Vacinação: conhecimentos e atitudes da população dos bairros carenciados do concelho do Seixal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: TAVARES, Maria de Fátima Medina
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/19385
Resumo: INTRODUÇÃO: As vacinas permitem salvar mais vidas e prevenir mais casos de doença do que qualquer outro tratamento médico (PNV, 2012). O não cumprimento do Programa Nacional de Vacinação pode dever-se a vários fatores, entre eles: à falta de acesso aos cuidados de saúde; à falta de informação acerca da sua importância e periodicidade, principalmente nos grupos vulneráveis, a mitos sobre a segurança das vacinas e mais recentemente ao aparecimento de movimentos anti-vacinação. OBJETIVOS: Caraterizar as estratégias atuais de promoção de vacinação da equipa da Unidade Móvel de Saúde e dos Centros Comunitários que trabalham nos bairros carenciados do Concelho do Seixal; caracterizar conhecimentos e atitudes da população adulta e dos pais dos bairros carenciados sobre a vacinação; reavaliar as necessidades de aprendizagem após a sessão de educação para a saúde; comparar conhecimentos e atitudes de mães cujos filhos frequentam o infantário de um bairro carenciado com mães não carenciadas com filhos a frequentar um colégio privado; e propor estratégias de intervenção adaptadas à população carenciada em estudo. MÉTODOS: Para a concretização dos objetivos propostos utilizaram-se dois métodos de estudo: o método de investigação quantitativa do tipo observacional e descritivo, através da aplicação de vários questionários (questionário aos residentes dos bairros; questionário aos participantes da sessão de educação para a saúde e questionário aos profissionais de saúde) e o método de investigação qualitativo através da técnica dos grupos focais. RESULTADOS: No estudo quantitativo participaram 308 indivíduos, 67% (193) do género feminino; a idade média era de 43,2 anos, 40,5% nascidos em Portugal, e 37% nascidos em Cabo-Verde; 35,7%, com o 2º ciclo de escolaridade e 29,2% desempregados. Um quarto dos participantes diz que as vacinas servem para “proteger das doenças”; Três quartos afirmam que lhes foi explicado para que servia a vacina no ato vacinal, têm medo de ser vacinados e consideram que a vacinação deve ser obrigatória; 87,7% dos indivíduos ouviram falar da vacina contra o tétano, 64% têm essa vacina em dia, mas apenas 23,7% (73) acertaram no esquema; Metade dos participantes já ouviram falar na vacinação para os viajantes, tendo mencionado a vacina contra a “malária”, contra a febre amarela e contra o “dengue”; Dos indivíduos que viajaram para África metade foi aconselhada a ir a uma consulta no âmbito da medicina do viajante; Cerca de metade dos participantes não ouviu falar no Programa Nacional de Vacinação; 78% dos pais ficaram esclarecidos em relação às vacinas administradas aos filhos, 77% não deixou de vacinar os filhos por estes terem uma doença aguda ligeira. Realizaram-se dois grupos focais, um com seis residentes de um bairro carenciado e outro com oito mães não carenciadas com filhos num colégio privado. Tinham uma idade média de 35,1 anos, as mães do colégio apresentavam nível de escolaridades superior, as mães do bairro tinham uma média de 2,7 filhos e as do colégio de 1,1. De um modo geral, ambos os grupos apresentam conhecimentos e atitudes semelhantes sobre a vacinação. As diferenças são: todos os filhos de mães do colégio fizeram a vacina contra o Streptococcus pneumoniae e/ou vacina contra o rotavírus, ao contrario das outras crianças; e a maioria das mães com filhos no colégio receberam orientações em relação à vacinação através do pediatra, enquanto as mães do bairro receberam orientações por parte da enfermeira do centro saúde. Na sessão de educação para a saúde participaram 10 moradores do bairro da Cucena, oito do género feminino, a média de idades é de 50,6 anos, cinco moradores com o 2º ciclo de escolaridade, oito cabo-verdianos, três desempregados. Algumas das dúvidas levantadas foram: como atuam as vacinas no nosso corpo? E como se faz a prevenção do paludismo? As sugestões de estratégias de promoção de vacinação fornecidas pelos seis profissionais de saúde foram: maior divulgação da necessidade