Influência das variáveis socioeconómicas na obesidade infantil, no âmbito do projecto Obesidaded Zero
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10884/710 |
Resumo: | Introdução: A obesidade infantil é considerada pela Organização Mundial de Saúde como um dos principais problemas de saúde pública do século XXI. O Estatuto Socioeconómico (ESE), nomeadamente, a renda familiar, o nível de escolaridade e a ocupação profissional dos pais, tem sido fortemente associado à obesidade infantil. O objectivo deste estudo é avaliar a influência da ocupação, do estatuto socioprofissional e do nível de escolaridade dos pais assim como, do rendimento familiar mensal, no estado nutricional das crianças, no âmbito do Projecto Obesidade Zero (POZ). Métodos: O POZ é um estudo quasi-experimental, multicêntrico, desenvolvido em 2009, que compreendeu quatro fases de desenvolvimento: 1) Consultas individuais de obesidade infantil; 2) Workshops de Cozinha Saudável; 3) Sessões em grupo dirigidas às crianças; 4) Sessões em grupo dirigidas às famílias. O programa foi desenvolvido em cinco concelhos de Portugal (Melgaço, Mealhada, Cascais, Beja e Silves)com articulação das respectivas Câmaras Municipais e Centros de Saúde. O estado nutricional foi classificado através das curvas de percentil de Índice de Massa Corporal (IMC) para a idade de acordo com os critérios do Centers for Disease Control and Prevention (2000). O ESE familiar foi auto-reportado através do Questionário POZ. Foram realizadas estatísticas descritivas para variáveis quantitativas. Para as variáveis qualitativas utilizou-se essencialmente contagens e proporções. O Teste do Qui-Quadrado foi utilizado para verificar a existência de associações entre variáveis qualitativas. Utilizou-se na análise inferencial o Modelo de Regressão Logística Univariada e Multivariada e obtiveram-se valores de odds ratio para intervalos de confiança a 95%. Considerou-se existirem diferenças significativas quando p<0,05. Resultados: Das 293 crianças que aceitaram participar no projecto, 52% eram do sexo feminino e 48% do sexo masculino; 9,2% das crianças apresentavam normoponderalidade, 37,9% tinham excesso de peso e 52,9% eram obesas. Verificou-se que 80,4% das crianças que participaram no POZ diminuíram de percentil de IMC para a idade, sendo o Município da Mealhada aquele em que se registou uma maior diminuição (92,0%) (p<0,01).Pais com um nível de escolaridade inferior ao 3º Ciclo do Ensino Básico, ocupações não qualificadas e um rendimento familiar mensal superior a 500€, parecem ser factores de risco, neste estudo, para o aumento de percentil de IMC para a idade das crianças participantes. Conclusão: Este estudo comprova a eficácia dos projectos comunitários na abordagem da obesidade infantil, enfatizando as variáveis referentes ao ESE como determinantes essenciais no sucesso deste tipo de intervenções. |
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Introdução: A obesidade infantil é considerada pela Organização Mundial de Saúde como um dos principais problemas de saúde pública do século XXI. O Estatuto Socioeconómico (ESE), nomeadamente, a renda familiar, o nível de escolaridade e a ocupação profissional dos pais, tem sido fortemente associado à obesidade infantil. O objectivo deste estudo é avaliar a influência da ocupação, do estatuto socioprofissional e do nível de escolaridade dos pais assim como, do rendimento familiar mensal, no estado nutricional das crianças, no âmbito do Projecto Obesidade Zero (POZ). Métodos: O POZ é um estudo quasi-experimental, multicêntrico, desenvolvido em 2009, que compreendeu quatro fases de desenvolvimento: 1) Consultas individuais de obesidade infantil; 2) Workshops de Cozinha Saudável; 3) Sessões em grupo dirigidas às crianças; 4) Sessões em grupo dirigidas às famílias. O programa foi desenvolvido em cinco concelhos de Portugal (Melgaço, Mealhada, Cascais, Beja e Silves)com articulação das respectivas Câmaras Municipais e Centros de Saúde. O estado nutricional foi classificado através das curvas de percentil de Índice de Massa Corporal (IMC) para a idade de acordo com os critérios do Centers for Disease Control and Prevention (2000). O ESE familiar foi auto-reportado através do Questionário POZ. Foram realizadas estatísticas descritivas para variáveis quantitativas. Para as variáveis qualitativas utilizou-se essencialmente contagens e proporções. O Teste do Qui-Quadrado foi utilizado para verificar a existência de associações entre variáveis qualitativas. Utilizou-se na análise inferencial o Modelo de Regressão Logística Univariada e Multivariada e obtiveram-se valores de odds ratio para intervalos de confiança a 95%. Considerou-se existirem diferenças significativas quando p<0,05. Resultados: Das 293 crianças que aceitaram participar no projecto, 52% eram do sexo feminino e 48% do sexo masculino; 9,2% das crianças apresentavam normoponderalidade, 37,9% tinham excesso de peso e 52,9% eram obesas. Verificou-se que 80,4% das crianças que participaram no POZ diminuíram de percentil de IMC para a idade, sendo o Município da Mealhada aquele em que se registou uma maior diminuição (92,0%) (p<0,01).Pais com um nível de escolaridade inferior ao 3º Ciclo do Ensino Básico, ocupações não qualificadas e um rendimento familiar mensal superior a 500€, parecem ser factores de risco, neste estudo, para o aumento de percentil de IMC para a idade das crianças participantes. Conclusão: Este estudo comprova a eficácia dos projectos comunitários na abordagem da obesidade infantil, enfatizando as variáveis referentes ao ESE como determinantes essenciais no sucesso deste tipo de intervenções. |
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