A Gestão da dor crónica na pessoa com demência avançada: saberes e práticas dos profissionais de saúde de uma estrutura residencial
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/20.500.11960/2211 |
Resumo: | A dor, nomeadamente a dor crónica, apresenta uma grande prevalência entre a população mais idosa. As pessoas com demência estão igualmente expostas a este sintoma, como qualquer outro indivíduo em idade avançada. Contudo a incapacidade de relatar dor verbalmente - uma situação comum nas fases mais avançadas da demência - é amplamente reconhecida como o principal obstáculo na identificação da dor nesta população, constituindo um desafio para os profissionais de saúde, no que respeita à gestão deste sintoma. Diversos estudos observacionais sugerem que a dor, não é devidamente avaliada, sendo muitas vezes subestimada, mal gerida e consequentemente tratada de forma ineficaz na pessoa com demência avançada, sendo um fator de sofrimento para os mesmos. Este estudo surge com o objetivo de conhecer quais os saberes e práticas dos profissionais de saúde de uma estrutura residencial na gestão da dor crónica na pessoa com demência avançada. O estudo assenta no paradigma qualitativo, na vertente exploratória descritiva e mais concretamente num estudo de caso. O procedimento de recolha de dados utilizado foi a entrevista semiestruturada, dirigida aos profissionais de saúde de uma estrutura residencial do norte de Portugal, realizada durante o mês de fevereiro de 2018. Os discursos produzidos foram analisados através da técnica de análise de conteúdo segundo Bardin (2011, 2013). Os dados resultantes da mesma demonstram que os profissionais de saúde possuem conhecimentos sobre o conceito de demência e sobre as características da dor crónica na pessoa com demência avançada. Estes utilizam várias estratégias de avaliação da dor, como a observação, investigar a presença da dor, o conhecimento que têm dos utentes e a aplicação de escalas de avaliação da dor. As estratégias mobilizadas na gestão da dor crónica e as intervenções realizadas, assentam em dois tipos de medidas: farmacológicas e não farmacológicas. Os aspetos que interferem com o cuidar da pessoa com demência avançada e com dor crónica, estão relacionados com a avaliação da dor, com as pessoas que padecem desta síndrome e com os profissionais de saúde, a maioria são dificultadores, apenas um aspeto é facilitador: o ter conhecimento do utente. Para uma melhoria da gestão da dor crónica nesta população, os profissionais sugerem: um acompanhamento continuado dos utentes, formação específica, o potenciar do trabalho em equipa, a valorização dos sinais emitidos pelos utentes e um maior recurso a estratégias não farmacológicas. Estes resultados sugerem a necessidade um maior investimento nesta área, quer a nível de formação, realização de outros estudos e um acompanhamento mais estruturado da pessoa com demência avançada, aspeto vital para uma melhor gestão da dor crónica e como tal a promoção da qualidade de vida desta população. |
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A Gestão da dor crónica na pessoa com demência avançada: saberes e práticas dos profissionais de saúde de uma estrutura residencialGestão da dor crónicaDemência avançadaChronic pain managementAdvanced dementiaA dor, nomeadamente a dor crónica, apresenta uma grande prevalência entre a população mais idosa. As pessoas com demência estão igualmente expostas a este sintoma, como qualquer outro indivíduo em idade avançada. Contudo a incapacidade de relatar dor verbalmente - uma situação comum nas fases mais avançadas da demência - é amplamente reconhecida como o principal obstáculo na identificação da dor nesta população, constituindo um desafio para os profissionais de saúde, no que respeita à gestão deste sintoma. Diversos estudos observacionais sugerem que a dor, não é devidamente avaliada, sendo muitas vezes subestimada, mal gerida e consequentemente tratada de forma ineficaz na pessoa com demência avançada, sendo um fator de sofrimento para os mesmos. Este estudo surge com o objetivo de conhecer quais os saberes e práticas dos profissionais de saúde de uma estrutura residencial na gestão da dor crónica na pessoa com demência avançada. O estudo assenta no paradigma qualitativo, na vertente exploratória descritiva e mais concretamente num estudo de caso. O procedimento de recolha de dados utilizado foi a entrevista semiestruturada, dirigida aos profissionais de saúde de uma estrutura residencial do norte de Portugal, realizada durante o mês de fevereiro de 2018. Os discursos produzidos foram analisados através da técnica de análise de conteúdo segundo Bardin (2011, 2013). Os dados resultantes da mesma demonstram que os profissionais de saúde possuem conhecimentos sobre o conceito de demência e sobre as características da dor crónica na pessoa com demência avançada. Estes utilizam várias estratégias de avaliação da dor, como a observação, investigar a presença da dor, o conhecimento que têm dos utentes e a aplicação de escalas de avaliação da dor. As estratégias mobilizadas na gestão da dor crónica e as intervenções realizadas, assentam em dois tipos de medidas: farmacológicas e não farmacológicas. Os aspetos que interferem com o cuidar da pessoa com demência avançada e com dor crónica, estão relacionados com a avaliação da dor, com as pessoas que padecem desta síndrome e com os profissionais de saúde, a maioria são dificultadores, apenas um aspeto é facilitador: o ter conhecimento do utente. Para uma melhoria da gestão da dor crónica nesta população, os profissionais sugerem: um acompanhamento continuado dos utentes, formação específica, o potenciar do trabalho em equipa, a valorização dos sinais emitidos pelos utentes e um maior recurso a estratégias não farmacológicas. Estes resultados sugerem a necessidade um maior investimento nesta área, quer a nível de formação, realização de outros estudos e um acompanhamento mais estruturado da pessoa com demência avançada, aspeto vital para uma melhor gestão da dor crónica e como tal a promoção da