Ormeloxifeno: Interesse Contracetivo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vasconcelos, Joana Caldeira Valverde de Azeredo
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/11330
Resumo: Introdução: O acesso a métodos contracetivos modernos, seguros e eficazes é fundamental para a saúde e o bem-estar global dos indivíduos, para além do sustentável desenvolvimento dos países. O Governo da Índia introduziu no seu plano nacional de saúde um novo método contracetivo, oral e não hormonal, o ormeloxifeno, em que o esquema de dosagem é de toma semanal. Objetivos: Avaliar o nível de evidência atual sobre o ormeloxifeno como método contracetivo seguro e eficaz. A análise foi realizada em função de quatro parâmetros: mecanismo de ação, eficácia contraceptiva, farmacocinética, segurança e possíveis reações adversas associadas. Métodos: Foi feita uma pesquisa bibliográfica em diversas bases de dados, incluindo as indianas. Apenas se incluíram estudos do ormeloxifeno como método contracetivo em humanos. Resultados: Os resultados incluíram ensaios clínicos, guidelines, relatórios anuais e complementada com o recurso a artigos de revisão e bibliografia relevante para o tema. Dos estudos incluídos, quatro analisaram o mecanismo de ação, a farmacocinética em mulheres saudáveis foi avaliada por 10 estudos e nas mulheres em aleitamento materno por 6 estudos. A eficácia contracetiva foi reportada em 11 artigos, dos quais 3 são estudos observacionais e 1 é retrospetivo. Os efeitos secundários, relatadas nos vários artigos, revelam uma diversidade de possíveis reações. Como contraceção de emergência, é analisado em apenas num estudo. Discussão: O ormeloxifeno como método contracetivo atua criando um desfasamento entre a maturação do endométrio e do zigoto, impossibilitando a implantação. Visto que possui uma longa meia-vida (cerca de 7 dias), é possível um esquema de toma semanal. Possui lenta/moderada absorção e é amplamente distribuído pelos tecidos. Nas mulheres em aleitamento materno os resultados mostraram que é seguro. A eficácia contracetiva mostrou alguma variação entre os diversos estudos, com um índice de Pearl de 0.83 a 4.2. As reações adversas foram diversas e discrepantes entre os estudos. No entanto, a mais frequente foram irregularidades do ciclo menstrual, com ciclos de longa duração, e hemorragia prolongada. Conclusão: Dada toda a incerteza e diversidade dos efeitos adversos e da eficácia contracetiva dos estudos, além do mecanismo de ação por esclarecer adequadamente, é demonstrada uma falta de evidência para que seja possível retirar conclusões significativas, e por isso qualquer tipo de recomendação como contracetivo eficaz e seguro. Assim, é necessário, mais investigação, alem de que os estudos devem ser mais robustos, com maior tamanho da amostra, tempos de seguimento e diversidade da amostra
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Resultados: Os resultados incluíram ensaios clínicos, guidelines, relatórios anuais e complementada com o recurso a artigos de revisão e bibliografia relevante para o tema. Dos estudos incluídos, quatro analisaram o mecanismo de ação, a farmacocinética em mulheres saudáveis foi avaliada por 10 estudos e nas mulheres em aleitamento materno por 6 estudos. A eficácia contracetiva foi reportada em 11 artigos, dos quais 3 são estudos observacionais e 1 é retrospetivo. Os efeitos secundários, relatadas nos vários artigos, revelam uma diversidade de possíveis reações. Como contraceção de emergência, é analisado em apenas num estudo. Discussão: O ormeloxifeno como método contracetivo atua criando um desfasamento entre a maturação do endométrio e do zigoto, impossibilitando a implantação. Visto que possui uma longa meia-vida (cerca de 7 dias), é possível um esquema de toma semanal. Possui lenta/moderada absorção e é amplamente distribuído pelos tecidos. Nas mulheres em aleitamento materno os resultados mostraram que é seguro. A eficácia contracetiva mostrou alguma variação entre os diversos estudos, com um índice de Pearl de 0.83 a 4.2. As reações adversas foram diversas e discrepantes entre os estudos. No entanto, a mais frequente foram irregularidades do ciclo menstrual, com ciclos de longa duração, e hemorragia prolongada. Conclusão: Dada toda a incerteza e diversidade dos efeitos adversos e da eficácia contracetiva dos estudos, além do mecanismo de ação por esclarecer adequadamente, é demonstrada uma falta de evidência para que seja possível retirar conclusões significativas, e por isso qualquer tipo de recomendação como contracetivo eficaz e seguro. Assim, é necessário, mais investigação, alem de que os estudos devem ser mais robustos, com maior tamanho da amostra, tempos de seguimento e diversidade da amostraIntroduction: Access to modern, safe and effective contraceptive methods is fundamental to the overall well-being and health, in addition to sustainable development of countries. The Government of India has introduced in its national health plan a new contraceptive method, oral and non-hormonal – ormeloxifene. Objectives: To assess the current level of scientific evidence on ormeloxifene as a safe and effective contraceptive method, through the individual analysis of four parameters: mechanism of action, contraceptive efficacy, pharmacokinetics, safety and possible associated adverse reactions. Methods: A literature search was carried out in several databases, including Indian ones. There was no time restriction included, however the information collected was limited to pharmacological use in humans, with the aim of obtaining the best evidence in humans. Results: The results included clinical trials, guidelines, regular reports and supplemented with the resource of review articles and bibliography relevant to the topic. Of the included studies, four analysed the mechanism of action, the pharmacokinetics in healthy women was evaluated by 10 studies and in breastfeeding women by 6 studies. Contraceptive efficacy was reported in 11 articles, of which 3 are observational studies and 1 is retrospective. Side effects, reported in the various articles, reveal a variety of reactions. As emergency contraception, it is analysed in just one study. Discussion: Ormeloxifene, as a contraceptive method, by creating a gap between the maturation of the endometrium and the zygote, prevents implantation. Since it has a long half-life (about 7 days), a weekly regimen is possible. It has slow/moderate absorption and is widely distributed in tissues. In breastfeeding women, the results showed that it is safe. Contraceptive efficacy showed some variation across studies, with a Pearl score of 0.83 to 4.2. Adverse reactions were diverse and discrepant between studies. However, the most frequent were menstrual cycle irregularities, with long-lasting cycles, and prolonged bleeding. Conclusion: Given all the uncertainty and diversity of adverse effects and contraceptive efficacy of the studies, in addition to the mechanism of action to be adequately clarified, a lack of evidence to be able to draw significant conclusions is demonstrated, and therefore any type of recommendation as a contraceptive effective and safe. Thus, further investigation is needed, in addition to the fact that studies should be more robust, with a larger sample size, follow-up times and sample diversity.Moutinho, José Alberto FonsecauBibliorumVasconcelos, Joana Caldeira Valverde de Azeredo2021-11-22T17:17:42Z2021-09-012021-06-172021-09-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/11330TID:202789381porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:53:46Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/11330Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:51:09.020776Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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