O cognitivismo no cinema

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Jorge Pelarigo dos
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/1322
Resumo: Este trabalho tem como objectivo a exposição e clarificação do conceito de Cognitivismo no Cinema. A abordagem cognitivista é uma abordagem relevante na produção de investigação cinematográfica, enquadrada no âmbito dos Estudos Fílmicos contemporâneos, uma vez que tenta colmatar alguns problemas que as abordagens anteriores não conseguiram resolver completa e satisfatoriamente. Esta dissertação apresenta uma série de argumentos e posições distintas que servem de base para a exposição da nossa perspectiva analítica e crítica em relação ao tema do trabalho. No primeiro capítulo irão ser expostas as principais características da abordagem cognitivista ao Cinema, o contexto teórico dos Estudos Fílmicos em que esta forma de teorização cinematográfica surgiu e também serão apresentadas algumas das potenciais linhas de investigação que esta abordagem possibilita e propõe para o futuro. Serão transmitidas as principais razões para a necessidade de uma nova abordagem ao Cinema, e para justificar essa necessidade apresentar-se-ão as principais dificuldades da Teoria cinematográfica clássica que conduziram ao presente estado de estagnação em termos de evolução teórica. Perante tais dificuldades é apresentada a postura cognitivista como uma proposta para as ultrapassar e para promover a evolução da teorização cinematográfica. No segundo capítulo abordaremos o primeiro estudo do Cinema em termos cognitivos, de que temos conhecimento, e faremos uma exposição sintetizada das ideias fundamentais que constam no livro de Hugo Münsterberg, "The Photoplay - A Psychological Study", editado em 1916. A primeira parte deste capítulo seguirá a estrutura do livro examinado e cingir-se-á à exposição das ideias de Münsterberg relativamente ao Cinema em termos psicológicos e estéticos. No final deste capítulo faremos uma análise e crítica a algumas dessas ideias, tendo como referência os argumentos de Nöel Carroll sobre as analogias de Münsterberg entre a mente e o cinema, argumentos que também irão ser examinados com o intuito de tentar estabelecer a pertinência do que foi exposto. O terceiro capítulo diz respeito à abordagem cognitivista em termos práticos de produção teórica e consistirá na exposição de um artigo científico que assume uma perspectiva cognitivista relativamente ao estudo das emoções na recepção fílmica e que reflecte muitas das premissas que este novo tipo de abordagem teórica pressupõe. Esta exposição será conduzida de forma a exemplificar esta nova postura de teorização cinematográfica contemporânea e servirá para nos aproximarmos do objectivo final deste trabalho, o de tentar estabelecer o alcance do Cognitivismo enquanto abordagem ao Cinema que se propõe fazer avançar a área de Estudos Fílmicos do seu estado de inércia. Perante tal estado de desenvolvimento da área dos Estudos Fílmicos, este trabalho é relevante na medida em que expõe e analisa uma abordagem alternativa à forma de teorização cinematográfica clássica, com o seu carácter tendencialmente psicanalítico, que tem sido pontuada por uma crescente permissividade, falta de método e tendências interpretativas que são nocivas à evolução da área de estudos em questão. Este trabalho tentará fornecer uma orientação metodológica para a criação de teoria no Cinema, expondo as principais dificuldades teoréticas convencionais e alguns dos principais erros de raciocínio lógico que deram origem à existência desses obstáculos. Para isto recorreremos às ideias e argumentos de dois dos principais defensores do Cognitivismo no Cinema, David Bordwell e Noël Carroll. Ao invés de criarmos uma dissertação que cita muitos autores de uma forma pouco aprofundada, entendemos que o objectivo deste trabalho seria melhor atingido se aprofundássemos bastante estes dois autores de referência que se assumem como extremamente relevantes para o tratamento da questão do Cognitivismo no Cinema.
