Processos de Regula??o Emocional e a sua Liga??o com a Criminalidade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Loisas, Beatriz Duarte Silva
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Galhardo, Ana (Orientadora)
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://repositorio.ismt.pt/handle/123456789/937
Resumo: Fatores de risco criminal de ordem diversa t?m vindo a ser identificados em variados estudos, no entanto, ainda que investiga??es anteriores tenham abordado diferentes construtos psicol?gicos na popula??o reclusa, existem ainda vari?veis n?o suficientemente exploradas. Nestas s?o de referir processos de regula??o emocional, como ? o caso da autocompaix?o, autojulgamento e autocontrolo, bem como contrutos como a vergonha e o v?nculo social. Este estudo teve como objetivo estudar a rela??o entre os processos de regula??o emocional e a criminalidade numa amostra de reclusos do Estabelecimento Prisional de Coimbra. Foram recrutados 91 reclusos do sexo masculino, com idades entre os 22 e os 65 anos, sendo a m?dia de idade destes sujeitos de 38.05 (DP = 9.93). Na recolha de dados foram usadas a Escala de Autocompaix?o, Escala de Autocontrolo, Escala de Vergonha e Social Connectedness Scale. Os resultados relativos ? autocompaix?o e ao autojulgamento foram semelhantes aos encontrados em estudos anteriores para a popula??o n?o reclusa, sugerindo a possibilidade de os reclusos serem compassivos e solid?rios com os colegas por se encontrarem numa situa??o semelhante, o que faz com que o sofrimento do self e o dos outros seja encarado de forma mais normativa. Relativamente ao baixo autocontrolo, e em particular ? impulsividade, os resultados do presente estudo indicaram que esta vari?vel parece estar presente de uma forma mais vincada nos sujeitos mais novos, com percursos escolares mais breves e que iniciaram comportamentos conducentes ao cumprimento de pena mais precocemente. As limita??es relativas ao estudo dizem respeito ao n?mero de sujeitos da amostra e ao procedimento relativo ao seu recrutamento, podendo estas ter introduzido enviesamentos nos resultados. Adicionalmente, a aus?ncia de avalia??o da desejabilidade social pode ser tamb?m uma limita??o. Contudo, o estudo possibilitou a identifica??o de vari?veis, como a impulsividade e o autojulgamento, que ao serem incorporadas de uma forma mais direta em programas de interven??o dirigidos a esta popula??o, poder?o revelar-se ?teis. A diminui??o dos n?veis destas duas dimens?es poder?, por sua vez, contribuir para a diminui??o do baixo autocontrolo. / Several criminal risk factors have been identified in previous studies. Although these studies have addressed different psychological constructs among prisoners, there are still variables that were not sufficiently explored. These include emotion regulation processes, such as self-compassion, self-judgment and self-control, as well as constructs such as shame and social bonding. The current study aimed to study the relationship between emotion regulation processes and crime in a sample of inmates from the Estabelecimento Prisional de Coimbra. A total of 91 male prisoners were recruited, aged between 22 and 65 years old, the mean age being 38.05 (SD = 9.93). For data collection, the Self-compassion Scale, Self-control Scale, Shame Scale and Social Connectedness Scale were used. Results concerning self-compassion and self-judgment were similar to those found in general population samples, suggesting that inmates may be compassionate and sympathetic to peers because they are in a similar situation, and their suffering as well as others? suffering may be views as part as a shared humanity. Regarding low self-control, particularly regarding impulsivity, results indicated that this variable seems to be present in a more pronounced way in younger subjects, lower educated and presenting an earlier start of criminal behavior. Study limitations include the small sample size, and recruitment procedure, which may have introduced biases in the results. In addition, the absence of a social desirability measure may also be a limitation. However, the study allowed to identify variables such as impulsivity and self-judgment, which, when incorporated in a more direct way into intervention programs targeting this population, may prove useful. The decrease in the levels of these two dimensions may, in turn, contribute to the reduction of low self-control.