da vacina contra o tétano nos meios de comunicação social; promover a vacinação nas escolas; e nas consultas de saúde materna divulgar os benefícios da vacinação. CONCLUSÕES: Os resultados obtidos permitem contribuir para o desenvolvimento, planeamento e implementação de políticas e estratégias de promoção de vacinação nestas comunidades, refletindo as suas necessidades específicas e, consequentemente, permitir efetivos ganhos em saúde. Tiram-se várias conclusões deste trabalho de investigação, que podem ser usadas pelos profissionais de saúde no seu dia-a-dia, nas sessões de educação para a saúde e nos futuros trabalhos de investigação sobre a vacinação, como por exemplo: as necessidades de aprendizagem detetadas ao longo do estudo; o medo da injeção, pelo medo da picada presente na maioria dos indivíduos; a maioria tem a perceção de que estar vacinado protege a comunidade; a vacinação dos filhos está atualizada, o que confirma que a moda de não vacinar tem uma dimensão pequena em Portugal; as doenças ligeiras não foram consideradas contra-indicação para vacinar os filhos; os conhecimentos e atitudes sobre a vacinação são muito semelhantes entre as mães do colégio e as mães do bairro, o baixo poder económico destas pode ser responsável pela não adesão às vacinas extra-Programa Nacional de Vacinação; e a baixa adesão da população à sessão de educação para a saúde, sugere que esta não é a melhor estratégia para chegar a estas comunidades.
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OBJETIVOS: Caraterizar as estratégias atuais de promoção de vacinação da equipa da Unidade Móvel de Saúde e dos Centros Comunitários que trabalham nos bairros carenciados do Concelho do Seixal; caracterizar conhecimentos e atitudes da população adulta e dos pais dos bairros carenciados sobre a vacinação; reavaliar as necessidades de aprendizagem após a sessão de educação para a saúde; comparar conhecimentos e atitudes de mães cujos filhos frequentam o infantário de um bairro carenciado com mães não carenciadas com filhos a frequentar um colégio privado; e propor estratégias de intervenção adaptadas à população carenciada em estudo. MÉTODOS: Para a concretização dos objetivos propostos utilizaram-se dois métodos de estudo: o método de investigação quantitativa do tipo observacional e descritivo, através da aplicação de vários questionários (questionário aos residentes dos bairros; questionário aos participantes da sessão de educação para a saúde e questionário aos profissionais de saúde) e o método de investigação qualitativo através da técnica dos grupos focais. RESULTADOS: No estudo quantitativo participaram 308 indivíduos, 67% (193) do género feminino; a idade média era de 43,2 anos, 40,5% nascidos em Portugal, e 37% nascidos em Cabo-Verde; 35,7%, com o 2º ciclo de escolaridade e 29,2% desempregados. Um quarto dos participantes diz que as vacinas servem para “proteger das doenças”; Três quartos afirmam que lhes foi explicado para que servia a vacina no ato vacinal, têm medo de ser vacinados e consideram que a vacinação deve ser obrigatória; 87,7% dos indivíduos ouviram falar da vacina contra o tétano, 64% têm essa vacina em dia, mas apenas 23,7% (73) acertaram no esquema; Metade dos participantes já ouviram falar na vacinação para os viajantes, tendo mencionado a vacina contra a “malária”, contra a febre amarela e contra o “dengue”; Dos indivíduos que viajaram para África metade foi aconselhada a ir a uma consulta no âmbito da medicina do viajante; Cerca de metade dos participantes não ouviu falar no Programa Nacional de Vacinação; 78% dos pais ficaram esclarecidos em relação às vacinas administradas aos filhos, 77% não deixou de vacinar os filhos por estes terem uma doença aguda ligeira. Realizaram-se dois grupos focais, um com seis residentes de um bairro carenciado e outro com oito mães não carenciadas com filhos num colégio privado. Tinham uma idade média de 35,1 anos, as mães do colégio apresentavam nível de escolaridades superior, as mães do bairro tinham uma média de 2,7 filhos e as do colégio de 1,1. De um modo geral, ambos os grupos apresentam conhecimentos e atitudes semelhantes sobre a vacinação. As diferenças são: todos os filhos de mães do colégio fizeram a vacina