Competências do enfermeiro de ambulância de suporte imediato de vida. Construção e validação da escala competências de Enfermeiro de ambulância

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Camelo, Nelson Miguel Ramos
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10198/26367
Resumo: A essência da enfermagem consiste num olhar minucioso aos cuidados prestados à pessoa, família e/ou cuidador, em resposta às suas reais necessidades holísticas. Assim, desenvolver competências para o integral exercício da enfermagem em ambiente pré-hospitalar impõe uma aferição progressiva dos conhecimentos, para que sejam aplicados objetivamente, tendo por base a evidência científica, condição sine qua non para o saber e o atuar com qualidade. Objetivos: Avaliar as características psicométricas da Escala Competências de Enfermeiro de Ambulância de Camelo & Martins (2022); analisar quais os fatores sociodemográficos e profissionais que influenciam as competências autopercecionadas dos enfermeiros de ambulância. Métodos: Estudo instrumental de características psicométricas para construção e validação da escala, para análise estatística caracteriza-se por ser um estudo transversal e analítico. A população alvo foram todos os enfermeiros a exercer funções em ambulâncias de suporte imediato de vida em Portugal Continental. Através da técnica “bola de neve” obteve-se uma amostra de 248 enfermeiros que responderam a um questionário constituído por duas partes: caracterização das variáveis sociodemográficas e profissionais e à Escala Competências de Enfermeiro de Ambulância de Camelo & Martins (2022), através do Google Docs. O estudo obteve parecer favorável da comissão de ética no78/2022. Para o estudo da escala recorreu-se à análise fatorial exploratória e confirmatória, no estudo das variáveis foi realizada análise descritiva e inferencial com recurso a teste paramétricos e não paramétricos. Resultados: A análise fatorial exploratória da Escala Competências de Enfermeiro de Ambulância resultou na proposta de uma estrutura trifatorial que divergiu consideravelmente do modelo inicial sugerido de seis fatores. A distribuição dos itens por fator, não possibilitou uma interpretação do fator congruente e lógica com o delineado na construção da escala, o que levou a uma análise fatorial confirmatória com os seis fatores iniciais. A escala revelou-se adequada nesta amostra. Os participantes eram maioritariamente masculinos (n=139), com uma média de idades de 38,65 anos e 7 em cada 10 possuíam licenciatura, relativamente à área profissional, 65,3% não detêm qualquer especialização e a maioria não tem competência acrescida (62,9%). Os enfermeiros com alta autoperceção de competências são do sexo masculino (72,1%), com idade superior ou igual a 41 anos (46,2%), possuidores de bacharelato/licenciatura (66,2%), sem área de especialização (53,8%), mas na sua maioria tem competência acrescida (53,8%). As habilitações académicas, especialidade e competência acrescida são variáveis explicativas de autoperceção de competências de enfermeiro de ambulância (p<0.05). Conclusão: Os resultados evidenciam que a Escala Competências de Enfermeiro de Ambulância apresenta uma estrutura fatorial com resultados satisfatórios de validade e de confiabilidade. Concluímos que prevalecem os enfermeiros com autoperceção moderada de competências de enfermeiro de ambulância. Os enfermeiros com alta autoperceção de competências, na sua maioria são detentores de competências acrescida. As habilitações académicas, a área de especialização e as competências acrescidas são varáveis explicativas de autoperceção de competências. Sugerimos a implementação de programas de formação direcionados para as reais necessidades dos enfermeiros, o apoio institucional para obtenção de um grau académico superior, especialidade e/ou competência acrescida e ainda a realização de outros estudos com amostras mais robustas.