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Serão transmitidas as principais razões para a necessidade de uma nova abordagem ao Cinema, e para justificar essa necessidade apresentar-se-ão as principais dificuldades da Teoria cinematográfica clássica que conduziram ao presente estado de estagnação em termos de evolução teórica. Perante tais dificuldades é apresentada a postura cognitivista como uma proposta para as ultrapassar e para promover a evolução da teorização cinematográfica. No segundo capítulo abordaremos o primeiro estudo do Cinema em termos cognitivos, de que temos conhecimento, e faremos uma exposição sintetizada das ideias fundamentais que constam no livro de Hugo Münsterberg, "The Photoplay - A Psychological Study", editado em 1916. A primeira parte deste capítulo seguirá a estrutura do livro examinado e cingir-se-á à exposição das ideias de Münsterberg relativamente ao Cinema em termos psicológicos e estéticos. No final deste capítulo faremos uma análise e crítica a algumas dessas ideias, tendo como referência os argumentos de Nöel Carroll sobre as analogias de Münsterberg entre a mente e o cinema, argumentos que também irão ser examinados com o intuito de tentar estabelecer a pertinência do que foi exposto. O terceiro capítulo diz respeito à abordagem cognitivista em termos práticos de produção teórica e consistirá na exposição de um artigo científico que assume uma perspectiva cognitivista relativamente ao estudo das emoções na recepção fílmica e que reflecte muitas das premissas que este novo tipo de abordagem teórica pressupõe. Esta exposição será conduzida de forma a exemplificar esta nova postura de teorização cinematográfica contemporânea e servirá para nos aproximarmos do objectivo final deste trabalho, o de tentar estabelecer o alcance do Cognitivismo enquanto abordagem ao Cinema que se propõe fazer avançar a área de Estudos Fílmicos do seu estado de inércia. Perante tal estado de desenvolvimento da área dos Estudos Fílmicos, este trabalho é relevante na medida em que expõe e analisa uma abordagem alternativa à forma de teorização cinematográfica clássica, com o seu carácter tendencialmente psicanalítico, que tem sido pontuada por uma crescente permissividade, falta de método e tendências interpretativas que são nocivas à evolução da área de estudos em questão. Este trabalho tentará fornecer uma orientação metodológica para a criação de teoria no Cinema, expondo as principais dificuldades teoréticas convencionais e alguns dos principais erros de raciocínio lógico que deram origem à existência desses obstáculos. Para isto recorreremos às ideias e argumentos de dois dos principais defensores do Cognitivismo no Cinema, David Bordwell e Noël Carroll. Ao invés de criarmos uma dissertação que cita muitos autores de uma forma pouco aprofundada, entendemos que o objectivo deste trabalho seria melhor atingido se aprofundássemos bastante estes dois autores de referência que se assumem como extremamente relevantes para o tratamento da questão do Cognitivismo no Cinema.This dissertation’s main goal is to clarify and expose the concept of Cognitivism in Cinema. The cognitivist approach is a relevant approach in the production of film research in contemporary Film Studies, as it tries to address some problems that the prior approaches have failed to solve. This work presents a series of arguments and distinct positions that form the basis of our analytic and critic perspective about this theme. In the first chapter we will present the main features of the cognitivist approach in Cinema, the theoretical context in which this new way of film theory emerged amidst the discipline of Film Studies, and we will also present some of the potential research programs that this approach suggests for the future. We will also show the main reasons for the need of a new approach to Film Studies, and in order to justify that need we will present the main difficulties that the classic Film Theory encountered, which led to the present state of inertia in the course of evolution of Film Theory. The cognitivist approach is presented as a proposal to overcome such difficulties and to promote the development of Film Theory. In the second chapter we will address the first cognitivist study that we know of, and we will make a condensed exposition of the fundamental ideas that exist in the book written by Hugo Munsterberg, "The Photoplay - A Psychological Study", edited in 1916. The first part of this chapter will follow the structure of the book and will consist in the exposition of Munsterberg’s ideas about Film, psychologically and aesthetically. In the end of this chapter we will analyze and criticize some of these ideas, following Noël Carroll’s arguments about Munsterberg’s analogies between the human mind and film. These arguments will also be addressed in order to try to establish the relevance of what has been exposed. The third chapter addresses the cognitivist approach in practical terms of theoretical production and will consist of an exposition of a scientific article that assumes a cognitivist perspective while addressing the study of emotions in spectators and in filmic reception. This article reflects many of the premises that this new way of theorizing contains and this exposition will be led in a way that exemplifies this new stance of filmic theorizing and that will help us to come nearer to our main goal, trying to establish the range of Cognitivism as an approach to Cinema that wants to develop the present state of inertia in Film Studies. In face of this state of development in the area of Film Studies, this work is relevant as it exposes and analyses an alternative approach to the classical film theory, with its fallacious tendency for psychoanalytical approaches, which have been marked by a growing lack of method and interpretative tendencies that are bad for the evolution of Film Studies. This work will try to deliver a methodological orientation for the creation of film theory, exposing the main classical difficulties and some of the more relevant logical mistakes that led to the existence of such obstacles. In order to do that, we will use some ideas of two of the most notable defenders of Cognitivism in Cinema, David Bordwell and Noël Carroll. Instead of creating a dissertation that quotes many authors in a superficial way, we thought it would be better to quote only a couple of authors to a deeper extent, nevertheless the authors that are quoted are very relevant to the question at hand and will be adequate for what is intended with this dissertation.Universidade da Beira InteriorPenafria, Manuela Maria FernandesuBibliorumSantos, Jorge Pelarigo dos2013-09-06T14:16:51Z2011-102011-10-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/1322porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:36:53Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/1322Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:43:11.331373Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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