Generalization of aversive memories : probing the influence of stimulus type and sleep

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Marta Filipa de Oliveira e
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/41616
Resumo: Tese de mestrado, Psicologia (Área de Especialização em Cognição Social Aplicada), Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia, 2019
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spelling Generalization of aversive memories : probing the influence of stimulus type and sleepMemória emocionalMemória episódicaSonoConsolidaçãoTeses de mestrado - 2019Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::PsicologiaTese de mestrado, Psicologia (Área de Especialização em Cognição Social Aplicada), Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia, 2019Previous studies suggested that an emotional learning experience, based on Pavlovian conditioning, enhances memory for the conditioned stimuli (Dunsmoor et al., 2015; Oyarzún et al., 2016; Patil et al., 2017). Critically, that memory improvement can be generalized for conceptually related neutral stimuli presented before (retroactive effect; Dunsmoor et al., 2015; Patil et al., 2017) and after (proactive effect; Dunsmoor et al., 2015; Oyarzún et al., 2016) the experience. However, the occurrence of these effects is not consistent across studies; it appears to depend on the specific experience that induces the memory enhancement. Still, it is not clear if the differences rely on the nature of the emotional experience – aversive or rewarding – or if the specific emotional stimulus used to create the experience is the promoter. Besides, although both proactive and retroactive effects seem to depend on a period of consolidation, Dunsmoor et al. (2015) suggested that the proactive effect, mediated by an aversive learning experience, might be dependent on sleep. With the aim of unravelling these questions, the present study replicated that procedure followed by Dunsmoor et al. (2015). However, while the authors administrated an electric shock to create the aversive experience, in the present study an environmental naturally aversive sound was used. It was found that the memory enhancement for pictures conditioned with the aversive sound was not generalized to previously stored conceptually related items but was generalized to subsequently presented pictures. However, this later proactive effect, although dependent on a period of consolidation, did not occur in a memory test performed after a night of sleep. Therefore, the study demonstrates that the generalization of enhanced emotional memory is modulated by the specific stimulus used to create the aversive experience. It also suggests that sleep promotes a memory pruning, in which less important memories are not further strengthened.As memórias episódicas referentes a eventos emocionais são recordadas de forma mais precisa e vívida do que memórias neutras (Bradley et al., 1992; Cahill & McGaugh, 1998; Kensinger & Corkin, 2003; Sharot & Phelps, 2004). Este fenómeno parece ocorrer, principalmente, por ação do grau de ativação fisiológica provocado pela experiência emocional. De acordo com esta hipótese, a ativação emocional origina a libertação de hormonas de stress (cortisol e adrenalina) que levam à ativação da amígdala. Através de projeções desta região cerebral para outras envolvidas no processamento da memória, como o complexo hipocampal, a amígdala teria um papel modulatório na consolidação das memórias emocionais (Cahill & McGaugh, 1998; McGaugh, 2000, 2004, 2018). De facto, estudos de neuroimagem sugerem que a atividade da amígdala durante a codificação de estímulos emocionais correlaciona-se com a atividade do hipocampo (Hamann et al, 1999) e com a memória subquente para esses estímulos (Cahill et al., 1996; Canli et al., 2000; Hamann et al, 1999). Para alem disso, uma vez que o processo de consolidação ocorre gradualmente ao longo tempo (McGaugh, 2000; Squire & Alvarez, 1995), o facto de o efeito das experiências emocionais na memória aumentarem com o tempo parece corroborar a referida hipótese (Kleinsmith & Kaplan, 1963; LaBar & Phelps, 1998; Sharot & Phelps, 2004). Assim, a existência de mecanismos específicos para a consolidação de memórias emocionais parece corresponder a uma explicação parcimoniosa para a vantagem mnésica dos eventos emocionais. No entanto, estes também podem ser explicados pela influência de outros fatores cognitivos na codificação. Por exemplo, em comparação com estímulos neutros, os eventos emocionais são mais distintivos, podendo captar mais recursos atencionais; partilham, por norma, uma organização temática mais forte, que pode funcionar como um esquema para facilitar a codificação; e podem originar um processamento mais elaborado (Talmi, 2013). Estas características, apesar de não serem específicas para estímulos emocionais, podem facilitar a sua codificação, potenciando a memória. Assim, não é claro se o benefício mnésico para estímulos emocionais se deve a um efeito do grau de ativação na consolidação das memórias ou se está relacionado com outras características, que embora não sendo específicas para estímulos emocionais, facilitam a codificação. Uma forma de clarificar esta questão, seria recorrer a um procedimento em que se atribuiria saliência emocional a um estímulo que de outra forma seria neutro (Dunsmoor & Kroes, 2019). Se posteriormente a memória para esse estímulo fosse superior à de outros a que não se atribuiu relevância, tal não poderia ser explicado pelas características intrínsecas do estímulo. Isto é, os estímulos neutros não possuem, por exemplo, as características mais distintivas associadas aos materiais emocionais. Desta forma, seria possível argumentar a favor de um efeito específico da emoção na melhoria da memória para informação neutra que adquire saliência emocional. O condicionamento aversivo surge como um possível procedimento a partir do qual um evento neutro (i.e., estímulo condicionado), ao ser emparelhado com um evento aversivo (i.e., estímulo não-condicionado) adquire saliência emocional (refletida na