Rumo ao hinterland: a evolução social dos prazos do Vale do Zambeze (séculos XVII e XVIII)

• Autor(a) principal: Baltasar, Jorge Alexandre dos Santos
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/20766
• topic: Prazos; Vale do Zambeze;; Monomotapa; Tete; Sena; Quelimane; Moçambique;; Zambezi Valley; Enfiteuse; Mozambique;; Domínio/Área Científica::Humanidades::História e Arqueologia

No seio da expansão portuguesa os denominados Prazos do Zambeze constituíram-se como a única forma de presença territorial consistente na costa Oriental africana. Devido à localização remota desta geografia, assistiu-se à criação de uma sociedade fortemente miscigenada cujo quotidiano resultava da acomodação da experiência portuguesa e africana. Fonte quase inesgotável de riqueza para os prazeiros mais bem-sucedidos, o sertão revelou-se um terreno de intermediação comercial por excelência onde os senhores controlavam proveitosas rotas mercantis. A estrutura logística proporcionada pelo prazo revelou-se decisiva para a presença territorial portuguesa. Contudo, a dimensão do mesmo, o número de cativos que conseguia albergar e a africanização dos prazeiros transformou o vale do Zambeze num território pouco permeável à intervenção política e legislativa ditada pelas instituições oficiais de Lisboa e Goa. Partindo das premissas enunciadas, o presente estudo propõe a análise das interações sociais no vale do Zambeze nos séculos XVII e XVIII, tendo como foco os territórios concedidos pela Coroa segundo a figura jurídica do prazo.