A desigualdade como legado da cidade colonial: racismo e reprodução de mão de obra em Lourenço Marques

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Domingos, Nuno
Data de Publicação: 2013
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/23308
Resumo: Desde o final do século XIX, em Lourenço Marques, capital da colónia portuguesa de Moçambique em 1898, dezenas de milhares de indivíduos, quase todos provenientes do mundo rural, foram separados social e geograficamente por um sistema de segregação social e racial que lhes recusava direitos e explorava a sua força de trabalho. Nos último ano de domínio português em Moçambique, as transformações no campo de poder colonial, nomeadamente a dinâmica de modernização económica incentivada pelo estado e pelo grande capital privado, renovaram os debates acerca desta população que se acumulava na periferia da capital e sobre qual deveria ser o seu enquadramento social. Tratava-se, mais precisamente, de discutir a lógica de reprodução da mão-de-obra africana, no sentido de a tornar mais produtiva e ajustada aos projetos de desenvolvimento colonial que marcaram a década de sessenta e até às independências. Esta preocupação revelava a permanência da questão do trabalho como eixo primordial do projeto imperial e princípio de definição de um campo colonial português. A gestão da mão- de-obra foi a base de construção de retóricas e representações sobre o espaço e as populações e de definição de políticas. Revelou- se também um universo de lutas e conflitos de interesse, por vezes ocultos sob o manto discursivo oficial, a respeito da forma mais adequada de explorar este recurso.
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