resposta condicionada; LeDoux, 2000). Dunsmoor e colaboradores (2012) desenharam uma tarefa de condicionamento aversivo, em que eram apresentadas aos participantes imagens de duas categorias de objetos. As imagens de uma categoria eram emparelhadas com um choque elétrico (categoria CS+) enquanto as de outra categoria não o eram (categoria CS-). Posteriormente, os autores verificaram que a memória das imagens da categoria CS+ era superior à memória das imagens da categoria CS-. Com o objetivo de explorar se este efeito na memória era generalizado para imagens conceptualmente semelhantes, não diretamente associadas ao condicionamento, a mesma equipa apresentou outras imagens das mesmas categorias numa fase anterior e posterior à aprendizagem emocional (Dunsmoor et al., 2015). Verificaram que o aumento da memória para itens da categoria CS+ vs. CS-, observado na fase de condicionamento, era generalizado para as imagens apresentadas antes (i.e., efeito retroativo) e após (i.e., efeito proativo) o condicionamento. Ambos os efeitos mostraram depender de um período de consolidação, uma vez que não foram observados num grupo que realizava o teste de memória imediatamente após a codificação. O efeito retroativo, em particular, sugere que o aumento da memória emocional deverá, de facto, relacionar-se com mecanismos de consolidação mediados pela emoção. Uma melhor memória para estímulos CS+ apresentados antes do condicionamento, em comparação com itens CS-, não pode ser explicada por um viés no momento de codificação. No entanto, o efeito proativo foi apenas observado num grupo que realizava o teste após uma noite de sono. Diversos estudos sugerem que as memórias emocionais são potenciadas após um período de tempo que envolve sono, em comparação com um mesmo período de tempo em que se permanece acordado (Hu et al., 2006; Nishida et al., 2009; Payne et al., 2008; Wagner et al., 2001). O sono parece, assim, ter um papel importante na consolidação de memórias emocionais. Os resultados relativos aos efeitos proativos indicam que poderá, também, ser importante na generalização das memórias emocionais. No entanto, quando os efeitos proativos e retroativos foram explorados por ação de uma experiência emocional recompensadora, ao invés de aversiva, o padrão de resultados mostrou-se distinto (Oyarzún et al., 2016; Patil et al., 2017). Assim, surge a questão de se estes efeitos são dependentes da natureza da experiência emocional (aversiva vs. recompensadora) ou se estão relacionados com o tipo específico de estímulo utilizado para criar a experiência. Com o objetivo de responder a esta questão, o presente estudo replicou o procedimento seguido por Dunsmoor et al. (2015), em que se explorou os efeitos de uma experiência de aprendizagem aversiva nos efeitos de memória. No entanto, enquanto os autores utilizaram um choque elétrico para criar a experiência aversiva, no presente estudo utilizou-se um som ambiental naturalmente aversivo, especificamente a gravação de um garfo a raspar numa travessa de alumínio, com duração de 1 segundo. A diferença entre os estímulos reside no facto de representarem modalidades sensoriais distintas (somatossensorial vs. auditiva) e de apresentarem graus de intensidade também distintos (o choque elétrico tem uma intensidade elevada, enquanto o som tem um nível de intensidade normal para estímulos ambientais). Os participantes codificaram incidentalmente imagens de duas categorias de objetos (animais e utensílios), em três fases consecutivas (pré-condicionamento, condicionamento e pós-condicionamento). Na fase de condicionamento uma das categorias foi parcialmente emparelhada com o som aversivo. Nas fases de pré e pós-condicionamento, o som não era apresentado. Imediatamente, 6 horas ou 24 horas após a codificação, os participantes realizaram um teste de reconhecimento surpresa, em que eram apresentadas as imagens que visualizaram nas três fases de codificação e outras imagens novas. A existência dos três grupos de retenção permitiu comparar os resultados no teste de memória após um período de consolidação com e sem sono. Verificou-se que os estímulos da categoria CS+, apresentados durante a fase de condicionamento, foram reconhecidos de forma mais precisa do que os da categoria CS-, mas apenas quando o teste de memória ocorreu após um período de retenção (6 ou 24 horas). Este resultado apoia a hipótese de que o benefício da memória emocional ocorre, sobretudo, por mecanismos associados à consolidação. Notoriamente, esta melhoria na memória não foi generalizada para itens conceptualmente semelhantes apresentados na fase de pré-condicionamento, isto é, não foi observado um efeito retroativo. No entanto, ocorreu generalização para as imagens apresentadas na fase de pós-condicionamento, isto é, um efeito proativo. Contudo, este último efeito, apesar de ser dependente de um período de consolidação (i.e., foi observado no grupo que realizava o teste 6 horas após a codificação, mas não no grupo que o realizava de imediato), não foi observado no grupo que realizava o teste 24 horas após a codificação, ou seja, após uma noite de sono. Estes resultados diferem dos reportados por Dunsmoor et al. (2015). Assim, o presente estudo demonstra que os efeitos de generalização do aumento da memória emocional são modulados pelo estímulo específico utilizado para criar a experiência aversiva. Adicionalmente, os resultados relativos aos efeitos proativos sugerem que o sono promove um aprimoramento da memória, em que eventos não tão importantes (i.e., não diretamente associados a um contexto aversivo) não continuam a ter uma vantagem mnésica.Pinheiro, Ana P.Raposo, Ana Luísa Nunes, 1978-Repositório da Universidade de LisboaPereira, Marta Filipa de Oliveira e2020-02-05T11:15:22Z20192019-06-282019-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/41616TID:202465594enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:41:10Zoai:repositorio.ul.pt:10451/41616Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:54:51.085159Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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