Alimento morto e os donos na cidade: comensalidade e alteridade em uma aldeia guarani em São Paulo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612019000300004 |
Resumo: | São Paulo conta com dois conjuntos de aldeias guarani, um deles no extremo sul da cidade (Terra Indígena Tenonde Porã) e outro na região noroeste (Terra Indígena Jaraguá). Este artigo resulta principalmente de minha interlocução com moradores da aldeia Tekoa Pyau, na TI Jaraguá, cuja exiguidade do espaço e o adensamento urbano crescente do entorno impõem desafios cotidianos ao manejo das conexões e desconexões que garantem a individuação de potências que os singularizam como guarani. Buscarei abordar essa questão por meio de práticas de conhecimento sobre alimentação e comensalidade, com ênfase para o modo como meus interlocutores distinguem o que chamam de alimentos vivos e alimentos mortos. No consumo de alimentos vivos, é preciso manejar relações com seus donos-espíritos. No caso dos alimentos mortos, a exemplo dos produtos ultraprocessados, as relações que os constituem são eclipsadas, tornando incerto (e perigoso) seu potencial agentivo. Partindo desta distinção, procuro apontar reflexões e inflexões guarani sobre alteridade, vulnerabilidade e a questão das mercadorias. |
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São Paulo conta com dois conjuntos de aldeias guarani, um deles no extremo sul da cidade (Terra Indígena Tenonde Porã) e outro na região noroeste (Terra Indígena Jaraguá). Este artigo resulta principalmente de minha interlocução com moradores da aldeia Tekoa Pyau, na TI Jaraguá, cuja exiguidade do espaço e o adensamento urbano crescente do entorno impõem desafios cotidianos ao manejo das conexões e desconexões que garantem a individuação de potências que os singularizam como guarani. Buscarei abordar essa questão por meio de práticas de conhecimento sobre alimentação e comensalidade, com ênfase para o modo como meus interlocutores distinguem o que chamam de alimentos vivos e alimentos mortos. No consumo de alimentos vivos, é preciso manejar relações com seus donos-espíritos. No caso dos alimentos mortos, a exemplo dos produtos ultraprocessados, as relações que os constituem são eclipsadas, tornando incerto (e perigoso) seu potencial agentivo. Partindo desta distinção, procuro apontar reflexões e inflexões guarani sobre alteridade, vulnerabilidade e a questão das mercadorias. |
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