A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e a concertação político-diplomática: a relação com o Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sousa, José de Jesus
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10437/5836
Resumo: Portugal enfrenta um dos momentos mais difíceis da sua longa história, com mais de oito séculos, de glórias e adversidades. O país de Camões foi tido como um «protetorado» cuja soberania se encontra sob vigilância externa, determinada por uma profunda crise económica e corre o risco de caminhar para um Estado exíguo, se não forem implementadas as indispensáveis reformas, sobretudo estruturais. O país apresenta uma enorme dívida soberana, uma economia em recessão, que não gera receitas suficientes para o regular funcionamento das instituições. O desenvolvimento económico e a criação de emprego são mais que uma solução para uma parte significativa dos problemas do país, são um desígnio nacional. A CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, que tem a língua como denominador comum, é uma espécie de “porto seguro”, capaz de potenciar o crescimento da economia portuguesa numa conjuntura fortemente globalizada e competitiva. Mas será este, afinal, o único caminho a seguir ou a Europa é a solução para todos os males? Leandro acredita que “por África e pelo Brasil passará também a resposta estratégica que nos dê expressão numa Europa mais globalizante”. Para além de um mercado com cerca de 280 milhões de pessoas, a CPLP é uma potência a ter em conta no contexto internacional, que vai muito para além de um conjunto de países ribeirinhos que falam o português. Contudo, há ainda um longo caminho a percorrer, não só na livre circulação de pessoas e bens, mas também na cidadania comum, sem as quais “não há CPLP nem Lusofonia dignas desse nome e que valham a pena” (Neves, 2000, p. 32). Com a Europa mergulhada numa crise profunda, os mercados Lusófonos são, no entender do Professor Adriano Moreira, “uma janela de oportunidades”1. Porém, para que seja alcançado esse desígnio é indispensável vontade política e persistência. Só assim, será possível impulsionar o projeto inacabado da CPLP que, na perspetiva de Fernando Neves não tem passado de um “nado-morto”.
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