Estilos de mineralização e alteração hidrotermal em sequências paleozóicas carbonatadas da região de Santo André, Moura, Zona Ossa Morena:

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barata, João Miguel do Nascimento
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/45212
Resumo: Tese de mestrado, Geologia Económica (Prospeção Mineral) Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2020
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spelling Estilos de mineralização e alteração hidrotermal em sequências paleozóicas carbonatadas da região de Santo André, Moura, Zona Ossa Morena:implicações para a prospeção mineralMineralização de siderite maciçaAlteração hidrotermalSto AndréZOMTeses de mestrado - 2020Departamento de GeologiaTese de mestrado, Geologia Económica (Prospeção Mineral) Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2020A mineralização de Sto. André (assim como a de Enfermarias) foi identificada numa campanha de prospeção realizada pelo Serviço de Fomento Mineiro (atual Laboratório Nacional de Energia e Geologia - LNEG) na região de Moura, no SE de Portugal. As jazidas localizam-se no Setor litoestratigráfico de Montemor-Ficalho da Zona de Ossa-Morena, na província metalogenética conhecida como Faixa Magnetítico-Zincífera. Nessa campanha foram efetuadas 13 sondagens, duas delas intersetando a mineralização de Sto. André, tendo sido estudada no presente trabalho a sondagem SDM 13. A mineralização em Sto. André é caracterizada por extensa alteração siderítica com quantidades subordinadas de sulfuretos disseminados. A alteração siderítica ocorre no Complexo Vulcano-Sedimentar de Moura, de idade Ordovícica, constituído na sua maioria por intercalações de sequências carbonatadas (mármores) e metavulcânicas (geralmente félsicas na base e intermédio-máficas no topo do complexo), com pontuais unidades metatufitos e liditos. A deformação nesta região é bastante intensa, (geralmente) heterogénea, e posterior ao pico metamórfico, associada à Orogenia Varisca. O metamorfismo é caraterizado por condições P-T transicionais entre a fáceis dos xistos verdes e anfibolítica. O estudo petrográfico focou-se fundamentalmente nas principais litologias do Complexo Vulcano- Sedimentar de Moura intersectadas pela sondagem SDM 13. O mármore, essencialmente calcítico, apresenta pequenas quantidades de rodocrosite associada a níveis específicos. O filossilicato dominante é a sericite. Observa-se forte deformação do mesmo, com dobras macroscópicas e intensa recristalização dos carbonatos, criando um bandado tectono-metamórfico. As rochas metavulcânicas (félsicas) encontram-se igualmente deformadas, apresentando intensa recristalização e deformação do quartzo. De igual modo, a sericite (e clorite) marcam descontinuidades agrupáveis em duas famílias subverticais e oblíquas entre si. As rochas sideríticas, constituídas maioritariamente por siderite, clorite e quartzo, representam a fáceis de alteração em Sto. André. Esta litologia apresenta diversas texturas, a maioria das quais herdadas dos mármores originais. O bandado (também herdado) é marcado não só pela siderite, com variação de granularidade, mas também por corpos cloríticos denominados laivos. Os laivos são caraterizados por serem descontínuos, subparalelos ao bandado, e contém igualmente ilmenite, óxido de Ti, monazite, xenótimo, zircão e apatite. As transições entre os mármores e a siderite maciça é geralmente marcada por clorite. Num caso particular, a transição entre as duas litologias é feita por uma fina camada de anquerite. No caso das metavulcânicas não foi observado contato, contudo esta litologia regista efeitos de sideritização, a qual tende a propagar-se pelas descontinuidades presentes nestas litologias, caraterizando-se pela alteração de pequenos corpos carbonatados presentes nessas unidades, bem como pela presença de óxidos e/ou hidróxidos de Fe. Em termos gerais, a alteração é essencialmente metassomática, pós-pico metamórfico e tardia no processo de deformação (Varisca). As fases mineralizantes são incomuns, tendo sido observadas em rochas sideríticas e metavulcânicas. A fase F1 carateriza-se por grãos geralmente grosseiros e geralmente euédricos de pirite, cujo interior apresenta uma textura pseudo-subgranulada. Inclusa nestes grãos tem-se calcopirite, bem como magnetite. A fase F2 e F3 são bastante similares, ocorrendo em descontinuidades subparalelas ao bandado das rochas sideríticas. Na fase F2 essas descontinuidades estão por vezes ocultas pelo crescimento dos grãos sideríticos, ficando apenas os sulfuretos alinhados. Mineralogicamente, a fase F2 é caraterizada por pirite (Py II) + pirrotite (Po) ± calcopirite (Cpy II) ± esfalerite (Sph), e a fase F3 por pirite (Py III) + arsenopirite (Aspy I) ± calcopirite (Cpy III). A fase F4, pirite (Py IV, marcassitizada) + arsenopirite (aspy II) ± calcopirite (Cpy IV), é observada em veios oblíquos, associada