The role of calcium in Saccharomyces sp. response to ethanol stress

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Duarte, Sofia de Oliveira Dias
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/4029
Resumo: Tese de mestrado. Biologia (Microbiologia Aplicada). Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2011
id RCAP_db8c879abe6f2c8dc0bc47012d9dc2c8
oai_identifier_str oai:repositorio.ul.pt:10451/4029
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling The role of calcium in Saccharomyces sp. response to ethanol stressMicrobiologiaSaccharomyces bayanusSaccharomyces cerevisiaeEtanolCálcioTeses de mestrado - 2011Tese de mestrado. Biologia (Microbiologia Aplicada). Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2011As leveduras das espécies Saccharomyces bayanus e S. cerevisiae são usadas em vários processos industriais, devido à sua capacidade fermentativa. Por isso, é importante que as leveduras sejam resistentes a elevadas concentrações de etanol, que é produzido pelas próprias durante a fermentação, de forma a que estes processos se tornem mais rentáveis. As leveduras da espécie S. cerevisiae possuem vários sistemas que estão envolvidos na sua adaptação e tolerância ao etanol, sendo que alguns estão associados a mecanismos gerais de resposta a stress, enquanto outros são específicos para o stress de etanol. Algumas destas respostas estão já bem caracterizadas, mas um estudo recente deixou algumas questões em aberto2. Mostrou que o etanol estimula a via da calcineurina/Crz1p, resultando numa tolerância a maiores concentrações de etanol. Mas, ficou por provar se, após o choque de etanol, existe um aumento da concentração de Ca2+ citosólico, e qual a sua origem2. Sendo assim, neste trabalho pretendeu-se contribuir com um conhecimento mais aprofundado acerca de como as leveduras respondem a um choque de etanol. O primeiro passo consistiu na optimização dum protocolo que permitisse a detecção de variações na concentração de Ca2+ citosólico. O indicador fluorescente Fluo-4 AM foi introduzido no interior das células de levedura, utilizando-se a técnica de electroporação. Uma vez no interior da célula, os grupos éster são clivados por esterases intracelulares e a forma sensível ao Ca2+ é libertada. Quando o Fluo-4 AM se liga ao Ca2+ livre no citosol, ocorre um aumento da fluorescência3,4, que é depois detectada por espectrofluorimetria. As condições de electroporação, nomeadamente a sua duração total (em número de milisegundos), voltagem e concentração de Fluo-4 AM utilizadas, foram optimizadas para ambas as espécies. No caso de S. bayanus, considerou-se que a melhor condição é a de 25 mseg de electroporação com 2500 V/cm, usando-se o Fluo-4 AM com uma diluição 1:2. No caso da estirpe tipo de S. cerevisiae a melhor condição é a de 10 mseg de electroporação com 2500 V/cm, sendo que o Fluo-4 AM deverá estar numa diluição de 1:8. Para as estirpes selvagem e mutantes de S. cerevisiae BY, a condição ideal de electroporação é de 25 mseg com 2500 V/cm, usando-se o Fluo-4 AM numa diluição 1:2. As condições consideradas óptimas foram posteriormente utilizadas nas restantes experiências. Uma das principais conclusões deste estudo foi que as leveduras S. bayanus e estirpe tipo de S. cerevisiae respondem ao choque de etanol com um aumento da concentração de Ca2+ citosólico. Esta resposta é ainda mais intensa em S. cerevisiae, provavelmente devido à sua menor resistência natural ao etanol. Cruzando estes resultados com informação proveniente de estudos anteriores, o aumento dos níveis de Ca2+ citosólico vai resultar na formação de complexos Ca2+/calmodulina, que irão activar a calcineurina. Por sua vez, quando activada, a calcineurina desfosforila o factor de transcrição Crz1p, resultando na sua rápida translocação para o núcleo, onde é responsável pela expressão de genes que induzem a tolerância ao etanol. Com base nos resultados obtidos para S. bayanus e estirpe tipo de S. cerevisiae, o Ca2+ envolvido nesta resposta parece ser proveniente principalmente dos reservatórios intracelulares (vacúolo). Mas, as experiências com as estirpes selvagem e mutantes de S. cerevisiae BY, apesar de confirmarem que as leveduras respondem ao choque de etanol com um aumento da concentração de Ca2+ citosólico, mostram ainda que o Ca2+ parece não só ser proveniente do vacúolo, mas também do meio extracelular. Coloca-se assim a hipótese