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Métodos: Estudo instrumental de características psicométricas para construção e validação da escala, para análise estatística caracteriza-se por ser um estudo transversal e analítico. A população alvo foram todos os enfermeiros a exercer funções em ambulâncias de suporte imediato de vida em Portugal Continental. Através da técnica “bola de neve” obteve-se uma amostra de 248 enfermeiros que responderam a um questionário constituído por duas partes: caracterização das variáveis sociodemográficas e profissionais e à Escala Competências de Enfermeiro de Ambulância de Camelo & Martins (2022), através do Google Docs. O estudo obteve parecer favorável da comissão de ética no78/2022. Para o estudo da escala recorreu-se à análise fatorial exploratória e confirmatória, no estudo das variáveis foi realizada análise descritiva e inferencial com recurso a teste paramétricos e não paramétricos. Resultados: A análise fatorial exploratória da Escala Competências de Enfermeiro de Ambulância resultou na proposta de uma estrutura trifatorial que divergiu consideravelmente do modelo inicial sugerido de seis fatores. A distribuição dos itens por fator, não possibilitou uma interpretação do fator congruente e lógica com o delineado na construção da escala, o que levou a uma análise fatorial confirmatória com os seis fatores iniciais. A escala revelou-se adequada nesta amostra. Os participantes eram maioritariamente masculinos (n=139), com uma média de idades de 38,65 anos e 7 em cada 10 possuíam licenciatura, relativamente à área profissional, 65,3% não detêm qualquer especialização e a maioria não tem competência acrescida (62,9%). Os enfermeiros com alta autoperceção de competências são do sexo masculino (72,1%), com idade superior ou igual a 41 anos (46,2%), possuidores de bacharelato/licenciatura (66,2%), sem área de especialização (53,8%), mas na sua maioria tem competência acrescida (53,8%). As habilitações académicas, especialidade e competência acrescida são variáveis explicativas de autoperceção de competências de enfermeiro de ambulância (p<0.05). Conclusão: Os resultados evidenciam que a Escala Competências de Enfermeiro de Ambulância apresenta uma estrutura fatorial com resultados satisfatórios de validade e de confiabilidade. Concluímos que prevalecem os enfermeiros com autoperceção moderada de competências de enfermeiro de ambulância. Os enfermeiros com alta autoperceção de competências, na sua maioria são detentores de competências acrescida. As habilitações académicas, a área de especialização e as competências acrescidas são varáveis explicativas de autoperceção de competências. Sugerimos a implementação de programas de formação direcionados para as reais necessidades dos enfermeiros, o apoio institucional para obtenção de um grau académico superior, especialidade e/ou competência acrescida e ainda a realização de outros estudos com amostras mais robustas.The essence of nursing is a thorough look at the care provided to the person, family and/or caregiver, in response to their real holistic needs. Thus, developing skills for the full exercise of nursing in pre-hospital environment requires a progressive assessment of knowledge, so that it can be objectively applied based on scientific evidence, which is a sine qua non condition for knowing and acting with quality. Objectives: To assess the psychometric characteristics of the Ambulance Nurse Competences Scale of Camelo & Martins (2022) and analyze which sociodemographic and professional factors influence the self-perceived competencies of ambulance nurses. Methods: Instrumental study of psychometric characteristics for the construction and validation of the scale; for statistical analysis, it is characterized as a cross-sectional and analytical study. The target population was all the nurses working in immediate life support ambulances in Mainland Portugal. Through the “snowball” technique, we obtained a sample of 248 nurses who answered a questionnaire composed of two parts: characterization of the sociodemographic and professional variables and the Ambulance Nurse Competencies Scale of Camelo & Martins (2022), through Google Docs. The study obtained a favorable opinion from the ethics committee #78/2022. For the study of the scale, exploratory and confirmatory factor analysis was used. In the study of the variables, descriptive and inferential analysis was performed using parametric and non-parametric tests. Results: The exploratory factor analysis of the Ambulance Nurse Competencies Scale resulted in the proposal of a trifactor structure that diverged considerably from the initial suggested six-factor model. The distribution of items by factor did not allow for a congruent and logical factor interpretation with the one outlined in the construction of the scale, which led to a confirmatory factor analysis with the initial six factors. The scale proved to be adequate in this sample. The participants were mostly male (n=139), with an average age of 38.65 years, 7 out of 10 had a college degree, 65.3% had no specialization and most had no added competence (62.9%). The nurses with high self- perceived competence are male (72.1%), aged 41 years or older (46.2%), with a bachelor's degree/undergraduate degree (66.2%), with no area of specialization (53.8%), but most of them have added competence (53.8%). Academic qualifications, specialty and added competence are explanatory variables of self-perception of ambulance nurses' competence (p<0.05). Conclusion: The results show that the Ambulance Nurse Competences Scale has a factor structure with satisfactory validity and reliability results. We concluded that nurses with moderate self-perceived skills as ambulance nurses prevail. Nurses with high self- perceived skills mostly have increased skills. Academic qualifications, area of specialisation and increased competencies are explanatory variables of self-perceived competencies. We suggest the implementation of training programs aimed at the nurses' real needs, institutional support to obtain a higher academic degree, specialty and/or increased competence, and further studies with more robust samples.Martins, MatildeBiblioteca Digital do IPBCamelo, Nelson Miguel Ramos2023-01-06T10:38:27Z20222022-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10198/26367TID:203147588porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-21T10:58:53Zoai:bibliotecadigital.ipb.pt:10198/26367Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T23:16:51.922203Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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