id RCAP_d6a938253eea7c250883ad95f864e77d
oai_identifier_str oai:repositorio.ismt.pt:123456789/937
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Processos de Regula??o Emocional e a sua Liga??o com a CriminalidadeAutocompaix?o - Self-compassionAutocontrolo - Self-controlVergonha - ShameV?nculo social - Social bondingReclusos - InmatesFatores de risco criminal de ordem diversa t?m vindo a ser identificados em variados estudos, no entanto, ainda que investiga??es anteriores tenham abordado diferentes construtos psicol?gicos na popula??o reclusa, existem ainda vari?veis n?o suficientemente exploradas. Nestas s?o de referir processos de regula??o emocional, como ? o caso da autocompaix?o, autojulgamento e autocontrolo, bem como contrutos como a vergonha e o v?nculo social. Este estudo teve como objetivo estudar a rela??o entre os processos de regula??o emocional e a criminalidade numa amostra de reclusos do Estabelecimento Prisional de Coimbra. Foram recrutados 91 reclusos do sexo masculino, com idades entre os 22 e os 65 anos, sendo a m?dia de idade destes sujeitos de 38.05 (DP = 9.93). Na recolha de dados foram usadas a Escala de Autocompaix?o, Escala de Autocontrolo, Escala de Vergonha e Social Connectedness Scale. Os resultados relativos ? autocompaix?o e ao autojulgamento foram semelhantes aos encontrados em estudos anteriores para a popula??o n?o reclusa, sugerindo a possibilidade de os reclusos serem compassivos e solid?rios com os colegas por se encontrarem numa situa??o semelhante, o que faz com que o sofrimento do self e o dos outros seja encarado de forma mais normativa. Relativamente ao baixo autocontrolo, e em particular ? impulsividade, os resultados do presente estudo indicaram que esta vari?vel parece estar presente de uma forma mais vincada nos sujeitos mais novos, com percursos escolares mais breves e que iniciaram comportamentos conducentes ao cumprimento de pena mais precocemente. As limita??es relativas ao estudo dizem respeito ao n?mero de sujeitos da amostra e ao procedimento relativo ao seu recrutamento, podendo estas ter introduzido enviesamentos nos resultados. Adicionalmente, a aus?ncia de avalia??o da desejabilidade social pode ser tamb?m uma limita??o. Contudo, o estudo possibilitou a identifica??o de vari?veis, como a impulsividade e o autojulgamento, que ao serem incorporadas de uma forma mais direta em programas de interven??o dirigidos a esta popula??o, poder?o revelar-se ?teis. A diminui??o dos n?veis destas duas dimens?es poder?, por sua vez, contribuir para a diminui??o do baixo autocontrolo. / Several criminal risk factors have been identified in previous studies. Although these studies have addressed different psychological constructs among prisoners, there are still variables that were not sufficiently explored. These include emotion regulation processes, such as self-compassion, self-judgment and self-control, as well as constructs such as shame and social bonding. The current study aimed to study the relationship between emotion regulation processes and crime in a sample of inmates from the Estabelecimento Prisional de Coimbra. A total of 91 male prisoners were recruited, aged between 22 and 65 years old, the mean age being 38.05 (SD = 9.93). For data collection, the Self-compassion Scale, Self-control Scale, Shame Scale and Social Connectedness Scale were used. Results concerning self-compassion and self-judgment were similar to those found in general population samples, suggesting that inmates may be compassionate and sympathetic to peers because they are in a similar situation, and their suffering as well as others? suffering may be views as part as a shared humanity. Regarding low self-control, particularly regarding impulsivity, results indicated that this variable seems to be present in a more pronounced way in younger subjects, lower educated and presenting an earlier start of criminal behavior. Study limitations include the small sample size, and recruitment procedure, which may have introduced biases in the results. In addition, the absence of a social desirability measure may also be a limitation. However, the study allowed to identify variables such as impulsivity and self-judgment, which, when incorporated in a more direct way into intervention programs targeting this population, may prove useful. The decrease in the levels of these two dimensions may, in turn, contribute to the reduction of low self-control.ISMT2018-11-27T10:46:59Z2018-11-272018-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://repositorio.ismt.pt/handle/123456789/937TID:202024857porhttp://repositorio.ismt.pt/handle/123456789/937Loisas, Beatriz Duarte SilvaGalhardo, Ana (Orientadora)info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T14:58:50Zoai:repositorio.ismt.pt:123456789/937Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:54:19.907696Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Processos de Regula??o Emocional e a sua Liga??o com a Criminalidade
title Processos de Regula??o Emocional e a sua Liga??o com a Criminalidade
spellingShingle Processos de Regula??o Emocional e a sua Liga??o com a Criminalidade
Loisas, Beatriz Duarte Silva
Autocompaix?o - Self-compassion
Autocontrolo - Self-control
Vergonha - Shame
V?nculo social - Social bonding
Reclusos - Inmates
title_short Processos de Regula??o Emocional e a sua Liga??o com a Criminalidade
title_full Processos de Regula??o Emocional e a sua Liga??o com a Criminalidade
