Preparação e orquestração de discussões coletivas em matemática
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.26/17723 |
Resumo: | O presente estudo tem como objetivo analisar e compreender os desafios com que me deparei na preparação e orquestração de discussões matemáticas coletivas numa turma do 5.º ano de escolaridade. Mais concretamente, visa identificar estes desafios, de que forma lidei com eles e quais se destacam pela sua relevância. No enquadramento teórico foco, em primeiro lugar, a importância de ensinar Matemática tendo por horizonte a aprendizagem com compreensão e práticas do professor potencialmente favoráveis a esta aprendizagem. Em seguida, centro-me no significado e na importância das discussões coletivas para a aprendizagem da Matemática, apresentando um modelo concebido para auxiliar o professor a preparar e a orquestrar discussões matematicamente produtivas e refiro os principais desafios com que o professor se confronta ao realizar este trabalho. Do ponto de vista metodológico, o estudo insere-se numa abordagem qualitativa e constitui uma investigação sobre a própria prática. Neste âmbito, concebi e concretizei, ao longo de cinco semanas, uma intervenção pedagógica em que foram propostos diversos problemas envolvendo números racionais não negativos. As técnicas de recolha dos dados foram a entrevista, a observação participante e a análise documental. Os dados empíricos foram objeto de uma análise de conteúdo orientada por temáticas que emergiram da articulação entre as questões de investigação, o enquadramento teórico e a leitura flutuante destes dados. Os resultados do estudo ilustram que, ao nível da preparação das discussões, os principais desafios relacionam-se com a escolha de tarefas com potencial para gerar discussões ricas; com a tentativa de antecipar todas as estratégias de resolução passíveis de surgirem na aula; com a previsão de eventuais dificuldades dos alunos; com apoiar os alunos, enquanto trabalham autonomamente, sem validar e influenciar raciocínios; e com selecionar com critério e sequenciar, rápida e eficazmente, as estratégias de resolução a analisar coletivamente. Durante a orquestração das discussões, os desafios que se evidenciaram estão associados a mudanças do padrão de interação de modo a que o “afunilar” (funneling) desse lugar ao “focar” (focusing) e a voz dos alunos estivesse mais presente no discurso da aula; a uma organização eficiente dos registos no quadro; a uma gestão hábil do tempo procurando evitar que a discussão das estratégias de resolução de uma tarefa se distanciasse da altura em que os alunos a exploraram; e a conseguir compatibilizar as contribuições dos alunos com os objetivos programáticos visados. A intensificação do trabalho associado à preparação das aulas, a prática de orquestrar discussões coletivas e a reflexão continuada sobre esta prática, contribuíram para que fosse sendo capaz de lidar com estes desafios, tendo a consciência de que, alguns deles, permanecem. |
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Em seguida, centro-me no significado e na importância das discussões coletivas para a aprendizagem da Matemática, apresentando um modelo concebido para auxiliar o professor a preparar e a orquestrar discussões matematicamente produtivas e refiro os principais desafios com que o professor se confronta ao realizar este trabalho. Do ponto de vista metodológico, o estudo insere-se numa abordagem qualitativa e constitui uma investigação sobre a própria prática. Neste âmbito, concebi e concretizei, ao longo de cinco semanas, uma intervenção pedagógica em que foram propostos diversos problemas envolvendo números racionais não negativos. As técnicas de recolha dos dados foram a entrevista, a observação participante e a análise documental. Os dados empíricos foram objeto de uma análise de conteúdo orientada por temáticas que emergiram da articulação entre as questões de investigação, o enquadramento teórico e a leitura flutuante destes dados. Os resultados do estudo ilustram que, ao nível da preparação das discussões, os principais desafios relacionam-se com a escolha de tarefas com potencial para gerar discussões ricas; com a tentativa de antecipar todas as estratégias de resolução passíveis de surgirem na aula; com a previsão de eventuais dificuldades dos alunos; com apoiar os alunos, enquanto trabalham autonomamente, sem validar e influenciar raciocínios; e com selecionar com critério e sequenciar, rápida e eficazmente, as estratégias de resolução a analisar coletivamente. Durante a orquestração das discussões, os desafios que se evidenciaram estão associados a mudanças do padrão de interação de modo a que o “afunilar” (funneling) desse lugar ao “focar” (focusing) e a voz dos alunos estivesse mais presente no discurso da aula; a uma organização eficiente dos registos no quadro; a uma gestão hábil do tempo procurando evitar que a discussão das estratégias de resolução de uma tarefa se distanciasse da altura em que os alunos a exploraram; e a conseguir compatibilizar as contribuições dos alunos com os objetivos programáticos visados. A intensificação do trabalho associado à preparação das aulas, a prática de orquestrar discussões coletivas e a reflexão continuada sobre esta prática, contribuíram para que fosse sendo capaz de lidar com estes desafios, tendo a consciência de que, alguns deles, permanecem.The present study aims to analyse and understand the challenges I faced in the preparation and orchestration of collective mathematical discussions in a group of the 5th year of schooling. More specifically, it aims to identify these challenges, how I dealt with them and what stand out for their relevance. In the theoretical framework, we focus firstly on the importance of teaching mathematics, taking as horizon the learning with