contra o Streptococcus pneumoniae e/ou vacina contra o rotavírus, ao contrario das outras crianças; e a maioria das mães com filhos no colégio receberam orientações em relação à vacinação através do pediatra, enquanto as mães do bairro receberam orientações por parte da enfermeira do centro saúde. Na sessão de educação para a saúde participaram 10 moradores do bairro da Cucena, oito do género feminino, a média de idades é de 50,6 anos, cinco moradores com o 2º ciclo de escolaridade, oito cabo-verdianos, três desempregados. Algumas das dúvidas levantadas foram: como atuam as vacinas no nosso corpo? E como se faz a prevenção do paludismo? As sugestões de estratégias de promoção de vacinação fornecidas pelos seis profissionais de saúde foram: maior divulgação da necessidade da vacina contra o tétano nos meios de comunicação social; promover a vacinação nas escolas; e nas consultas de saúde materna divulgar os benefícios da vacinação. CONCLUSÕES: Os resultados obtidos permitem contribuir para o desenvolvimento, planeamento e implementação de políticas e estratégias de promoção de vacinação nestas comunidades, refletindo as suas necessidades específicas e, consequentemente, permitir efetivos ganhos em saúde. Tiram-se várias conclusões deste trabalho de investigação, que podem ser usadas pelos profissionais de saúde no seu dia-a-dia, nas sessões de educação para a saúde e nos futuros trabalhos de investigação sobre a vacinação, como por exemplo: as necessidades de aprendizagem detetadas ao longo do estudo; o medo da injeção, pelo medo da picada presente na maioria dos indivíduos; a maioria tem a perceção de que estar vacinado protege a comunidade; a vacinação dos filhos está atualizada, o que confirma que a moda de não vacinar tem uma dimensão pequena em Portugal; as doenças ligeiras não foram consideradas contra-indicação para vacinar os filhos; os conhecimentos e atitudes sobre a vacinação são muito semelhantes entre as mães do colégio e as mães do bairro, o baixo poder económico destas pode ser responsável pela não adesão às vacinas extra-Programa Nacional de Vacinação; e a baixa adesão da população à sessão de educação para a saúde, sugere que esta não é a melhor estratégia para chegar a estas comunidades.INTRODUCTION: Vaccines allow you to save more lives and prevent more cases of disease than any medical treatment (PNV, 2012). Failure of the National Immunization Program could be due to several factors, including: lack of access to health care; the lack of information about their importance and frequency, especially in vulnerable groups, the myths about the safety of vaccines and more recently the emergence of anti-vaccination movement. OBJECTIVES: Characterize the current strategies to promote vaccination of Mobile Health Unit staff and Community Centers working in deprived neighborhoods County Seixal; characterize the knowledge and attitudes of adults and parents of deprived neighborhoods on vaccination; reassess learning needs after the session health education; compare knowledge and attitudes of mothers whose children attend the nursery of a under-performing neighborhood with mothers with children attending a private school; and intervention strategies adapted to the needy population under study. METHODS: To achieve the proposed objectives used two methods studies: the research method quantitative observational and descriptive, by applying various questionnaires (questionnaire to residents of neighborhoods; questionnaire to the participants of the session of health education questionnaire and healthcare professionals) and the method of qualitative research though focus groups technique. RESULTS: In the quantitative study 308 subjects participated, 67% (193) were female; the average age was 43.2 years, 40.5% born in Portugal, and 37% born in Cape Verde; 35.7%, with the 2nd cycle of schooling and 29.2% unemployed. A quarter of respondents say that vaccines intended to "protect the illness"; three-fourths say they explained what it was for the vaccine in the vaccination act, afraid of being vaccinated and consider that vaccination should be compulsory; 87.7% of individuals have heard of tetanus vaccine, 64% have this vaccine in day, but only 23.7% (73) answered