Valores locais normais: deverão ser incluídos no controlo de qualidade dos Laboratórios de Função Respiratória?
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.26/25489 |
Resumo: | A interpretação dos valores funcionais obtidos por espirometria depende da comparação destes com valores ditos de referência ou previstos. Estes valores de referência derivam de equações construídas a partir de uma amostra de indivíduos considerados normais. Ora esta normalidade relaciona-se com as características próprias de cada população e, provavelmente, com a época em que esses valores de normalidade foram obtidos. As equações de referência mais utilizadas na Europa foram estabelecidas pela Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) em 1983. Importa perceber se essas equações de referência refletem ou se ainda refletem, a normalidade da população portuguesa. Pretende-se comparar a FVC e FEV1 observados numa população “saudável” e não fumadora de Vila Franca de Xira (VFX) com os previstos pelas equações de referência da CECA. Em Vila Franca de Xira (VFX) recolhemos entre 14 de maio e 4 de agosto de 2016 uma amostra de 64 voluntários adultos (44 mulheres), idades 26-82 anos, não fumadores, sem sintomatologia e patologia respiratória e comparámo-la com os valores previstos pela CECA. Teste-T para amostras emparelhadas foi usado para fazer esta comparação. Foi considerado um nível de significância de 5%. Encontrámos diferenças significativas nas mulheres, sobrevalorizando a FVC (3.29±0.523) em 336 ml e subvalorizando o FEV1 (2.76±0.567) em 182 ml. Nos homens registou-se uma subvalorização da FVC (4.55±0.948) em 124ml e do FEV1 (3.71±0.779) em 82ml, mas sem significado estatístico. Concluímos assim, que as equações da CECA poderão não estar ajustadas às mulheres da nossa população, o que a ser verdade pode ter implicações clínicas importantes, como por exemplo o subdiagnóstico da DPOC nas mulheres.A pergunta que fica é pois, se o conhecimento atualizado dos valores espirométricos normais de cada população deve ser incluído no controlo de qualidade dos Laboratórios de Função Respiratória |
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