the understanding and practices of the teacher potentially favourable to this learning. Next, I focus on the meaning and importance of collective discussions for the learning of Mathematics, presenting a model designed to assist the teacher in preparing and orchestrating mathematically productive discussions, and I mention the main challenges facing the teacher in doing this job. From the methodological point of view, the study inserts on a qualitative approach and constitutes an investigation about the practice itself. In this context, I conceived and carried out, over five weeks, a pedagogical intervention in which several problems involving non-negative rational numbers were proposed. The techniques of data collection were interview, participant observation and documentary analysis. Empirical data were the object of a content analysis guided by thematic categories that emerged from the articulation between the research questions, the theoretical framework and the floating reading of these data. The results of the study illustrate that, at the level of the preparation of the discussions, the main challenges are related to the choice of tasks with the potential to generate rich discussions; With the attempt to anticipate all the strategies of resolution that may arise in class; With the anticipation of eventual difficulties of the students; With supporting students, while working autonomously, without validating and influencing reasoning; And to select with criteria and quickly and effectively sequencing the resolution strategies to be collectively analysed. During the orchestration of the discussions, the challenges that have emerged are associated with changes in the pattern of interaction so that "funneling" of that place by "focusing" and the students' voice is more present in the discourse of class; Efficient organization of records in the framework; To a skilled management of the time trying to avoid that the discussion of the strategies of resolution of a task distanced itself from the height in which the students explored it; And to be able to make the contributions of the students compatible with the programmed objectives. The intensification of the work associated with class preparation, the practice of orchestrating collective discussions, and the continued reflection on this practice have contributed to its ability to cope with these challenges, with the awareness that some of them remain.Boavida, Ana MariaRepositório ComumSilvestre, Ana Paula Sequeira Gome de Goes2017-01-26T11:24:37Z2017-012017-012017-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.26/17723TID:201602148porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-21T09:52:39Zoai:comum.rcaap.pt:10400.26/17723Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T23:08:32.248908Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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O presente estudo tem como objetivo analisar e compreender os desafios com que me deparei na preparação e orquestração de discussões matemáticas coletivas numa turma do 5.º ano de escolaridade. Mais concretamente, visa identificar estes desafios, de que forma lidei com eles e quais se destacam pela sua relevância. No enquadramento teórico foco, em primeiro lugar, a importância de ensinar Matemática tendo por horizonte a aprendizagem com compreensão e práticas do professor potencialmente favoráveis a esta aprendizagem. Em seguida, centro-me no significado e na importância das discussões coletivas para a aprendizagem da Matemática, apresentando um modelo concebido para auxiliar o professor a preparar e a orquestrar discussões matematicamente produtivas e refiro os principais desafios com que o professor se confronta ao realizar este trabalho. Do ponto de vista metodológico, o estudo insere-se numa abordagem qualitativa e constitui uma investigação sobre a própria prática. Neste âmbito, concebi e concretizei, ao longo de cinco semanas, uma intervenção pedagógica em que foram propostos diversos problemas envolvendo números racionais não negativos. As técnicas de recolha dos dados foram a entrevista, a observação participante e a análise documental. Os dados empíricos foram objeto de uma análise de conteúdo orientada por temáticas que emergiram da articulação entre as questões de investigação, o enquadramento teórico e a leitura flutuante destes dados. Os resultados do estudo ilustram que, ao nível da preparação das discussões, os principais desafios relacionam-se com a escolha de tarefas com potencial para gerar discussões ricas; com a tentativa de antecipar todas as estratégias de resolução passíveis de surgirem na aula; com a previsão de eventuais dificuldades dos alunos; com apoiar os alunos, enquanto trabalham autonomamente, sem validar e influenciar raciocínios; e com selecionar com critério e sequenciar, rápida e eficazmente, as estratégias de resolução a analisar coletivamente. Durante a orquestração das discussões, os desafios que se evidenciaram estão associados a mudanças do padrão de interação de modo a que o “afunilar” (funneling) desse lugar ao “focar” (focusing) e a voz dos alunos estivesse mais presente no discurso da aula; a uma organização eficiente dos registos no quadro; a uma gestão hábil do tempo procurando evitar que a discussão das estratégias de resolução de uma tarefa se distanciasse da altura em que os alunos a exploraram; e a conseguir compatibilizar as contribuições dos alunos com os objetivos programáticos visados. A intensificação do trabalho associado à preparação das aulas, a prática de orquestrar discussões coletivas e a reflexão continuada sobre esta prática, contribuíram para que fosse sendo capaz de lidar com estes desafios, tendo a consciência de que, alguns deles, permanecem. |
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