title_fullStr Processos de Regula??o Emocional e a sua Liga??o com a Criminalidade
title_full_unstemmed Processos de Regula??o Emocional e a sua Liga??o com a Criminalidade
title_sort Processos de Regula??o Emocional e a sua Liga??o com a Criminalidade
author Loisas, Beatriz Duarte Silva
author_facet Loisas, Beatriz Duarte Silva
Galhardo, Ana (Orientadora)
author_role author
author2 Galhardo, Ana (Orientadora)
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Loisas, Beatriz Duarte Silva
Galhardo, Ana (Orientadora)
dc.subject.por.fl_str_mv Autocompaix?o - Self-compassion
Autocontrolo - Self-control
Vergonha - Shame
V?nculo social - Social bonding
Reclusos - Inmates
topic Autocompaix?o - Self-compassion
Autocontrolo - Self-control
Vergonha - Shame
V?nculo social - Social bonding
Reclusos - Inmates
description Fatores de risco criminal de ordem diversa t?m vindo a ser identificados em variados estudos, no entanto, ainda que investiga??es anteriores tenham abordado diferentes construtos psicol?gicos na popula??o reclusa, existem ainda vari?veis n?o suficientemente exploradas. Nestas s?o de referir processos de regula??o emocional, como ? o caso da autocompaix?o, autojulgamento e autocontrolo, bem como contrutos como a vergonha e o v?nculo social. Este estudo teve como objetivo estudar a rela??o entre os processos de regula??o emocional e a criminalidade numa amostra de reclusos do Estabelecimento Prisional de Coimbra. Foram recrutados 91 reclusos do sexo masculino, com idades entre os 22 e os 65 anos, sendo a m?dia de idade destes sujeitos de 38.05 (DP = 9.93). Na recolha de dados foram usadas a Escala de Autocompaix?o, Escala de Autocontrolo, Escala de Vergonha e Social Connectedness Scale. Os resultados relativos ? autocompaix?o e ao autojulgamento foram semelhantes aos encontrados em estudos anteriores para a popula??o n?o reclusa, sugerindo a possibilidade de os reclusos serem compassivos e solid?rios com os colegas por se encontrarem numa situa??o semelhante, o que faz com que o sofrimento do self e o dos outros seja encarado de forma mais normativa. Relativamente ao baixo autocontrolo, e em particular ? impulsividade, os resultados do presente estudo indicaram que esta vari?vel parece estar presente de uma forma mais vincada nos sujeitos mais novos, com percursos escolares mais breves e que iniciaram comportamentos conducentes ao cumprimento de pena mais precocemente. As limita??es relativas ao estudo dizem respeito ao n?mero de sujeitos da amostra e ao procedimento relativo ao seu recrutamento, podendo estas ter introduzido enviesamentos nos resultados. Adicionalmente, a aus?ncia de avalia??o da desejabilidade social pode ser tamb?m uma limita??o. Contudo, o estudo possibilitou a identifica??o de vari?veis, como a impulsividade e o autojulgamento, que ao serem incorporadas de uma forma mais direta em programas de interven??o dirigidos a esta popula??o, poder?o revelar-se ?teis. A diminui??o dos n?veis destas duas dimens?es poder?, por sua vez, contribuir para a diminui??o do baixo autocontrolo. / Several criminal risk factors have been identified in previous studies. Although these studies have addressed different psychological constructs among prisoners, there are still variables that were not sufficiently explored. These include emotion regulation processes, such as self-compassion, self-judgment and self-control, as well as constructs such as shame and social bonding. The current study aimed to study the relationship between emotion regulation processes and crime in a sample of inmates from the Estabelecimento Prisional de Coimbra. A total of 91 male prisoners were recruited, aged between 22 and 65 years old, the mean age being 38.05 (SD = 9.93). For data collection, the Self-compassion Scale, Self-control Scale, Shame Scale and Social Connectedness Scale were used. Results concerning self-compassion and self-judgment were similar to those found in general population samples, suggesting that inmates may be compassionate and sympathetic to peers because they are in a similar situation, and their suffering as well as others? suffering may be views as part as a shared humanity. Regarding low self-control, particularly regarding impulsivity, results indicated that this variable seems to be present in a more pronounced way in younger subjects, lower educated and presenting an earlier start of criminal behavior. Study limitations include the small sample size, and recruitment procedure, which may have introduced biases in the results. In addition, the absence of a social desirability measure may also be a limitation. However, the study allowed to identify variables such as impulsivity and self-judgment, which, when incorporated in a more direct way into intervention programs targeting this population, may prove useful. The decrease in the levels of these two dimensions may, in turn, contribute to the reduction of low self-control.
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018-11-27T10:46:59Z
2018-11-27
2018-01-01T00:00:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://repositorio.ismt.pt/handle/123456789/937
TID:202024857
url http://repositorio.ismt.pt/handle/123456789/937
identifier_str_mv TID:202024857
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv http://repositorio.ismt.pt/handle/123456789/937
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv ISMT
publisher.none.fl_str_mv ISMT
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799136431035121664