a clorite grosseira. Estas associações minerais sugerem uma variação do fluido mineralizante ao longo do tempo. Com exceção da fase F1, as fases mineralizantes estão associadas às fases mais tardias do processo de sideritização.The Santo André mineralization, (together with Enfermaria’s) was identified during an exploration survey led by the Servico de Fomento Mineiro (Portugal’s Geological Survey Agency – presently known as Laboratório Nacional de Energia e Geologia - LNEG) in the Moura region, Southeast Portugal. These mineralizations are located in the Montemor-Ficalho lithostratigraphic sector of the Ossa-Morena Zone and inserted in the magnetity-zinc metallogenic province (Faixa Magnetítico- Zincífera). In this survey, two of the thirteen drill holes intersected Santo Andre’s ore body (SMD11 e SMD 13). This study focuses on the SMD 13 log. The Sto. André mineralization is characterized by an extensive sideritic alteration with small amounts of scattered sulphides. The sideritic alteration is found in Moura’s volcano-sedimentary complex. This complex is characterized by alternating carbonate (marbles) and metavulcanic sequences with scarce metatufites and flints (liditos). This region is strongly affected by heterogeneous tectonic deformation that occurred after the metamorphic climax, associated with the Variscan Orogeny. The PT values suggest that the transitional conditions of green-schist to amphibolitic facies were achieved during the metamorphic peak. The petrographic study mainly focused on the major lithologies of Moura’s volcanosedimentary complex intersected buy the SDM 13 core. Small amounts of rhodochrosite are found in certain individual layers present in the calcitic marbles. The main phyllosilicate is sericite. It is possible to observe a strong deformation of the phyllosilicates producing macroscopic folds and extensive recrystallization of the carbonate rocks resulting in a tectonic foliation. Metavolcanic (felsic) rocks are also deformed, characterized by extensive deformation and recrystallization of quartz. Similarly, sericite (and chlorite) denote the discontinuities grouped into two subvertical families which are oblique to each other. Massive siderite, with large amounts of chlorite and quartz, constitute the metasomatic rock observed in Santo André. This lithology has several textures, most of which are inherited from the original marbles. The inherited banding is not only marked by siderite (with heterogeneous granularity) but also by chlorotic bodies called streaks. These subparallel streaks are discontinuous and contain small amounts of ilmenite, Ti oxide, monazite, xenotime, zircon and apatite. Transitions between marbles and massive siderite are usually marked by chlorite. In some cases, the transition between the two lithologies is made by a thin layer of ankerite. As for metavolcanics no contact was observed however this lithology also experiences a sideritization process, which tends to spread through discontinuities. In these lithologies, the sideritization is characterized by the alteration of small carbonated bodies present in these units. Generally, the change is metasomatic, post-peak metamorphic and late in the deformation process. The sulphide mineralization’s are uncommon, observed in the two main lithologies (massive siderite and metavolcanics). Phase F1 is described with coarse and euhedral pyrite (Py I), with an unusual texture described as pseudo-subgranulation. Inclusions of chalcopyrite and magnetite are present in these grains. The F2 and F3 phases are very similar, are associated with discontinuities, and subparallel to the sideritic rock banded. However, in the F2 phase these discontinuities are not always present since they are hidden by the growth of the siderite grains, leaving only the sulphides aligned. The F2 phase parageneses is comprised of pyrite (Py II) + pyrrhotite (Po) ± chalcopyrite (Cpy II) ± sphalerite (Sph), and F3 phase by pyrite (Py III) + arsenopyrite (Aspy I) ± chalcopyrite (Cpy III). The F4 phase is observed in oblique veins with coarse chlorite and is characterized by the presence of pyrite (Py IV, with marcassitization), arsenopyrite (Aspy II) and chalcopyrite (Cpy IV). These associations suggest a variation of the mineralizing fluid over time. Apart from F1 phase, the different phases are associated with the later stages of the sideritization process.Figueiras, Jorge Manuel Verdilhão, 1955-Matos, João Manuel Xavier deRepositório da Universidade de LisboaBarata, João Miguel do Nascimento2020-12-09T18:04:38Z202020202020-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/45212TID:202607305porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:46:54Zoai:repositorio.ul.pt:10451/45212Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:57:43.341428Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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