A (in)sociabilidade do espaço: o caso da Cité Universitaire de Paris
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/10216/142719 |
Resumo: | "A (in)sociabilidade do espaço: o caso da Cité Universitaire de Paris" foi o título escolhido para esta dissertação que questiona a sociabilidade dos espaços comuns de residências universitárias na Cité Internationale Universitaire de Paris. O caso de estudo é composto por 44 residências construídas ao longo de 100 anos (1925-2025) durante três fases distintas. Devido à sua política administrativa de mistura de nacionalidades, é possível rever à escala arquitetónica da residência os mesmos conflitos sociais e culturais causados pela globalização à escala urbana das cidades europeias. O potencial desta dissertação alerta e sensibiliza os arquitetos de futuras intervenções dentro ou fora da Cité Universitaire através dos tópicos principais que a compõem: a evolução dos modos de habitar da residência universitária e as estratégias utilizadas ao longo do tempo para qualificar sociabilidade ao espaço. Assim, o objetivo da investigação foca-se em compreender como o desenho dos seus espaços de convívio influencia os modos de sociabilização entre a comunidade residencial e os seus residentes, para no futuro ser possível proporcionar relações interpessoais entre os mesmos, através da arquitetura. Foi estudada a evolução do programa residencial ao longo das três fases da Cité através da sua distribuição, dispositivos e usos, relacionando-os com a evolução de diferentes tipologias da habitação coletiva. Das 44 residências que compõem o caso de estudo, foram selecionadas seis residências-chave - Fondation Suisse (1933), Collège Neérlandais (1938), Maison de Norvège (1945), Maison du Portugal (1967), Résidence Julie-Victoire Daubié (2018) e Pavillon Habib Bourguiba (2020) - que permitiram refletir conclusões que respondem ao objetivo, através do discurso crítico e coeso de elementos reproduzidos, como desenhos de axonometrias, plantas e cortes de cada residência que permitiram o o reconhecimento das suas estratégias espaciais. Ainda, aplicaram-se inquéritos aos residentes para ter em conta a sua opinião acerca dos diferentes espaços comuns da residência que habitam. Estes exemplos permitiram identificar um espaço de convívio em cada residência-chave, onde é possível observar estratégias atmosféricas e de dispositivos de distribuição. Estas são capazes de manipular a forma como se comunica, quebrar as barreiras de intimidade, pessoais ou até sociais, através do seu ambiente desenhado pelo arquiteto; são capazes de definir o espírito comunitário residencial através da separação ou aglomeração de pessoas conseguida com o posicionamento do programa público e privado. Quando estas são confrontadas com as respostas dos inquéritos realizados aos seus residentes, conclui-se que proporcionam sociabilidade ou insociabilidade ao espaço. No que toca ao conflito multicultural, os espaços de convívio demonstram não estar preparados para os diferentes modos de sociabilizar e habitar de outras culturas. Deste modo, a reconstrução ou reabilitação do campus deve basear-se na investigação interdisciplinar que conduza a uma tomada de consciência das necessidades da humanidade com conhecimento do seu mundo sensorial, tendo sempre consciência que estas características mudam de cultura para cultura. O argumento da dissertação termina com uma reflexão entre os modos de habitar e uma característica inata ao ser humano - o hábito - que os condiciona. |
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