Fantasma e Fantasia: operadores clínicos para a investigação psicanalítica no desenho infantil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lucas, Flávia de Toledo Oliveira
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10284/8142
Resumo: Esta dissertação, ancorada na teoria psicanalítica de cunho Freudo-Lacaniano, propõe-se a investigar, a partir do estudo de caso de três crianças, qual o lugar do desenho na constituição psíquica de uma criança. Além disso, presta-se a ler nos desenhos infantis, as fantasias e o fantasma que são subjacentes a esse recurso, apresentam-se sob os moldes do conteúdo latente. A investigação revelou que o recurso do desenho promove uma Outra cena para o sujeito, como preconizou Flesler (2012). A partir dessa cena, foi possível ler os tempos de constituição Edípica na estrutura psíquica das crianças bem como a construção no matema do fantasma. Utilizando a topologia Lacaniana, em especial os Círculos de Euler, foi possível identificar graficamente a alternância de posição a qual a criança inicialmente está submetida. Em termos metodológicos, fundamentados nos preceitos teóricos e éticos psicanalíticos, formalizamos uma grelha, apresentada em três tempos, compondo os tempos de constituição Edípica, apontando para o predomínio do registro e representação no desenho; os tempos de construção na fórmula do fantasma, representando graficamente através dos círculos de Euler e a representação no desenho. Por último, utilizamos o paradigma do sonho em Freud (1900/1996) para ler o desenho naquilo que encontramos ressonância, a saber, o pensamento manifesto, o conteúdo latente, a condensação, o deslocamento, a sobredeterminação, a dramatização e a figurabilidade. Vimos que o desenho ocupa um lugar de mostração, no sentido de revelar tanto os tempos subjetivos quanto a fragilidade desses, promovendo, a partir dessa Outra cena, um retorno a tais tempos num caráter elaborativo, comprovando o potencial psicoterapêutico dessa ferramenta, pois a partir do grafismo, a criança posiciona-se diferentemente diante de si e dos outros.
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