qualidade de vida desta população.Pain, especially chronic pain, presents a wide prevalence among the older population. People with dementia are also exposed to this symptom, like any other individual in old age. However, the inability to report verbally pain - a common situation in advanced stages of dementia - is widely recognized as the main obstacle in the identification of pain in these population, constituting a challenge for health professionals, in regarding the management of this symptom. In this sense, several observational studies suggest that the pain is not properly evaluated, often being underestimated, badly managed and consequently treated ineffectively in people with advanced dementia, which is a factor of suffering for them. This study comes up with the purpose of knowing what knowledge and health professionals’ practices of a residential structure, in the management of chronic pain in people with advanced dementia. The study is based on qualitative paradigm, in exploratory descriptive aspect, specifically in a case study. The data collection procedure used was the semi-structured interview, addressed to health professionals of a Residential Structure of Northern Portugal, held during the month of february 2018. The discourses produced were analyzed through the technique of content analysis according to Bardin (2011, 2013). The data resulting from the same, show that health professionals have knowledge about the concept of advanced dementia and characteristics of chronic pain in a person with advanced dementia. Health professionals use various means, such as observation. The strategies deployed in the management of chronic pain and the interventions carried out, are based on two types of measures: pharmacological and non-pharmacological. Aspects that interfere with the care of a person with advanced dementia and chronic pain are related to the assessment of pain, with people who suffer from this syndrome and with health professionals. Most of these are difficult aspects, health professionals just refer to an aspect facilitator: the knowledge of the people with advanced dementia. To improve the management of chronic pain in a person with advanced dementia, these professionals suggest: a continued monitoring these population, specific training, promote teamwork, enhancement of signals emitted by users and a greater use of non-pharmacological strategies. These results suggest that there is a need of a bigger investment in this area, either at the level of education, the accomplishment of other studies and more structured monitoring of a person with advanced dementia, a vital aspect for a better management of chronic control pain and the promotion of the quality of life of this population.2019-07-04T10:55:42Z2019-05-28T00:00:00Z2019-05-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/20.500.11960/2211TID:202259625porAraújo, Susana da Conceição da Silva Carvalhoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-21T14:41:37Zoai:repositorio.ipvc.pt:20.500.11960/2211Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:44:19.253878Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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A dor, nomeadamente a dor crónica, apresenta uma grande prevalência entre a população mais idosa. As pessoas com demência estão igualmente expostas a este sintoma, como qualquer outro indivíduo em idade avançada. Contudo a incapacidade de relatar dor verbalmente - uma situação comum nas fases mais avançadas da demência - é amplamente reconhecida como o principal obstáculo na identificação da dor nesta população, constituindo um desafio para os profissionais de saúde, no que respeita à gestão deste sintoma. Diversos estudos observacionais sugerem que a dor, não é devidamente avaliada, sendo muitas vezes subestimada, mal gerida e consequentemente tratada de forma ineficaz na pessoa com demência avançada, sendo um fator de sofrimento para os mesmos. Este estudo surge com o objetivo de conhecer quais os saberes e práticas dos profissionais de saúde de uma estrutura residencial na gestão da dor crónica na pessoa com demência avançada. O estudo assenta no paradigma qualitativo, na vertente exploratória descritiva e mais concretamente num estudo de caso. O procedimento de recolha de dados utilizado foi a entrevista semiestruturada, dirigida aos profissionais de saúde de uma estrutura residencial do norte de Portugal, realizada durante o mês de fevereiro de 2018. Os discursos produzidos foram analisados através da técnica de análise de conteúdo segundo Bardin (2011, 2013). Os dados resultantes da mesma demonstram que os profissionais de saúde possuem conhecimentos sobre o conceito de demência e sobre as características da dor crónica na pessoa com demência avançada. Estes utilizam várias estratégias de avaliação da dor, como a observação, investigar a presença da dor, o conhecimento que têm dos utentes e a aplicação de escalas de avaliação da dor. As estratégias mobilizadas na gestão da dor crónica e as intervenções realizadas, assentam em dois tipos de medidas: farmacológicas e não farmacológicas. Os aspetos que interferem com o cuidar da pessoa com demência avançada e com dor crónica, estão relacionados com a avaliação da dor, com as pessoas que padecem desta síndrome e com os profissionais de saúde, a maioria são dificultadores, apenas um aspeto é facilitador: o ter conhecimento do utente. Para uma melhoria da gestão da dor crónica nesta população, os profissionais sugerem: um acompanhamento continuado dos utentes, formação específica, o potenciar do trabalho em equipa, a valorização dos sinais emitidos pelos utentes e um maior recurso a estratégias não farmacológicas. Estes resultados sugerem a necessidade um maior investimento nesta área, quer a nível de formação, realização de outros estudos e um acompanhamento mais estruturado da pessoa com demência avançada, aspeto vital para uma melhor gestão da dor crónica e como tal a promoção da qualidade de vida desta população. |
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