in the scheme; Half of the participants have heard the vaccination for travelers, having mentioned the vaccine against "malaria", against yellow fever and the "dengue"; Of individuals who traveled to Africa half was advised to go to a query within the travel medicine; About half of the participants heard about the National Immunization Program; 78% of parents were informed regarding the vaccines administered to children, 77% did not fail to vaccinate their children for they have an acute mild. There were two focus groups, one with six residents of an under-performing district and another eight non-deprived mothers with children in a private school. Had a mean age of 35.1 years, mothers of the college had higher level of schooling, mothers in the neighborhood had an average of 2.7 children and 1.1 of the college. Overall, both groups showed similar knowledge and attitudes of vaccination. The differences are all the children of mothers of the college made the vaccine against Streptococcus pneumoniae and / or rotavirus vaccine, unlike the other children; and the majority of mothers with children in school receive guidance in relation to vaccination by pediatricians, while the mothers of the neighborhood received guidance from the health center nurse. At the sitting of health education 10 residents attended the neighborhood of Cucena eight were female, the average age is 50.6 years, five residents with the 2nd cycle of schooling, eight Cape Verdean and three unemployed. Some of the questions raised were: how do vaccines work in our body? And how to make the prevention of malaria? The suggestions of strategies to promote vaccination provided by the six health professionals were: increasing awareness of the need tetanus vaccine in the media; promote vaccination in schools; and consultations maternal promote the benefits of vaccination. CONCLUSIONS: The results obtained contribute to the development, planning and implementation of policies and strategies to promote vaccination in these communities, reflecting their specific needs and thus enable effective health gains. Take up several conclusions of this research, which can be used by healthcare professionals in their day-to-day, in sessions of health education and future research on vaccination, such as: the need for learning detected throughout the study; fear of injection,; most have the perception that being vaccinated protects the community; vaccination of children is updated, which confirms that the fashion of not vaccinating is small in Portugal; slight diseases were not considered a contraindication to vaccinate their children; knowledge and attitudes about vaccination are very similar among each mothers, the low economic power of mothers living in deprived neighborhoods may be responsible for non-adherence to extra-vaccine National Immunization Program; and low adherence of the population to the session health education, suggests that this is not the best strategy to reach these communities.Instituto de Higiene e Medicina TropicalTEODÓSIO, RosaRUNTAVARES, Maria de Fátima Medina2016-11-17T10:35:54Z201420142014-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/19385TID:201129345porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:00:48Zoai:run.unl.pt:10362/19385Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:25:26.576946Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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OBJETIVOS: Caraterizar as estratégias atuais de promoção de vacinação da equipa da Unidade Móvel de Saúde e dos Centros Comunitários que trabalham nos bairros carenciados do Concelho do Seixal; caracterizar conhecimentos e atitudes da população adulta e dos pais dos bairros carenciados sobre a vacinação; reavaliar as necessidades de aprendizagem após a sessão de educação para a saúde; comparar conhecimentos e atitudes de mães cujos filhos frequentam o infantário de um bairro carenciado com mães não carenciadas com filhos a frequentar um colégio privado; e propor estratégias de intervenção adaptadas à população carenciada em estudo. MÉTODOS: Para a concretização dos objetivos propostos utilizaram-se dois métodos de estudo: o método de investigação quantitativa do tipo observacional