Fatores determinantes do impacto da telemedicina para o acesso a consultas de especialidade médica hospitalar, em contexto de COVID-19

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cunha, Ana Soraia Reis da
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/154214
Resumo: RESUMO - Introdução: A pandemia de COVID-19 exigiu uma rápida adaptação na prestação de cuidados de saúde. A realização de consultas à distância tornou-se indicada para evitar contactos presenciais e facilitar o acesso a cuidados médicos especializados. Simultaneamente, a rápida implementação da telemedicina tem o potencial de exacerbar desigualdades no acesso a estes cuidados. O objetivo deste estudo pretende caracterizar os principais fatores que determinaram a utilização da telemedicina para o acesso a consultas de especialidade hospitalar durante o período da pandemia de COVID-19, e consensualizar possíveis recomendações para o contexto português. Metodologia: Revisão Sistemática e Técnica de Grupo Nominal (TGN), com um painel constituído por dez (10) peritos. Resultados: A revisão sistemática identificou seis fatores que facilitaram a utilização da telemedicina: cobertura do seguro de saúde; prevenção da infeção pelo SARS-CoV-2; acesso a serviços da Internet; acesso a dispositivos tecnológicos; melhor gestão do equilíbrio trabalho-vida; poupança nos custos de viagem. As principais barreiras identificadas foram: falta de acesso aos serviços da Internet; falta de acesso a dispositivos tecnológicos; disparidades raciais/étnicas; baixa literacia digital; baixo rendimento; idade; barreiras linguísticas; cobertura do seguro de saúde; preocupações com a privacidade e confidencialidade dos dados; disparidades geográficas; e realização de testes de diagnóstico complementares ou entrega de resultados. A TGN realizada permitiu a geração de 71 ideias, que foram divididas em desafios com impacto sobre profissionais/instituições/sistemas de saúde e utentes, e recomendações para os abordar. Conclusões: As condições de utilização da telemedicina antes da pandemia de COVID-19 não estavam otimizadas para responder à demanda de uma realidade de prestação de cuidados médicos baseada na distância física. Existiram fatores tecnológicos, socioeconómicos, socioculturais, demográficos, legais e éticos capazes de desafiar e/ou criar oportunidades no acesso aos serviços de telemedicina para aceder aos cuidados hospitalares. Em Portugal, os principais desafios estão relacionados com a literacia digital em saúde, condições tecnológicas e operacionais, e relutância na adoção tecnológica. As necessidades dos mais vulneráveis exigem especial atenção nos cuidados de saúde em ambiente digital.
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O objetivo deste estudo pretende caracterizar os principais fatores que determinaram a utilização da telemedicina para o acesso a consultas de especialidade hospitalar durante o período da pandemia de COVID-19, e consensualizar possíveis recomendações para o contexto português. Metodologia: Revisão Sistemática e Técnica de Grupo Nominal (TGN), com um painel constituído por dez (10) peritos. Resultados: A revisão sistemática identificou seis fatores que facilitaram a utilização da telemedicina: cobertura do seguro de saúde; prevenção da infeção pelo SARS-CoV-2; acesso a serviços da Internet; acesso a dispositivos tecnológicos; melhor gestão do equilíbrio trabalho-vida; poupança nos custos de viagem. As principais barreiras identificadas foram: falta de acesso aos serviços da Internet; falta de acesso a dispositivos tecnológicos; disparidades raciais/étnicas; baixa literacia digital; baixo rendimento; idade; barreiras linguísticas; cobertura do seguro de saúde; preocupações com a privacidade e confidencialidade dos dados; disparidades geográficas; e realização de testes de diagnóstico complementares ou entrega de resultados. A TGN realizada permitiu a geração de 71 ideias, que foram divididas em desafios com impacto sobre profissionais/instituições/sistemas de saúde e utentes, e recomendações para os abordar. Conclusões: As condições de utilização da telemedicina antes da pandemia de COVID-19 não estavam otimizadas para responder à demanda de uma realidade de prestação de cuidados médicos baseada na distância física. Existiram fatores tecnológicos, socioeconómicos, socioculturais, demográficos, legais e éticos capazes de desafiar e/ou criar oportunidades no acesso aos serviços de telemedicina para aceder aos cuidados hospitalares. Em Portugal, os principais desafios estão relacionados com a literacia digital em saúde, condições tecnológicas e operacionais, e relutância na adoção tecnológica. As necessidades dos mais vulneráveis exigem especial atenção nos cuidados de saúde em ambiente digital.ABSTRACT - Introduction: The COVID-19 pandemic required rapid adaptation in healthcare delivery. Providing remote consultations became indicated to avoid face-to-face contact and facilitate access to specialized medical care. Simultaneously, the rapid implementation of telemedicine has the potential to exacerbate inequalities in access to this type of care. The aim of this study is to characterize the main factors that determined the use of telemedicine for access to hospital speciality consultations during the period of the COVID-19 pandemic and to reach a consensus on possible recommendations for the Portuguese context. Methodology: Systematic Review and Nominal Group Technique (NGT), with a panel consisting of ten (10) experts. Results: The systematic review identified six factors that facilitated the use of telemedicine: health insurance coverage; prevention of SARS-CoV-2 infection; access to Internet services; access to technological devices; better management of work-life balance; savings in travel costs. The main barriers identified were lack of access to Internet services; lack of access to technological devices; racial/ethnic disparities; low digital literacy; low income; age; language barriers; health insurance coverage; data privacy and confidentiality concerns; geographic disparities; and completion of further diagnostic testing or delivery of results. The NGT conducted allowed the generation of 71 ideas, which were divided into challenges impacting health professionals/institutions/systems and users; and recommendations to address them. Conclusions: The conditions of telemedicine use prior to COVID-19 pandemic were not optimized to address the demand for a physical distance-based healthcare delivery reality. There were technological, socioeconomic, sociocultural, demographic, legal and ethical factors capable of challenging and/or creating opportunities in the access to telemedicine services to access hospital care. In Portugal, the main challenges are related to digital health literacy, technological and operational conditions, and reluctance to adopt technology. The needs of the most vulnerable require special attention in the digital healthcare environment.Cordeiro, João ValentePedro, Ana RitaRUNCunha, Ana Soraia Reis da2023-06-21T14:36:46Z20222022-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/154214TID:203282272porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T05:36:40Zoai:run.unl.pt:10362/154214Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:55:32.287382Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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