A peste, uma “cruelíssima fera”. Repensar a peste antiga entre os séculos XVI e XVII – Ambrósio Nunes, Rodrigo de Castro e João Curvo Semedo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Belém, Margarida da Cunha
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/56072
Resumo: Entre os finais do século XVI e a segunda metade do século XVII escreveram-se inúmeros tratados sobre a peste; esta doença contagiosa de mortalidade elevada era ainda o maior problema de saúde pública que qualquer comunidade enfrentava. Este trabalho tem três objectivos: o primeiro é dar a conhecer os tratados sobre a peste escritos por três médicos portugueses, a saber: Rodrigo de Castro, Ambrósio Nunes e Curvo Semedo, nos anos de 1596, 1601, e 1680 respectivamente, relembrando a importância destes autores na sua época (e para além dela), e na história da medicina portuguesa. O segundo é salientar a importância da cultura ibérica (fundamental na formação destes médicos), permeável à influência de saberes de outras civilizações (nomeadamente a árabe) e, simultaneamente, capaz de assimilar as referências da Antiguidade Clássica. O terceiro é tentar demonstrar a importância que estes tratados tiveram – tal como muitos outros do mesmo género – no desenvolvimento e na melhoria das condições de higiene e de salubridade urbana, e na luta contra a pobreza na civilização ocidental. Uma leitura cuidada dos tratados referidos mostrou como estes problemas milenares e sem fronteiras beneficiaram da devoção destes médicos na luta que travaram contra as sucessivas vagas pestilenciais, e como este desígnio se revelou essencial para que a saúde se tornasse um “bem público”.
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spelling A peste, uma “cruelíssima fera”. Repensar a peste antiga entre os séculos XVI e XVII – Ambrósio Nunes, Rodrigo de Castro e João Curvo SemedoDomínio/Área Científica::Humanidades::Línguas e LiteraturasEntre os finais do século XVI e a segunda metade do século XVII escreveram-se inúmeros tratados sobre a peste; esta doença contagiosa de mortalidade elevada era ainda o maior problema de saúde pública que qualquer comunidade enfrentava. Este trabalho tem três objectivos: o primeiro é dar a conhecer os tratados sobre a peste escritos por três médicos portugueses, a saber: Rodrigo de Castro, Ambrósio Nunes e Curvo Semedo, nos anos de 1596, 1601, e 1680 respectivamente, relembrando a importância destes autores na sua época (e para além dela), e na história da medicina portuguesa. O segundo é salientar a importância da cultura ibérica (fundamental na formação destes médicos), permeável à influência de saberes de outras civilizações (nomeadamente a árabe) e, simultaneamente, capaz de assimilar as referências da Antiguidade Clássica. O terceiro é tentar demonstrar a importância que estes tratados tiveram – tal como muitos outros do mesmo género – no desenvolvimento e na melhoria das condições de higiene e de salubridade urbana, e na luta contra a pobreza na civilização ocidental. Uma leitura cuidada dos tratados referidos mostrou como estes problemas milenares e sem fronteiras beneficiaram da devoção destes médicos na luta que travaram contra as sucessivas vagas pestilenciais, e como este desígnio se revelou essencial para que a saúde se tornasse um “bem público”.Between the late 16th century and the second half of the 17th century, numerous treatises on the plague were written; this contagious disease of high mortality was still the biggest public health problem that any community faced. This dissertation has three objectives: the first is to make known the treatises on the plague written by three Portuguese physicians, namely: Rodrigo de Castro, Ambrósio Nunes and Curvo Semedo, in the years 1596, 1601, and 1680 respectively, recalling the importance of these authors in their time (and beyond), and in the history of Portuguese medicine. The second is to highlight the importance of Iberian culture (fundamental in the formation of these physicians), permeable to the influence of knowledge from other civilizations (namely Arabic) and, at the same time, capable of assimilating references from Classical Antiquity. The third is to try and demonstrate the importance that these treatises had - like many others of the same kind - in the development and improvement of hygiene and urban health conditions, and in the fight against poverty in western civilization. A careful reading of the treaties referred to has shown how these millenarian and boundless problems benefited from the devotion of these doctors in their fight against successive waves of pestilence, and how this intent proved essential for health to become a “public good”.Mota, Bernardo MachadoPinheiro, Cristina Maria Nascimento Guerra SantosRepositório da Universidade de LisboaBelém, Margarida da Cunha2023-01-30T15:01:15Z2022-12-132022-09-142022-12-13T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/56072TID:203156900porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T17:03:26Zoai:repositorio.ul.pt:10451/56072Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:06:38.018983Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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