Portugal, o Atlântico e a Europa. A Identidade Nacional, a (re)imaginação da Nação e a Construção Europeia
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2004 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.26/1371 |
Resumo: | Desde 1974, com o seu regresso a casa e à Europa, depois do fim dum projecto nacional expansionista de cinco séculos, Portugal tem atravessado importantes mudanças estruturais que têm transformado a velha sociedade tradicional e fechada numa sociedade pós-colonial moderna e mais aberta. Este processo de reconstrução da nação tem sido acompanhado duma importante agenda de celebração da história nacional. Adoptando uma abordagem intermédia entre uma visão modernista e uma visão primordialista, argumenta-se que as nações, apesar de poderem desenvolver novas tendências, medos e mitos, abandonar velhos, mudar o seu equilíbrio interno, são formas de organização colectiva baseadas nalgum tipo de continuidade histórica e numa experiência histórica comum (Hutchinson, 1994; Jenkins, 1995; May, 2001; Parekh, 1995; Smith, 1991). Ora, muita da literatura sobre a integração europeia tem chamado a atenção para o facto de que a dificuldade da emergência duma identidade europeia assenta na permanência dos sentimentos nacionais e numa limitada oferta da União Europeia de repertórios comuns que inspirem o entusiasmo colectivo (Calhoun, 1997; Hansen & Waever, 2002; Pagden, 2002; Smith, 1996). Neste ensaio explora-se como estes dois processos de reimaginação da nação e de integração europeia acontecem em paralelo, podendo, por vezes, criar tensões e fazer apelos que os cidadãos nacionais podem perceber como sendo de sentido contrário. Por um lado o processo de reprodução da nação reafirma os sentimentos de lealdade para com a nação – definida, durante a maior parte do século XX, em oposição à industrialização, modernização e aos valores liberais e democráticos dos seus vizinhos europeus. Por outro, o aprofundar do projecto europeu implica a perda de soberania nacional num número crescente de aspectos da vida nacional. |
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Desde 1974, com o seu regresso a casa e à Europa, depois do fim dum projecto nacional expansionista de cinco séculos, Portugal tem atravessado importantes mudanças estruturais que têm transformado a velha sociedade tradicional e fechada numa sociedade pós-colonial moderna e mais aberta. Este processo de reconstrução da nação tem sido acompanhado duma importante agenda de celebração da história nacional. Adoptando uma abordagem intermédia entre uma visão modernista e uma visão primordialista, argumenta-se que as nações, apesar de poderem desenvolver novas tendências, medos e mitos, abandonar velhos, mudar o seu equilíbrio interno, são formas de organização colectiva baseadas nalgum tipo de continuidade histórica e numa experiência histórica comum (Hutchinson, 1994; Jenkins, 1995; May, 2001; Parekh, 1995; Smith, 1991). Ora, muita da literatura sobre a integração europeia tem chamado a atenção para o facto de que a dificuldade da emergência duma identidade europeia assenta na permanência dos sentimentos nacionais e numa limitada oferta da União Europeia de repertórios comuns que inspirem o entusiasmo colectivo (Calhoun, 1997; Hansen & Waever, 2002; Pagden, 2002; Smith, 1996). Neste ensaio explora-se como estes dois processos de reimaginação da nação e de integração europeia acontecem em paralelo, podendo, por vezes, criar tensões e fazer apelos que os cidadãos nacionais podem perceber como sendo de sentido contrário. Por um lado o processo de reprodução da nação reafirma os sentimentos de lealdade para com a nação – definida, durante a maior parte do século XX, em oposição à industrialização, modernização e aos valores liberais e democráticos dos seus vizinhos europeus. Por outro, o aprofundar do projecto europeu implica a perda de soberania nacional num número crescente de aspectos da vida nacional. |
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