e descritivo, através da aplicação de vários questionários (questionário aos residentes dos bairros; questionário aos participantes da sessão de educação para a saúde e questionário aos profissionais de saúde) e o método de investigação qualitativo através da técnica dos grupos focais. RESULTADOS: No estudo quantitativo participaram 308 indivíduos, 67% (193) do género feminino; a idade média era de 43,2 anos, 40,5% nascidos em Portugal, e 37% nascidos em Cabo-Verde; 35,7%, com o 2º ciclo de escolaridade e 29,2% desempregados. Um quarto dos participantes diz que as vacinas servem para “proteger das doenças”; Três quartos afirmam que lhes foi explicado para que servia a vacina no ato vacinal, têm medo de ser vacinados e consideram que a vacinação deve ser obrigatória; 87,7% dos indivíduos ouviram falar da vacina contra o tétano, 64% têm essa vacina em dia, mas apenas 23,7% (73) acertaram no esquema; Metade dos participantes já ouviram falar na vacinação para os viajantes, tendo mencionado a vacina contra a “malária”, contra a febre amarela e contra o “dengue”; Dos indivíduos que viajaram para África metade foi aconselhada a ir a uma consulta no âmbito da medicina do viajante; Cerca de metade dos participantes não ouviu falar no Programa Nacional de Vacinação; 78% dos pais ficaram esclarecidos em relação às vacinas administradas aos filhos, 77% não deixou de vacinar os filhos por estes terem uma doença aguda ligeira. Realizaram-se dois grupos focais, um com seis residentes de um bairro carenciado e outro com oito mães não carenciadas com filhos num colégio privado. Tinham uma idade média de 35,1 anos, as mães do colégio apresentavam nível de escolaridades superior, as mães do bairro tinham uma média de 2,7 filhos e as do colégio de 1,1. De um modo geral, ambos os grupos apresentam conhecimentos e atitudes semelhantes sobre a vacinação. As diferenças são: todos os filhos de mães do colégio fizeram a vacina contra o Streptococcus pneumoniae e/ou vacina contra o rotavírus, ao contrario das outras crianças; e a maioria das mães com filhos no colégio receberam orientações em relação à vacinação através do pediatra, enquanto as mães do bairro receberam orientações por parte da enfermeira do centro saúde. Na sessão de educação para a saúde participaram 10 moradores do bairro da Cucena, oito do género feminino, a média de idades é de 50,6 anos, cinco moradores com o 2º ciclo de escolaridade, oito cabo-verdianos, três desempregados. Algumas das dúvidas levantadas foram: como atuam as vacinas no nosso corpo? E como se faz a prevenção do paludismo? As sugestões de estratégias de promoção de vacinação fornecidas pelos seis profissionais de saúde foram: maior divulgação da necessidade da vacina contra o tétano nos meios de comunicação social; promover a vacinação nas escolas; e nas consultas de saúde materna divulgar os benefícios da vacinação. CONCLUSÕES: Os resultados obtidos permitem contribuir para o desenvolvimento, planeamento e implementação de políticas e estratégias de promoção de vacinação nestas comunidades, refletindo as suas necessidades específicas e, consequentemente, permitir efetivos ganhos em saúde. Tiram-se várias conclusões deste trabalho de investigação, que podem ser usadas pelos profissionais de saúde no seu dia-a-dia, nas sessões de educação para a saúde e nos futuros trabalhos de investigação sobre a vacinação, como por exemplo: as necessidades de aprendizagem detetadas ao longo do estudo; o medo da injeção, pelo medo da picada presente na maioria dos indivíduos; a maioria tem a perceção de que estar vacinado protege a comunidade; a vacinação dos filhos está atualizada, o que confirma que a moda de não vacinar tem uma dimensão pequena em Portugal; as doenças ligeiras não foram consideradas contra-indicação para vacinar os filhos; os conhecimentos e atitudes sobre a vacinação são muito semelhantes entre as mães do colégio e as mães do bairro, o baixo poder económico destas pode ser responsável pela não adesão às vacinas extra-Programa Nacional de Vacinação; e a baixa adesão da população à sessão de educação para a saúde, sugere que esta não é a melhor estratégia para chegar a estas comunidades.
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