Conexões perdidas: Representações de género, violência (armada) e segurança na Resolução 1325

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Rita
Data de Publicação: 2012
Outros Autores: Roque, Sílvia, Moura, Tatiana
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/33429
https://doi.org/10.4000/rccs.4867
Resumo: Este artigo analisa as limitações da Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas (2000) sobre Mulheres, Paz e Segurança (1325/2000) enquanto produto dos conceitos de género, violência e segurança que lhe subjazem. Apesar de representar um importante avanço em termos históricos e de agenda, abrindo possibilidades para um lugar reconhecido das mulheres nos processos de construção da paz e de acordos pós‑conflito, e garantindo que a violência contra elas seja encarada de forma séria tanto internacional como nacionalmente, permanecem várias limitações e desafios no que diz respeito ao alcance da Resolução. Defende‑se, aqui, que a Resolução é (apenas) um passo inicial rumo ao reconhecimento das conexões e possibilidades de diálogo entre género, violência e segurança, mas que a sua direção não transforma necessariamente os entendimentos sobre cada um dos conceitos nem as suas articulações no seio das Nações Unidas, dos Estados‑membros e das próprias organizações não‑governamentais dedicadas às questões de género, nomeadamente os grupos de mulheres. O questionamento dos limites da Resolução faz‑se sobretudo por referência à análise de outros contextos de violência armada que não guerras ou situações pós‑conflito, não abrangidos pela 1325, e em especial no que toca às suas dinâmicas de género.
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Defende‑se, aqui, que a Resolução é (apenas) um passo inicial rumo ao reconhecimento das conexões e possibilidades de diálogo entre género, violência e segurança, mas que a sua direção não transforma necessariamente os entendimentos sobre cada um dos conceitos nem as suas articulações no seio das Nações Unidas, dos Estados‑membros e das próprias organizações não‑governamentais dedicadas às questões de género, nomeadamente os grupos de mulheres. O questionamento dos limites da Resolução faz‑se sobretudo por referência à análise de outros contextos de violência armada que não guerras ou situações pós‑conflito, não abrangidos pela 1325, e em especial no que toca às suas dinâmicas de género.This article analyses the limitations of the United Nations Security Council resolution on Women, Peace and Security (1325/2000) as a product of the concepts of gender, violence and security underpinning it. Although it represents an important historical advance, offering women the chance for a recognized role in peacemaking processes and post‑conflict agreements, and ensuring that violence against them is taken seriously both nationally and internationally, the Resolution nevertheless has a number of limitations and challenges. It is argued here that the Resolution is (only) a first step towards the recognition of the connections and possibilities of dialogue between gender, violence and security, and that it does not necessarily transform the way each concept and the connections between them are understood within the United Nations, its member states and even non‑governmental organizations dedicated to matters of gender, particularly women’s groups. The limits of the Resolution are questioned by analyzing contexts of armed violence other than wars or post‑conflict situations that are not covered by 1325, focusing particularly on their gender dynamics.Cet article se penche sur les limitations de la Résolution du Conseil de Sécurité des Nations Unies (2000) portant sur les Femmes, la Paix et la Sécurité (1325/2000) en tant que produit des concepts de genre, de violence et de sécurité qui lui sont sous‑jacents. Bien qu’il s’agisse d’un progrès important en termes historiques et d’agenda, attribuant aux femmes la possibilité de jouer un rôle effectif dans les processus de construction de la paix et d’accords post‑conflit, ainsi que garantissant que la violence contre les femmes soit perçue avec gravité, tant au niveau international que national, il n’en subsiste pas moins plusieurs limitations et défis quant à la portée de cette Résolution. Nous soutenons ici que la Résolution n’est (à peine) qu’un premier pas en direction de la reconnaissance des connexions et des possibilités de dialogue entre genre, violence et sécurité, mais que la voie suivie ne modifie pas forcément les points de vue sur chacun des concepts, non plus que leurs articulations au sein des Nations Unies, des États membres et des propres organisations non gouvernementales qui se consacrent aux questions de genre, notamment les groupes de femmes. La mise en cause des limites de la Résolution trouve tout particulièrement son fondement dans l’analyse des contextes de violence armée autres que les guerres ou les situations post‑conflit, contextes que n’englobe pas la Résolution 1325 et, surtout, de ses dynamiques de genre.Centro de Estudos Sociais2012info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttp://hdl.handle.net/10316/33429http://hdl.handle.net/10316/33429https://doi.org/10.4000/rccs.4867https://doi.org/10.4000/rccs.4867por0254-11062182-7435http://rccs.revues.org/4867Santos, RitaRoque, SílviaMoura, Tatianainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2021-06-29T10:03:44Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/33429Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:50:53.756016Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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