Conceção de cuidados à pessoa com neoplasia hepatobiliopancreática em fase avançada: Estudo retrospetivo

• Autor(a) principal: Salgueiro, Diana Filipa Gomes
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.26/49665
• topic: Cancro hepatobiliopancreático; Cuidados de enfermagem; Cuidados paliativos; Enfermagem

Introdução: Com o aumento da esperança média de vida, a incidência e a prevalência das doenças oncológicas têm aumentado, sendo esta uma das principais causas de morte na atualidade. Entre os cancros mais agressivos e com maior impacto na qualidade de vida está o cancro hepatobiliopancreático. Neste contexto, os Cuidados Paliativos (CP) representam, na atualidade, uma filosofia e área da saúde com especial foco na pessoa com doença incurável e/ou avançada, como é o caso da maioria das neoplasias hepatobiliopancreáticas. Objetivo: Descrever os cuidados de enfermagem prestados à pessoa com neoplasia hepatobiliopancreática, em estádio avançado, em contexto hospitalar. Metodologia: Estudo descritivo, retrospetivo. Incluíram-se no estudo doentes com idade ≥ 18 anos, com diagnóstico, primário ou secundário, confirmado de neoplasia hepatobiliopancreática, com internamento num serviço de cirurgia, de um hospital central do Norte de Portugal e falecidos entre janeiro de 2017 e março de 2023. Os dados foram recolhidos mediante formulário elaborado para o efeito e com recurso à informação registada no processo clínico do doente. O estudo obteve parecer prévio favorável em sede de comissão de ética. Resultados: A amostra foi constituída por 103 doentes, 82,5% (n=85) dos quais foram admitidos pelo serviço de urgência e acabaram por falecer, em média, após 18,1 dias. Constatou-se que 57,3% (n=59) dos doentes foram referenciados para a Equipa Intra-Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos (EIHSCP) da instituição, sendo que 16,9% (n=10) nunca chegaram a ser observados. Destes, 60% (n=6) faleceram no dia da referenciação para CP. Verificou-se que em 74,8% (n=77) dos doentes apenas estava documentada a monitorização da temperatura corporal. A salientar que a monitorização da frequência respiratória nunca foi enunciada, apesar de 76,7% (n=79) dos doentes estarem medicados com analgésicos opióides. Considerando as dimensões enunciadas por Kolcaba, no âmbito da dimensão física foram enunciados 44 diagnósticos de enfermagem, na dimensão sociocultural quatro, na dimensão psicoespiritual um e nenhum na dimensão ambiental. A análise dos diagnósticos de enfermagem permitiu perceber sinais/sintomas mais frequentes: dor (67%; n=69); edema (36,9%; n=38); febre (32%; n=33); desorientação (21,4%; n=22); e agitação (14,6%; n=15). Conclusão: É fundamental restruturar os registos efetuados pelos enfermeiros e refletir sobre os mesmos, providenciar mais formação em CP e mudança de paradigma dentro da organização, através da implementação de um plano de melhoria contínua dos cuidados de enfermagem.