Actividade industrial na frente ribeirinha de Almada nos séculos XIX e XX: contributos para a constituição de um núcleo museológico
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/94543 |
Resumo: | O concelho de Almada, situado na margem sul do Tejo, tem como limites naturais o rio Tejo a norte, o mar da Palha a este e o oceano Atlântico a oeste. Com esta realidade geográfica, não é de estranhar que a história do concelho esteja intimamente ligada ao mar, factor determinante no processo de desenvolvimento e crescimento da cidade. Ao longo do século XIX, o comércio e agricultura vão dando lugar ao crescimento da indústria, que se disseminou um pouco por toda a frente ribeirinha do concelho. Mais de uma centena de fábricas, oficinas e armazéns, em sectores industriais tão distintos como a indústria naval, corticeira, conserveira, da tanoaria ou de produtos químicos, vão-se instalando no concelho, contribuindo de forma indelével para o crescimento económico, social e urbanístico da cidade. Com as fábricas vieram os bairros operários, os largos, as escolas, os hospitais e as corporações de bombeiros, que transformaram o rosto de Almada, transformações essas que são visíveis ainda hoje. A partir da segunda metade do século XX, a quase totalidade das indústrias e armazéns entra em declínio, precipitado pelos mais diversos argumentos. Os antigos edifícios industriais sofrem, então, um acentuado processo de abandono e degradação, que afectou não só as estruturas, como o recheio das mesmas. Séculos de memórias viram-se destruídas e caídas no esquecimento, deixadas à mercê da implacável passagem do tempo. É urgente inverter a situação e fazer os possíveis para combater este abandono, através da salvaguarda e reabilitação destes antigos edifícios industriais. Ao longo das últimas décadas, são visíveis no concelho de Almada algumas iniciativas que demonstram já uma certa preocupação pelo património cultural do concelho, neste caso pelo património industrial. Todavia, muito há ainda a ser feito. Acreditamos que a reabilitação de alguns destes edifícios para fins culturais e museológicos em muito ajudaria a combater o processo de degradação dos edifícios, assumindo-se, em simultâneo, como um factor de desenvolvimento sustentável para a cidade de Almada. Sobretudo, acreditamos que o concelho peca ainda pela inexistência de um núcleo museológico dedicado à história da indústria na frente ribeirinha, falha grave tendo em conta o quanto a indústria contribuiu para o desenvolvimento da cidade. Como tal, serve o presente projecto como ponto de partida para esse mesmo objectivo, lançando alguns contributos para a constituição de um núcleo museológico dedicado à indústria em Almada, entre os séculos XIX e XX. |
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Actividade industrial na frente ribeirinha de Almada nos séculos XIX e XX: contributos para a constituição de um núcleo museológicoMuseologiaAlmadaIndústriaFrente ribeirinhaNúcleo museológicoExposiçãoIndustryRiverfrontMuseumExhibitionDomínio/Área Científica::Humanidades::Outras HumanidadesO concelho de Almada, situado na margem sul do Tejo, tem como limites naturais o rio Tejo a norte, o mar da Palha a este e o oceano Atlântico a oeste. Com esta realidade geográfica, não é de estranhar que a história do concelho esteja intimamente ligada ao mar, factor determinante no processo de desenvolvimento e crescimento da cidade. Ao longo do século XIX, o comércio e agricultura vão dando lugar ao crescimento da indústria, que se disseminou um pouco por toda a frente ribeirinha do concelho. Mais de uma centena de fábricas, oficinas e armazéns, em sectores industriais tão distintos como a indústria naval, corticeira, conserveira, da tanoaria ou de produtos químicos, vão-se instalando no concelho, contribuindo de forma indelével para o crescimento económico, social e urbanístico da cidade. Com as fábricas vieram os bairros operários, os largos, as escolas, os hospitais e as corporações de bombeiros, que transformaram o rosto de Almada, transformações essas que são visíveis ainda hoje. A partir da segunda metade do século XX, a quase totalidade das indústrias e armazéns entra em declínio, precipitado pelos mais diversos argumentos. Os antigos edifícios industriais sofrem, então, um acentuado processo de abandono e degradação, que afectou não só as estruturas, como o recheio das mesmas. Séculos de memórias viram-se destruídas e caídas no esquecimento, deixadas à mercê da implacável passagem do tempo. É urgente inverter a situação e fazer os possíveis para combater este abandono, através da salvaguarda e reabilitação destes antigos edifícios industriais. Ao longo das últimas décadas, são visíveis no concelho de Almada algumas iniciativas que demonstram já uma certa preocupação pelo património cultural do concelho, neste caso pelo património industrial. Todavia, muito há ainda a ser feito. Acreditamos que a reabilitação de alguns destes edifícios para fins culturais e museológicos em muito ajudaria a combater o processo de degradação dos edifícios, assumindo-se, em simultâneo, como um factor de desenvolvimento sustentável para a cidade de Almada. Sobretudo, acreditamos que o concelho peca ainda pela inexistência de um núcleo museológico dedicado à história da indústria na frente ribeirinha, falha grave tendo em conta o quanto a indústria contribuiu para o desenvolvimento da cidade. Como tal, serve o presente projecto como ponto de partida para esse mesmo objectivo, lançando alguns contributos para a constituição de um núcleo museológico dedicado à indústria em Almada, entre os séculos XIX e XX.The municipality of Almada, located on the south bank of the Tagus river, has as its natural limits the Tagus River to the north, the Palha sea to the east and the Atlantic Ocean to the west. With this geographical reality, it is not surprising that the history of the county is closely linked to the river, a determining factor in the process of development and growth of the city. Throughout the nineteenth century, trade and agriculture gave way to the growth of industry, which spread across the county’s riverfront. More than a hundred factories, workshops and warehouses in industrial sectors as diverse as shipping, cork, canning, cooperage or chemicals industries, settled in the county, contributing indelibly to the economical, social and urbanistic growth of the city. With the factories came the working-class neighborhoods, squares, schools, hospitals and fire brigades, that transformed Almada's face, changes that are still visible today. From the second half of the twentieth century, almost all industries and warehouses go into decay, precipitated by the most diverse arguments. The old industrial buildings then suffer a marked process of abandonment and degradation, which affected not only the structures, but also their filling. Centuries of memories were destroyed, left at the mercy of the relentless passage of time. It’s urgent to reverse the situation and to do everything possible to combat this abandonment, through the safeguarding and rehabilitation of these old industrial buildings. Over the last decades, some initiatives have been visible in Almada that already show some concern for the cultural heritage of the municipality, in this case the industrial heritage. However, much remains to be done. We believe that the rehabilitation of some of these buildings for cultural and museological purposes would greatly help to combat the process of building degradation, while assuming itself as a factor of sustainable development for the city of Almada. Above all, we believe that the county still sins for the lack of a museum dedicated to the riverfront’s industrial history, a serious failure considering how much the industry contributed to the development of the city. As such, this project serves as a starting point for this purpose, making contributions to the constitution of a museum dedicated to the industry in Almada, between the 19th and 20th centuries.Folgado, DeolindaRUNTeixeira, Cláudia Raquel Zegre2023-02-06T01:30:56Z2020-02-062020-03-192020-02-06T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/94543TID:202446247porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:42:31Zoai:run.unl.pt:10362/94543Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:37:59.662833Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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