstadt, em 1901, na exposição “Die Ausstelung der Künstler-Kolonie”; o complexo habitacional localizado em Stuttgart, na Alemanha, projetado pela Associação Deutscher Werkbund, em 1927, na exposição “Die Wohnung” e a exibição de uma maqueta de um fogo-tipo, em tamanho real, de um projeto de conjunto de blocos de habitação coletiva na Ajuda, da responsabilidade da Associação dos Inquilinos Lisbonenses (AIL) na exposição “O Cooperativismo Habitacional do Mundo”, realizada na Sociedade Nacional de Belas-Artes, em 1957. Toda a investigação pretende também complementar noções projetuais na vertente prática deste trabalho, unindo assim as duas vertentes através da reflexão do espaço interior e a sua organização.
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Esta nova era de pensamento reflete-se através dos concursos, dos cartazes publicitários, das publicações nas revistas, nos jornais e essencialmente através das exposições de arquitetura. Este meio de comunicação, as exposições, são um dos principais responsáveis pela construção destas experiências arquitetónicas com novos conceitos, convertendo estes eventos nos grandes laboratórios das ideias dos arquitetos. Ao longo dos anos, diversos arquitetos foram desconstruindo o conceito “exposições de arquitetura” porque o objetivo não era apenas documentar, mas sobretudo realizar, proporcionando uma comunicação muito mais direta ao público. As exposições estiveram no centro da vanguarda europeia durante as primeiras décadas do século, sendo criadas em inúmeras instalações artísticas e galerias de arte. Contudo, as que proporcionaram o auge das exposições industriais foram as organizadas em espaços abertos ou em grandes pavilhões. Com o seu papel político, cultural e económico, estas exposições, acabam por ser um símbolo e tornam-se grandes eventos a fim de destacar a relação entre a técnica e a forma na arquitetura, fazendo assim das habitações expostas um marco fundamental para o desenvolvimento dos princípios da racionalização, economia, flexibilidade e qualidade do espaço interior. Deste modo, o presente trabalho não só reflete as soluções dos arquitetos para os problemas habitacionais emergentes da primeira metade do século XX, como também pretende realçar a importância que a construção à escala real de elementos temporais teve para a realização de projetos de habitação e do novo pensamento desta era moderna analisando três casos de estudo - Bairro na colina Mathildenhöhe, na Alemanha, projetado e construído pela Associação Darmstadt, em 1901, na exposição “Die Ausstelung der Künstler-Kolonie”; o complexo habitacional localizado em Stuttgart, na Alemanha, projetado pela Associação Deutscher Werkbund, em 1927, na exposição “Die Wohnung” e a exibição de uma maqueta de um fogo-tipo, em tamanho real, de um projeto de conjunto de blocos de habitação coletiva na Ajuda, da responsabilidade da Associação dos Inquilinos Lisbonenses (AIL) na exposição “O Cooperativismo Habitacional do Mundo”, realizada na Sociedade Nacional de Belas-Artes, em 1957. Toda a investigação pretende também complementar noções projetuais na vertente prática deste trabalho, unindo assim as duas vertentes através da reflexão do espaço interior e a sua organização.The twentieth century is characterized by diverse events on world history and, therefore, on Architecture history. The chain of events driven by war, and before, by industrial revolution, give the architects the opportunity to see architecture in a new light that broke free from previously established ideas. Modern Architecture reflects the new ways to inhabit your home and the importance of building a home that provided all the essential conditions for easy and unencumbered life. Illumination, ventilation and notions like plenty and heathy space, are fundamental characteristics in this new emerging architectonic thinking where the architecture is planned from inside out and the quality of life is the architect main concern. This new era of thought is reflected by contests, advertising poster’s, magazines, newspapers and mainly by architecture expositions. These expositions are one of the main reasons for the building of these architectonic experiences and by doing so, turning these events in great laboratories where architects can apply their ideas. During several years, architects have been analyzing the concept of “Architecture Expositions”, the objective was not only to document but also to give the public a clearer view of this new architecture paradigm. These expositions were on the vanguard of innovation during the first twentieth century decades, several artistic installations and art galleries were created during this time. However, the ones who provided the peak of industrial expositions were the ones realized on open spaces or in big halls. With its politic, cultural and economic role, these expositions end up being a symbol and become big events that celebrate the relation between the technique and form on architecture making the expositions a fundamental point in the development of the principles of rationalization, economy, flexibility and quality. This way, this work not only reflects the architects proposed solutions for the emerging habitational problems on first half of the twentieth century, but also intends to highlight the importance that these real scale constructions with temporal elements had to the execution of habitational projects and this new line of thought by analyzing 3 different case studies. - Mathildenhöhe, on Germany, projected and built by the Association Deutscher Werkbund, in 1927 on the exposition “Die Wohnung” and the exhibition of a model type in real scale, and a project based on a set of blocks used for collective living in Ajuda, under the responsibility of Associação dos Inquilinos Lisbonenses (AIL) on the exposition “O Cooperativismo Habitacional do Mundo”, presented on Sociedade Nacional de Belas-Artes in 1957. This research intends to complement with projectual ideas the pratical part of this essay, and in this way to unite the two separate strands by reflecting on the interior space and its organization.2021-01-20T10:45:19Z2019-11-22T00:00:00Z2019-11-222019-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10071/21388TID:202457079porRiscado, Ana Filipa Marquesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-09T17:50:19Zoai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/21388Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:24:47.256703Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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