Infeções no primeiro ano após transplante hepático pediátrico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Francisco, Diogo Filipe Ravasco Baião
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/34015
Resumo: Trabalho de revisão do 6º ano médico com vista à atribuição do grau de mestre (área científica de cirurgia pediátrica) no âmbito do ciclo de estudos de Mestrado Integrado em Medicina.
id RCAP_d434c9af2107ff0c58858b2acd872c7d
oai_identifier_str oai:estudogeral.uc.pt:10316/34015
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Infeções no primeiro ano após transplante hepático pediátricoTransplante hepáticoInfeçãoImunossupressãoPediatriaTrabalho de revisão do 6º ano médico com vista à atribuição do grau de mestre (área científica de cirurgia pediátrica) no âmbito do ciclo de estudos de Mestrado Integrado em Medicina.Introdução. O transplante hepático (TH) é, em algumas situações, o único recurso terapêutico, nomeadamente, em casos de doença hepática terminal aguda ou crónica. Este procedimento associa-se a uma série de conhecidas complicações médicas e cirúrgicas. As infeções são reconhecidas como uma causa importante de morbilidade e mortalidade. Objetivo. Pretendemos determinar a incidência, o momento, o local e os eventuais fatores de risco associados às infeções ocorridas no primeiro ano após um TH pediátrico. Métodos. Estudo retrospetivo das infeções diagnosticadas no primeiro ano após TH, em crianças (<18 anos) submetidas a este procedimento entre 1 de janeiro de 2009 e 31 de dezembro de 2013, na Unidade de Transplante Hepático Pediátrico e de Adultos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (UTHPA-CHUC). Foi feita a análise dos processos clínicos dos doentes e a determinação de variáveis demográficas, relacionadas com o pré e pós-TH e com as infeções. Identificaram-se eventuais fatores de risco de infeção, por comparação das múltiplas variáveis estudadas entre os doentes com e sem infeções no primeiro ano e no primeiro mês pós-TH. Os testes estatísticos foram realizados na aplicação SPSS, versão 22 para Windows, e foram analisados ao nível de significância de 5%. Resultados. Foram incluídas 39 crianças. O principal motivo para a realização de TH foi a atrésia das vias biliares (41%). Em 74,4% dos casos ocorreu, pelo menos, um episódio de infeção no primeiro ano. Não ocorreu nenhuma morte por infeção. As infeções precoces (0-30 dias) foram as mais frequentes (54%), seguidas das intermédias (1-6 meses) (27%) e das tardias (6-12 meses) (19%). As infeções bacterianas foram as mais frequentes (64%), tendo sido os Enterococcus spp (28,9%), MSSA (21,1%) e a Klebsiella spp (13,2%) os agentes mais comummente identificados. Quatro doentes tiveram um episódio de infeção fúngica a Candida spp nos períodos precoce e intermédio. As infeções víricas ocorreram sobretudo no período tardio (41%), tendo sido causadas maioritariamente pelo CMV (29,4%), EBV (21,1%) e Adenovírus (21,1%). As infeções parasitárias foram as menos comuns, tendo-se registado dois episódios de gastroenterite parasitária no período intermédio. Associou-se a maior risco de infeção o tempo total de internamento imediato pós-TH (p=0,024). A idade no momento do TH, o estrato sócioeconómico, a biometria no momento do TH, bem como outras variáveis relacionadas com o TH não mostraram significância estatística na previsão de episódios de infeção. Discussão. Apesar dos avanços no controlo da imunossupressão e das infeções, os episódios infeciosos permanecem importantes fatores de comorbilidade em doentes sujeitos a TH (74,4% no primeiro ano). Não se associaram, no entanto, a mortalidade no primeiro ano. Este estudo determinou o padrão infecioso dos doentes em termos de perfil de microorganismos, local e timing da infeção. Esta informação é extremamente útil, pois permite antecipar quais os tipos de infeção mais frequentes em cada momento e os microorganismos mais comuns, permitindo uma atuação mais precoce, e uma adequação da atitude médica profilática e empírica no combate às infeções pós-TH na nossa unidade. Introduction. Liver transplant (LT) is, in some cases, the only treatment for chronic or acute terminal liver diseases. This procedure is associated with well-known medical and surgical complications. Infections are known to be a major cause of morbidity and mortality. Objective. We intend to determine the incidence of infections on a pediatric