Opioides em ambulatório na dor não oncológica: uma revisão sobre os desafios da farmacologia no envelhecimento

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ribeiro,Hugo
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Rocha-Neves,João, Lopes-Mota,Carla, Teixeira-Veríssimo,Manuel, Dourado,Marília, Andrade,José
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732021000300233
Resumo: Resumo Objetivos: Sistematizar e contribuir para o melhor conhecimento das características farmacocinéticas e farmacodinâmicas dos medicamentos opioides disponíveis em Portugal para o tratamento da dor não oncológica e, desta forma, contribuir para a escolha mais informada e adaptada ao doente, o que permitirá potenciar a eficiência, reduzindo a incidência de efeitos adversos. Métodos: Realização de uma revisão narrativa da bibliografia sobre esta temática, utilizando os termos Medical Subject Headings (MeSH) Analgesics, Opioid e Pharmacology, Clinical. Foram também utilizados os resumos das características do medicamento de todos os opioides disponíveis em Portugal, assim como as características farmacocinéticas e farmacodinâmicas destes medicamentos registadas no DrugBank. Resultados: Selecionados 22 artigos para leitura, dos quais 14 são revisões da literatura, quatro manuais de referência e quatro normas de orientação clínica, para além da utilização das bases de dados do INFARMED e do Drugbank. No envelhecimento há uma diminuição de cerca de 50% da taxa de filtração glomerular dos 40 até aos 70 anos, obrigando a reduções de dose e cuidados especiais na utilização de fármacos eliminados por esta via, sendo que no caso dos opioides os únicos que não têm eliminação renal são a hidromorfona e a buprenorfina. São igualmente mais frequentes a obesidade central e o aumento da α1-glicoproteína ácida, aumentando o volume de distribuição de fármacos lipossolúveis e de bases, como são os opioides, sendo que os únicos que não são lipossolúveis são a morfina e a hidromorfona. Relativamente ao metabolismo, para além de ocorrer uma diminuição do metabolismo de fase 1, a polifarmácia nos idosos é mais frequente, pelo que poderão ser preferencialmente escolhidos os opioides com metabolismo de fase 2, como o tapentadol, a hidromorfona e a morfina. Conclusões: O reconhecimento das características individuais de cada doente idoso, associado ao conhecimento da farmacologia básica de cada opioide disponível em Portugal, poderá garantir maior segurança e salvaguardar uma maior adesão à terapêutica.
id RCAP_d5401b39e4c8962d55338ca3ba5cb51f
oai_identifier_str oai:scielo:S2182-51732021000300233
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Opioides em ambulatório na dor não oncológica: uma revisão sobre os desafios da farmacologia no envelhecimentoOpioidesGeriatriaDor crónicaFarmacologiaResumo Objetivos: Sistematizar e contribuir para o melhor conhecimento das características farmacocinéticas e farmacodinâmicas dos medicamentos opioides disponíveis em Portugal para o tratamento da dor não oncológica e, desta forma, contribuir para a escolha mais informada e adaptada ao doente, o que permitirá potenciar a eficiência, reduzindo a incidência de efeitos adversos. Métodos: Realização de uma revisão narrativa da bibliografia sobre esta temática, utilizando os termos Medical Subject Headings (MeSH) Analgesics, Opioid e Pharmacology, Clinical. Foram também utilizados os resumos das características do medicamento de todos os opioides disponíveis em Portugal, assim como as características farmacocinéticas e farmacodinâmicas destes medicamentos registadas no DrugBank. Resultados: Selecionados 22 artigos para leitura, dos quais 14 são revisões da literatura, quatro manuais de referência e quatro normas de orientação clínica, para além da utilização das bases de dados do INFARMED e do Drugbank. No envelhecimento há uma diminuição de cerca de 50% da taxa de filtração glomerular dos 40 até aos 70 anos, obrigando a reduções de dose e cuidados especiais na utilização de fármacos eliminados por esta via, sendo que no caso dos opioides os únicos que não têm eliminação renal são a hidromorfona e a buprenorfina. São igualmente mais frequentes a obesidade central e o aumento da α1-glicoproteína ácida, aumentando o volume de distribuição de fármacos lipossolúveis e de bases, como são os opioides, sendo que os únicos que não são lipossolúveis são a morfina e a hidromorfona. Relativamente ao metabolismo, para além de ocorrer uma diminuição do metabolismo de fase 1, a polifarmácia nos idosos é mais frequente, pelo que poderão ser preferencialmente escolhidos os opioides com metabolismo de fase 2, como o tapentadol, a hidromorfona e a morfina. Conclusões: O reconhecimento das características individuais de cada doente idoso, associado ao conhecimento da farmacologia básica de cada opioide disponível em Portugal, poderá garantir maior segurança e salvaguardar uma maior adesão à terapêutica.Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar2021-06-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732021000300233Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar v.37 n.3 2021reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAPporhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732021000300233Ribeiro,HugoRocha-Neves,JoãoLopes-Mota,CarlaTeixeira-Veríssimo,ManuelDourado,MaríliaAndrade,Joséinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-02-06T17:28:04Zoai:scielo:S2182-51732021000300233Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:32:31.692060Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Opioides em ambulatório na dor não oncológica: uma revisão sobre os desafios da farmacologia no envelhecimento
title Opioides em ambulatório na dor não oncológica: uma revisão sobre os desafios da farmacologia no envelhecimento
spellingShingle Opioides em ambulatório na dor não oncológica: uma revisão sobre os desafios da farmacologia no envelhecimento
Ribeiro,Hugo
Opioides
Geriatria
Dor crónica
Farmacologia
title_short Opioides em ambulatório na dor não oncológica: uma revisão sobre os desafios da farmacologia no envelhecimento
title_full Opioides em ambulatório na dor não oncológica: uma revisão sobre os desafios da farmacologia no envelhecimento
title_fullStr Opioides em ambulatório na dor não oncológica: uma revisão sobre os desafios da farmacologia no envelhecimento
title_full_unstemmed Opioides em ambulatório na dor não oncológica: uma revisão sobre os desafios da farmacologia no envelhecimento
title_sort Opioides em ambulatório na dor não oncológica: uma revisão sobre os desafios da farmacologia no envelhecimento
author Ribeiro,Hugo
author_facet Ribeiro,Hugo
Rocha-Neves,João
Lopes-Mota,Carla
Teixeira-Veríssimo,Manuel
Dourado,Marília
Andrade,José
author_role author
author2 Rocha-Neves,João
Lopes-Mota,Carla
Teixeira-Veríssimo,Manuel
Dourado,Marília
Andrade,José
author2_role author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Ribeiro,Hugo
Rocha-Neves,João
Lopes-Mota,Carla
Teixeira-Veríssimo,Manuel
Dourado,Marília
Andrade,José
dc.subject.por.fl_str_mv Opioides
Geriatria
Dor crónica
Farmacologia
topic Opioides
Geriatria
Dor crónica
Farmacologia
description Resumo Objetivos: Sistematizar e contribuir para o melhor conhecimento das características farmacocinéticas e farmacodinâmicas dos medicamentos opioides disponíveis em Portugal para o tratamento da dor não oncológica e, desta forma, contribuir para a escolha mais informada e adaptada ao doente, o que permitirá potenciar a eficiência, reduzindo a incidência de efeitos adversos. Métodos: Realização de uma revisão narrativa da bibliografia sobre esta temática, utilizando os termos Medical Subject Headings (MeSH) Analgesics, Opioid e Pharmacology, Clinical. Foram também utilizados os resumos das características do medicamento de todos os opioides disponíveis em Portugal, assim como as características farmacocinéticas e farmacodinâmicas destes medicamentos registadas no DrugBank. Resultados: Selecionados 22 artigos para leitura, dos quais 14 são revisões da literatura, quatro manuais de referência e quatro normas de orientação clínica, para além da utilização das bases de dados do INFARMED e do Drugbank. No envelhecimento há uma diminuição de cerca de 50% da taxa de filtração glomerular dos 40 até aos 70 anos, obrigando a reduções de dose e cuidados especiais na utilização de fármacos eliminados por esta via, sendo que no caso dos opioides os únicos que não têm eliminação renal são a hidromorfona e a buprenorfina. São igualmente mais frequentes a obesidade central e o aumento da α1-glicoproteína ácida, aumentando o volume de distribuição de fármacos lipossolúveis e de bases, como são os opioides, sendo que os únicos que não são lipossolúveis são a morfina e a hidromorfona. Relativamente ao metabolismo, para além de ocorrer uma diminuição do metabolismo de fase 1, a polifarmácia nos idosos é mais frequente, pelo que poderão ser preferencialmente escolhidos os opioides com metabolismo de fase 2, como o tapentadol, a hidromorfona e a morfina. Conclusões: O reconhecimento das características individuais de cada doente idoso, associado ao conhecimento da farmacologia básica de cada opioide disponível em Portugal, poderá garantir maior segurança e salvaguardar uma maior adesão à terapêutica.
publishDate 2021
dc.date.none.fl_str_mv 2021-06-01
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732021000300233
url http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732021000300233
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732021000300233
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar
publisher.none.fl_str_mv Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar
dc.source.none.fl_str_mv Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar v.37 n.3 2021
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799137385852698624