Bioecologia da vespa-das-galhas-do-castanheiro, (Dryocosmus kuriphilus Yasumatsu) e combate biológico com Torymus sinensis Kamijo
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | eng |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10198/29206 |
Resumo: | Dryocosmus kuriphilus Yasumatsu, mais conhecida como vespa-das-galhas-do- castanheiro, é considerada, a nível mundial, uma praga-chave do castanheiro (EFSA 2010). Esta praga de origem asiática (China) dispersou-se rapidamente pelo mundo, estabelecendo-se primeiramente em países como o Japão e a Coreia do Sul, passando pelos Estados Unidos da América e chegando por fim à Europa. A vespa-das-galhas-do- castanheiro ataca os gomos do castanheiro, induzindo a formação de galhas que por sua vez impedem o desenvolvimento do castanheiro, resultando numa redução significativa do crescimento e da produção. Na Europa os primeiros casos de ataque de D. kuriphilus foram registados em Itália no ano de 2002, dispersando-se rapidamente nos anos seguintes por países como a França, Suiça e mais tarde (2014) referenciada pela primeira vez em Espanha. Em Portugal, esta praga foi regista por primeira vez em 2014, dispersando-se rapidamente no território continental e nos arquipélagos, causando grande alarmismo e alguns estragos e prejuízos. Para grande preocupação dos agricultores, esta praga tem uma grande capacidade de dispersão e adaptação, com a parte mais sensível do seu ciclo biológico a ocorrer no interior dos gomos e galhas, dificultando assim o combate convencional através da aplicação de inseticidas. Este inseto tem sido objeto de múltiplos estudos nos países onde já se encontra estabelecido. D. kuriphilus é considerada pela EFSA (2010) a praga mais importante associada ao castanheiro. Sendo a região de Trás-os-Montes, uma das mais importantes zonas de produção de castanha em Portugal, considerou-se necessário conhecer melhor a bioecologia do inseto, os parasitoides autóctones e as possibilidades do combate biológico. Este trabalho foi desenvolvido com o propósito de estudar o ciclo biológico da vespa-das-galhas-do-castanheiro e a avaliação do controlo biológico da praga, com recurso ao parasitoide exótico Torymus sinensis Kamijo. O trabalho compreende a colheita e dissecação de gomos/galhas do castanheiro para estudo do ciclo biológico da praga, a monitorização do parasitoide T. sinensis e a identificação de parasitoides autóctones emergidos de galhas de inverno (do ano anterior). Foi possível observar que a altitudes de 770 metros os adultos de D. kuriphilus apareceram um mês mais cedo do que nas galhas colhidas a 890 metros de altitude. A mesma tendência verificou-se também no aparecimento de pupas e larvas L3. Os resultados obtidos no ensaio de emergência de T. sinensis em condições naturais, mostram um pico de emergência em finais de março, sendo que as primeiras galhas foram observadas apenas em início de maio. Em média, emergiram mais T. sinensis nas amostras das largadas do ano de 2021. Os pontos de monitorização de largadas realizadas no ano de 2022 apresentaram uma taxa de parasitismo média elevada, com valores situados entre 3,13% e 36,81%, com seis das Freguesias com taxas de parasitismo abaixo dos 10%. Na monitorização dos parasitoides autóctones foram identificados indivíduos pertencentes à superfamília Chalcidoidea e às superfamílias Ichneumonoidea e Ceraphronoidea. O período de emergência destes parasitoides foi registado entre final de março e início de maio, tendo sido identificados em maior número parasitoides pertencentes à espécie Eupelmus uruzonus Nees e ao género Mesopolobus sp. |
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Bioecologia da vespa-das-galhas-do-castanheiro, (Dryocosmus kuriphilus Yasumatsu) e combate biológico com Torymus sinensis KamijoCastanheiroVespa-das-galhas-do-castanheiroDryocosmus kuriphilus YasumatsuControlo biológicoTorymus sinensis KamijoParasitoides autóctonesDomínio/Área Científica::Ciências Agrárias::Agricultura, Silvicultura e PescasDryocosmus kuriphilus Yasumatsu, mais conhecida como vespa-das-galhas-do- castanheiro, é considerada, a nível mundial, uma praga-chave do castanheiro (EFSA 2010). Esta praga de origem asiática (China) dispersou-se rapidamente pelo mundo, estabelecendo-se primeiramente em países como o Japão e a Coreia do Sul, passando pelos Estados Unidos da América e chegando por fim à Europa. A vespa-das-galhas-do- castanheiro ataca os gomos do castanheiro, induzindo a formação de galhas que por sua vez impedem o desenvolvimento do castanheiro, resultando numa redução significativa do crescimento e da produção. Na Europa os primeiros casos de ataque de D. kuriphilus foram registados em Itália no ano de 2002, dispersando-se rapidamente nos anos seguintes por países como a França, Suiça e mais tarde (2014) referenciada pela primeira vez em Espanha. Em Portugal, esta praga foi regista por primeira vez em 2014, dispersando-se rapidamente no território continental e nos arquipélagos, causando grande alarmismo e alguns estragos e prejuízos. Para grande preocupação dos agricultores, esta praga tem uma grande capacidade de dispersão e adaptação, com a parte mais sensível do seu ciclo biológico a ocorrer no interior dos gomos e galhas, dificultando assim o combate convencional através da aplicação de inseticidas. Este inseto tem sido objeto de múltiplos estudos nos países onde já se encontra estabelecido. D. kuriphilus é considerada pela EFSA (2010) a praga mais importante associada ao castanheiro. Sendo a região de Trás-os-Montes, uma das mais importantes zonas de produção de castanha em Portugal, considerou-se necessário conhecer melhor a bioecologia do inseto, os parasitoides autóctones e