population during the first year after LT, the moment in which they occur, the most common sites of infection and to identify possible risk factors for the occurrence of these events. Methods. We retrospectively investigated the proven infection episodes during the first year after LT in children (<18 years) who underwent this procedure at Pediatric and Adult Liver Transplant Unit at CHUC, between 1st January 2009 and 31st December 2013. We determined demographic variables, variables related to the transplant and to the infection episodes. We identified possible risk factors of infections by comparing multiple variables between patients with and without infections during the first year after LT. Statistical analysis was carried out using the SPSS, version 22. A p<0.05 was considered significant. Results. Thirty-nine patients were included. The main indication for LT was biliary atresia (41%). In 74.4% of cases there was, at least, one episode of infection during the first year. There were no deaths related to infection. Early infections (0-30 days) were the most common (54%), followed by intermediate (1-6 months) (27%), and late infections (6-12 months) (19%). Bacterial infections were the most common (64%), with Enterococci (28.9%), non-MRSA Staphylococci (21.1%) and Klebsiella spp (13.2%) being the most frequently identified agents. Four patients had a fungal Candida spp infection. Viral infections were most frequent in the late period (41%), being caused mainly by CMV (29.9%), EBV (21.1%) and Adenovirus (21.1%). Parasites were the least common infections with only two episodes of gastroenteritis in the intermediary period. Total hospital stay after surgery (p=0,024) was a risk factor for infection. Age at LT, biometry values, economic status and other LT-related variables did not show statistical significance as risk factors for infection. Discussion. Despite the progress in controlling immunosuppression and infection episodes, infection is still a major cause of morbidity in patients who underwent LT (74.4%), though they were not related to mortality in the first year. This study allowed us to draw the pattern of infections that occurred in the first year after LT, namely the most common agents, the site and timing of occurrence. This information is extremely useful because it allows physicians to anticipate the kind of infection in every moment and the most frequent agents involved. This gives them tools for ameliorate prophylactic and empirical therapeutic strategy against infections that may come up in these patients.2016-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/34015http://hdl.handle.net/10316/34015porFrancisco, Diogo Filipe Ravasco Baiãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-01-20T17:48:45Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/34015Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:44:15.458627Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Infeções no primeiro ano após transplante hepático pediátrico
title Infeções no primeiro ano após transplante hepático pediátrico
spellingShingle Infeções no primeiro ano após transplante hepático pediátrico
Francisco, Diogo Filipe Ravasco Baião
Transplante hepático
Infeção
Imunossupressão
Pediatria
title_short Infeções no primeiro ano após transplante hepático pediátrico
title_full Infeções no primeiro ano após transplante hepático pediátrico
title_fullStr Infeções no primeiro ano após transplante hepático pediátrico
title_full_unstemmed Infeções no primeiro ano após transplante hepático pediátrico
title_sort Infeções no primeiro ano após transplante hepático pediátrico
author Francisco, Diogo Filipe Ravasco Baião
author_facet Francisco, Diogo Filipe Ravasco Baião
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Francisco, Diogo Filipe Ravasco Baião
dc.subject.por.fl_str_mv Transplante hepático
Infeção
Imunossupressão
Pediatria
topic Transplante hepático
Infeção
Imunossupressão
Pediatria
description Trabalho de revisão do 6º ano médico com vista à atribuição do grau de mestre (área científica de cirurgia pediátrica) no âmbito do ciclo de estudos de Mestrado Integrado em Medicina.
publishDate 2016
dc.date.none.fl_str_mv 2016-03
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10316/34015
http://hdl.handle.net/10316/34015
url http://hdl.handle.net/10316/34015
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799133717003763712