Influência de diferentes tipos de uso do solo no sucesso do lobo-ibérico nos distritos de Vila Real e Bragança
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/94876 |
Resumo: | O lobo-ibérico (Canis lupus signatus, Cabrera 1907) ocorreu em tempos em todo o território português. Hoje está reduzido a menos de um sexto do seu habitat original, maioritariamente a norte do rio Douro. Este trabalho analisa a relação entre o tipo de uso do solo e o sucesso do lobo-ibérico nas últimas décadas, com recurso a modelação espacial. A área de estudo são os distritos de Vila Real e de Bragança, no interior nortenho de Portugal, onde uma série de mudanças socioeconómicas levaram a uma transformação significativa no uso do solo. Os resultados consistem em mapas de adaptabilidade para o lobo-ibérico, baseados em dados de modelação espacial. As variáveis “habitat”, “disponibilidade alimentar” e “fontes de perturbação” foram analisadas para três anos de referência (1995, 2007 e 2015). Através destes foram identificados os locais de maior potencialidade para um habitat adequado para o lobo. A análise dos resultados permitiu identificar a tendência evolutiva de cada variável e a sua relação com o lobo e as suas presas ao longo do tempo. Os locais identificados pelo modelo como mais adequadas para o lobo-ibérico situam-se, sobretudo, na região mais a norte da área de estudo, na fronteira com Espanha, como o Parque Nacional da Peneda-Gerês e o Parque Natural de Montesinho. As áreas a leste, no distrito, de Bragança tiveram também um alto grau de adaptabilidade, assim como grande parte das serras da região. A evolução das áreas propícias ao lobo-ibérico coincidiu com a evolução da distribuição das suas presas silvestres, tais como o javali, o corço e o veado, que se encontram atualmente em expansão. A pressão humana tem vindo a diminuir nestas áreas, resultado do despovoamento e consequente redução da atividade agrícola e pecuária – fatores que têm influenciado o retorno das presas silvestres e do predador. As áreas com baixa densidade populacional e elevado número de presas são também aquelas com um número decrescente de ataques de lobo a gado e, consequentemente, menor conflito com o ser humano, fator chave para o sucesso desta espécie. |
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