as possibilidades do combate biológico. Este trabalho foi desenvolvido com o propósito de estudar o ciclo biológico da vespa-das-galhas-do-castanheiro e a avaliação do controlo biológico da praga, com recurso ao parasitoide exótico Torymus sinensis Kamijo. O trabalho compreende a colheita e dissecação de gomos/galhas do castanheiro para estudo do ciclo biológico da praga, a monitorização do parasitoide T. sinensis e a identificação de parasitoides autóctones emergidos de galhas de inverno (do ano anterior). Foi possível observar que a altitudes de 770 metros os adultos de D. kuriphilus apareceram um mês mais cedo do que nas galhas colhidas a 890 metros de altitude. A mesma tendência verificou-se também no aparecimento de pupas e larvas L3. Os resultados obtidos no ensaio de emergência de T. sinensis em condições naturais, mostram um pico de emergência em finais de março, sendo que as primeiras galhas foram observadas apenas em início de maio. Em média, emergiram mais T. sinensis nas amostras das largadas do ano de 2021. Os pontos de monitorização de largadas realizadas no ano de 2022 apresentaram uma taxa de parasitismo média elevada, com valores situados entre 3,13% e 36,81%, com seis das Freguesias com taxas de parasitismo abaixo dos 10%. Na monitorização dos parasitoides autóctones foram identificados indivíduos pertencentes à superfamília Chalcidoidea e às superfamílias Ichneumonoidea e Ceraphronoidea. O período de emergência destes parasitoides foi registado entre final de março e início de maio, tendo sido identificados em maior número parasitoides pertencentes à espécie Eupelmus uruzonus Nees e ao género Mesopolobus sp.Dryocosmus kuriphilus Yasumatsu, better known as the chestnut gall wasp, is considered a key pest of chestnut trees worldwide (EFSA 2010). This pest of Asian origin (China) has spread rapidly around the world, first establishing itself in countries such as Japan and South Korea, passing through the United States of America and finally arriving in Europe. The chestnut gall wasp attacks the buds of the chestnut tree, inducing the formation of galls which in turn prevent the chestnut tree from developing, resulting in a significant reduction in growth and production. In Europe, the first cases of D. kuriphilus attacks were recorded in Italy in 2002, spreading rapidly in the following years to countries such as France, Switzerland and later (2014) it was reported for the first time in Spain. In Portugal, this pest was recorded for the first time in 2014, spreading rapidly across the mainland and the archipelagos, causing great alarm and some damage. To the great concern of farmers, this pest has a great capacity for dispersal and adaptation, with the most sensitive part of its biological cycle occurring inside the buds and galls, therefore making it difficult to combat conventionally by applying insecticides. This insect has been the subject of multiple studies in the countries where it is already established. D. kuriphilus is considered by EFSA (2010) to be the most important pest associated with the chestnut tree, and as the Trás-os-Montes region is one of the most important chestnut production areas in Portugal, it was considered necessary to learn more about the insect's bioecology, native parasitoids and the possibilities of biological combat. This work was carried out with the aim of studying the biological cycle of the chestnut gall wasp and evaluating the biological control of the pest by using the exotic parasitoid Torymus sinensis Kamijo. The work included the collection and dissection of chestnut buds/galls to study the biological cycle of the pest, the monitoring of the parasitoid T. sinensis and the identification of native parasitoids that emerged from winter galls (from the previous year). At altitudes of 770 metres, D. kuriphilus adults appeared a month earlier than on galls collected at 890 metres. The same was observed for the appearance of pupae and L3 larvae. The results obtained in the T. sinensis emergence test under natural conditions show a peak in emergence at the end of March, with the first galls only being observed at the beginning of May. On average, more T. sinensis emerged in the samples from the 2021 releases. The monitoring points for releases carried out in 2022 showed a high average parasitism rate, with values ranging from 3.13 per cent to 36.81 per cent, with six of the locations having parasitism rates below 10 per cent. When monitoring native parasitoids, individuals belonging to the superfamily Chalcidoidea and the superfamilies Ichneumonoidea and Ceraphronoidea were identified. The period of emergence of these parasitoids was recorded between the end of March and the beginning of May, with the highest number of parasitoids identified belonging to the species Eupelmus uruzonus Nees and the genus Mesopolobus sp.Bento, AlbinoSantos, Ana Lúcia LoboBiblioteca Digital do IPBSilva, Jessica Mara Morais da2024-01-15T15:19:12Z20232023-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10198/29206TID:203465938enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-17T01:22:54Zoai:bibliotecadigital.ipb.pt:10198/29206Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:44:52.275463Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Bioecologia da vespa-das-galhas-do-castanheiro, (Dryocosmus kuriphilus Yasumatsu) e combate biológico com Torymus sinensis Kamijo Silva, Jessica Mara Morais da Castanheiro Vespa-das-galhas-do-castanheiro Dryocosmus kuriphilus Yasumatsu Controlo biológico Torymus sinensis Kamijo Parasitoides autóctones Domínio/Área Científica::Ciências Agrárias::Agricultura, Silvicultura e Pescas |
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