Invasive genetics of the mummichog (Fundulus Heteroclitus): recent anthropogenic introduction in Iberia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Morim, Teófilo de Sales
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.1/10423
Resumo: Dissertação de mestrado, Biologia Marinha, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade do Algarve, 2017
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spelling Invasive genetics of the mummichog (Fundulus Heteroclitus): recent anthropogenic introduction in IberiaDNA mitocondriaCitocromo bEspécies invasorasVetor de introduçãoDomínio/Área Científica::Ciências Naturais::Ciências BiológicasDissertação de mestrado, Biologia Marinha, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade do Algarve, 2017Fundulus heteroclitus é um pequeno teleósteo extremamente resistente, capaz de sobreviver a uma larga gama de temperaturas e salinidades. É uma espécie endémica da costa Atlântica da América do Norte, onde pode ser encontrada quase continuamente desde a Terra Nova até à Flórida em zonas costeiras, estuários e sapais. Uma vez que apresenta capacidade de dispersão muito reduzida é uma espécie que raramente sai do ambiente que habita. Não só a biologia desta espécie já foi extensivamente estudada, como é também considerada uma espécie modelo para o estudo de variações clinais. Vários estudos focados na sua distribuição nativa demonstraram diferenças significativas a nível morfológico, genético e fisiológico ao longo da costa da Nova Jérsia (40-41º N), o que promoveu a divisão em duas subespécies: F. heteroclitus macrolepidotus com uma distribuição mais a norte e F. heteroclitus heteroclitus localizado a sul. F. heteroclitus foi encontrado pela primeira vez na Península Ibérica na costa sudoeste de Espanha na década de 70, tendo sido provavelmente introduzido entre 1970 e 1973. Desde então, estabeleceu-se com sucesso nesta região, podendo ainda ser encontrado na zona costeira da Ria Formosa em Portugal e no Delta do Ebro em Espanha. Neste estudo analisámos sequências obtidas a partir de um marcador mitocondrial, citocromo b, de modo a elucidar o padrão de expansão de F. heteroclitus na Península Ibérica. As sequências foram recolhidas a partir de indivíduos provenientes de três populações invasoras na Península Ibérica (Faro, Cádis e Delta do Ebro) e de 13 outras localizações ao longo da sua distribuição nativa. A análise das sequências compostas por 700 pares de bases revelou a presença de um único haplótipo comum a todos os indivíduos invasores provenientes da Ibéria. A extrema ausência de diferenciação e estrutura genética das populações Ibéricas é consistente com uma invasão recente desde a qual apenas se passaram cerca de 40 anos, e indica que estas populações invasores sofreram um forte efeito fundador: a primeira população resultou de um pequeno grupo de indivíduos e sofreu uma grande perda de diversidade genética. Apesar de normalmente as populações introduzidas não apresentarem uma diminuição na sua variação genética quando são fundadas por um pequeno reduzido número de indivíduos, a probabilidade de apresentarem níveis de diversidade genética comparáveis com os da distribuição natural é extremamente reduzida. A distribuição do haplótipo invasor na América do Norte é praticamente restrita à região onde a subespécie F. h. macrolepidotus habita. Para além das populações do norte, este haplótipo foi encontrado em apenas dois indivíduos numa das populações do sul. Considerando a raridade com que foi encontrado no sul, e que é o haplótipo dominante na região norte, nós sugerimos que o mais provável é que os indivíduos invasores sejam provenientes da região norte, entre Nova Iorque e Nova Escócia. No nosso caso, a baixa resolução espacial para deteção da população de origem deve-se essencialmente à falta de diferenciação genética entre populações invasores. Após comparação do padrão genético que seria esperado caso esta espécie tivesse sido introduzida através de água de lastro ou libertação de espécimes provenientes de aquariofilia, nós sugerimos que a segunda opção será o vetor de introdução mais provável. Água de lastro é um dos principais vetores de introdução de espécies invasoras, sendo capaz de transportar em simultâneo um grande número de organismos. Uma vez que existem inúmeras embarcações distribuídas globalmente, é provável que ocorram múltiplas introduções ao longo do tempo, cada uma composta por um grande número de indivíduos. Como grandes números de indivíduos tendem a transportar maior diversidade genética, seria expectável encontrar na Península Ibérica níveis de variação genética similares aos da distribuição nativa. Contudo, a falta de diversidade genética demonstrada pelos nossos resultados rejeita este cenário. Apesar do comércio de espécies ornamentais ser responsável por várias introduções a nível global, a libertação de baixos números de indivíduos de cada vez faz com que sejam necessários múltiplos eventos de introdução para que as populações invasoras não demonstrem um efeito de fundador. Adicionalmente, os peixes comercializados para aquariofilia tendem a estar no estado adulto ou apresentam uma boa condição física, o que os torna mais aptos a sobreviverem em ambiente natural após introdução. Acresce que F. heteroclitus é uma espécie extremamente resistente, pelo que a probabilidade de sobrevivência é ainda potencialmente maior. Por conseguinte, consideramos que a hipótese mais provável relativamente à introdução desta espécie na Península Ibérica, mais precisamente na costa sudoeste de Espanha, está relacionada com o comércio de espécies ornamentais. Por fim, evocamos três pontos que apoiam a hipótese de que o estabelecimento de uma população invasora no Delta do Ebro se deveu a uma introdução antropogénica posterior e não a colonização natural. Primeiramente, comparamos a estimativa do tempo decorrido durante a colonização natural da Ria Formosa com a estimativa do tempo decorrido num cenário hipotético de colonização natural do Ebro Delta. Considerando que esta espécie tem uma dispersão extremamente reduzida, e supondo que os indivíduos demoraram cerca de 20 anos para se deslocarem 50 km no caso de Faro e mais de 1000 km para chegarem ao Delta do Ebro, uma colonização de longa distância em tão pouco tempo é extremamente improvável. Em segundo lugar, num cenário de dispersão natural até ao Delta do Ebro seria expectável encontrar várias populações estabelecidas entre Cádis, a localização mais a sul onde é encontrado da Península Ibérica, e o Delta do Ebro. Mais especificamente seria expectável encontrar esta espécie no Mar Menor, uma lagoa de água salgada de condições favoráveis à colonização pelo F. heteroclitus, situada no Mediterrâneo. No entanto, como ainda não foram encontrados espécimenes nesta lagoa, pensa-se que este local se encontra ainda por colonizar. Em último lugar, o estreito de Gibraltar não pode ser excluído como potencial barreira para a dispersão natural de F. heteroclitus. Apesar de ainda não ter sido descrito como barreira para esta espécie em concreto, sabe-se que o estreito de Gibraltar limita a distribuição de várias espécies, nomeadamente de peixes endémicos da Península Ibérica, Aphanius iberus e Aphanius baeticus, de ecologia semelhante a F. heteroclitus. Pelas razões acima mencionadas, sugerimos que introdução antropogénica a partir de indivíduos invasores previamente estabelecidos no sul da Península Ibérica é o cenário mais provável para explicar a presença de indivíduos no Delta do Ebro. Adicionalmente, considerando a grande tolerância a salinidade e temperatura por parte desta espécie, é extremamente provável que continue a expandir a sua distribuição geográfica, enquanto as condições enfrentadas nos habitats novos forem favoráveis ao seu estabelecimento.Castilho, RitaCunha, ReginaSapientiaMorim, Teófilo de Sales2018-03-07T15:03:50Z2017-11-2420172017-11-24T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.1/10423TID:201833042enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-24T10:22:04Zoai:sapientia.ualg.pt:10400.1/10423Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:02:08.096748Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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