O papel da maternidade no comportamento disruptivo de mulheres em situação de reclusão
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/13778 |
Resumo: | A maternidade na prisão continua a ser um tema pouco explorado, apesar do interesse gradual que se verifica. Desta forma, torna-se necessário compreender o impacto da mesma ao longo da reclusão, principalmente no padrão de comportamentos. Seguindo esta lógica, o presente estudo tem como objetivos analisar o impacto que a maternidade tem no comportamento disruptivo de reclusas mães de um estabelecimento prisional português quando c0mparadas com reclusas que não são mães. Pretende-se, também, perceber quais as dificuldades sentidas na prática do papel maternal tendo em conta as especificidades do contexto, nomeadamente para reclusas que têm filhos/as no exterior. Este estudo conta com 27 mulheres em reclusão no EP de Santa Cruz do Bispo, que foram distribuídas em três grupos: Grupo 1 (n = 8) é formado por reclusas acompanhadas pelos/as filhos/as dentro do EP; o Grupo 2 (n = 10) é constituído por reclusas mães com filhos/as no exterior; e o Grupo 3 (n = 9) é formado por reclusas que não são mães. Foi planeado um protocolo que incluía um questionário sociodemográfico, uma entrevista semiestruturada adaptada à situação em que a reclusa se encontrava (mãe ou não e se acompanhada ou não pela criança), e três instrumentos de avaliação psicológica SQIFA, 23 QVS e Escala de Baixo Autocontrolo, com o propósito de perceber se se verificavam diferenças significativas entre grupos. Os resultados vão de acordo à literatura existente, uma vez que as reclusas mães apresentam sentimentos de culpa e tristeza face à situação em que estão e em que colocam os/as seus/suas filhos/as. Demonstraram também, várias motivações para a sua decisão de permanência ou não dos/as filhos/as no EP. Quanto aos níveis stress e ansiedade não revelaram diferenças estatisticamente significativas, contrariamente ao que se verificou quanto ao número de ocorrências disciplinares e sua gravidade. Reclusas com filhos/as no exterior e reclusas sem filhos apresentam maior frequência de ocorrências e de maior gravidade. Foram, por fim apontadas limitações e sugestões a ter em conta não só para investigações futuras como a nível estrutural. |
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O papel da maternidade no comportamento disruptivo de mulheres em situação de reclusãoMaternidadePsicologiaReclusãoReclusasDomínio/Área Científica::Ciências Sociais::PsicologiaA maternidade na prisão continua a ser um tema pouco explorado, apesar do interesse gradual que se verifica. Desta forma, torna-se necessário compreender o impacto da mesma ao longo da reclusão, principalmente no padrão de comportamentos. Seguindo esta lógica, o presente estudo tem como objetivos analisar o impacto que a maternidade tem no comportamento disruptivo de reclusas mães de um estabelecimento prisional português quando c0mparadas com reclusas que não são mães. Pretende-se, também, perceber quais as dificuldades sentidas na prática do papel maternal tendo em conta as especificidades do contexto, nomeadamente para reclusas que têm filhos/as no exterior. Este estudo conta com 27 mulheres em reclusão no EP de Santa Cruz do Bispo, que foram distribuídas em três grupos: Grupo 1 (n = 8) é formado por reclusas acompanhadas pelos/as filhos/as dentro do EP; o Grupo 2 (n = 10) é constituído por reclusas mães com filhos/as no exterior; e o Grupo 3 (n = 9) é formado por reclusas que não são mães. Foi planeado um protocolo que incluía um questionário sociodemográfico, uma entrevista semiestruturada adaptada à situação em que a reclusa se encontrava (mãe ou não e se acompanhada ou não pela criança), e três instrumentos de avaliação psicológica SQIFA, 23 QVS e Escala de Baixo Autocontrolo, com o propósito de perceber se se verificavam diferenças significativas entre grupos. Os resultados vão de acordo à literatura existente, uma vez que as reclusas mães apresentam sentimentos de culpa e tristeza face à situação em que estão e em que colocam os/as seus/suas filhos/as. Demonstraram também, várias motivações para a sua decisão de permanência ou não dos/as filhos/as no EP. Quanto aos níveis stress e ansiedade não revelaram diferenças estatisticamente significativas, contrariamente ao que se verificou quanto ao número de ocorrências disciplinares e sua gravidade. Reclusas com filhos/as no exterior e reclusas sem filhos apresentam maior frequência de ocorrências e de maior gravidade. Foram, por fim apontadas limitações e sugestões a ter em conta não só para investigações futuras como a nível estrutural.Maternity in prison remains an underexplored topic, despite the gradual interest that is being seen. It is necessary to understand the impact of motherhood in female inmates, mainly in behavior conducts. Following this logic, the present study aims to analyze the impact that motherhood has on disruptive behavior of inmates that are mothers in a Portuguese prison when compared to inmates who are not mothers. It is also intended to understand the difficulties experienced in the practice of maternal role, considering the specificities of the context, especially for inmates who have children abroad. This study includes 27 women in Santa Cruz do Bispo prison, who were divided into three groups: Group 1 (n = 8) is formed by inmates accompanied by their children inside the EP; Group 2 (n = 10) is made up of inmate mothers with children abroad; and Group 3 (n = 9) is formed by inmates who are not mothers. A protocol was planned and included a sociodemographic questionnaire, a semi-structured interview adapted to the situation in which the inmate was (mother or not and whether accompanied by child), and three psychological assessment instruments SQIFA, 23 QVS and Low Self-Control Scale, with the aim of perceiving whether there were significant differences. The results are in line with the existing literature, since inmate mothers have feelings of guilt and sadness in the face of the situation they are in and in which they place their children. These inmates also demonstrated several motivations for their decision whether to have their children in prison or not. As for stress and anxiety levels, they did not reveal statistically significant differences, contrary to what was verified in terms of the number of disciplinary occurrences and their severity. Prisoners with children abroad and female inmates without children have a higher frequency of occurrences and more serious ones. Limitations and suggestions to be considered not only for future research but also at a structural level were pointed out.Santos, Diamantino José Figueiredo dosLoureiro, Manuel Joaquim da SilvauBibliorumPinto, Bruna Filipa Esteves2023-11-23T14:56:43Z2023-07-172023-06-292023-07-17T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/13778TID:203389891porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:57:29Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/13778Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:53:08.591106Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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