de que o Ca2+ possa ter diferentes origens ao longo do processo de resposta ao choque de etanol, tal como já foi descrito para o stress hipotónico. Os valores de intensidade de fluorescência correspondem a uma determinada concentração de Ca2+ citosólico, que foi determinada usando um kit de calibração com soluções padrão de Ca2+ livre em concentrações definidas. Assim, foi possível comprovar que os valores obtidos estavam, no geral, dentro da gama de concentração de Ca2+ citosólico esperada para estas espécies de levedura. Outra experiência permitiu ter a certeza de que o etanol não estava a interagir inespecificamente com o Fluo-4 AM, o que poderia levar a artefactos nos resultados de fluorescência. O etanol só por si, não tem efeito na fluorescência emitida pelo Fluo-4 AM, sendo que para ser registado um aumento na fluorescência, tem de existir um aumento da concentração de Ca2+. Vários estudos já mostraram que leveduras pré-expostas a uma quantidade não letal de etanol podem activar mecanismos de resposta ao stress que resulta numa resistência transiente a maiores concentrações de etanol1. Por essa razão, outro objectivo deste estudo consistia em investigar se o crescimento de ambas as espécies na presença de diferentes concentrações de etanol teria alguma influência no posterior aumento da concentração de Ca2+ citosólico, em resposta a um choque de etanol. No caso de S. bayanus, o crescimento na presença de 0, 3 ou 9% etanol (v/v) resultou em padrões de resposta semelhantes. Os resultados da estirpe tipo de S. cerevisiae mostram que, após crescimento com 3% de etanol no meio de cultura, parecem responder duma forma mais intensa ao choque de etanol, do que células que cresceram sem etanol. Em S. bayanus e na estirpe tipo de S. cerevisiae, o etanol parecia actuar como um agonista do GPCR (G-protein coupled receptor) de detecção da glucose. Assim, os aumentos da concentração de Ca2+ citosólico detectados anteriormente neste estudo, poderiam dever-se à activação deste GPCR pelo etanol. Os resultados também sugerem que o etanol provavelmente pode actuar por uma via alternativa, além do GPCR, pela qual também promove o aumento da concentração de Ca2+ citosólico nestas espécies de levedura. Mas, os resultados obtidos com as estirpes selvagem e mutantes de S. cerevisiae BY mostraram que afinal o etanol não está a actuar pelo GPCR de detecção da glucose, nem pelo GPCR de detecção de feromonas, porque a delecção dos genes de cada GPCR não eliminou o aumento da concentração de Ca2+ citosólico em resposta ao choque de etanol. Sendo assim, o etanol estará a actuar por uma via alternativa, que irá promover o aumento da concentração de Ca2+ citosólico nas leveduras. Cerca de 30-40% de todas as drogas prescritas funcionam como agonistas ou antagonistas de GPCRs, e a maior parte dos GPCRs humanos são órfãos, ou seja, os seus ligandos ainda não são conhecidos. Portanto, esta é uma área actualmente muito promissora, pois estes receptores órfãos podem ser alvos para o desenvolvimento de novas drogas. Apesar do etanol não parecer funcionar como agonista de nenhum GPCR destas espécies de levedura, o protocolo optimizado poderá ter aplicação em sistemas de detecção de fluorescência baseados em microchips, com o objectivo de acelerar e facilitar a detecção de novos agonistas e antagonistas de GPCRs. Inicialmente, tendo por base este protocolo, as leveduras podem ser utilizadas como controlo, para optimizar todo o sistema. Mas, no futuro, poderiam-se expressar GPCRs de mamíferos em leveduras, sendo para isso necessário substituir os GPCRs da via das feromonas, pelos GPCRs pretendidos. Após modificações nas proteínas G e também no sistema de output, será possível testar rapidamente bibliotecas de ligandos, de forma a detectar quais activam determinado GPCR órfão. A utilização de leveduras em vez das células animais tem algumas vantagens, pois as primeiras são fáceis de crescer e manipular geneticamente, os custos envolvidos são baixos e são bastante mais resistentes.Saccharomyces bayanus and S. cerevisiae are used in several industrial processes, mainly for their fermentation ability. It’s important that yeasts can resist to high ethanol concentrations, produced during fermentation, in order to make these processes more profitable. This work tried to contribute with a more detailed knowledge about how yeasts respond to an ethanol shock. One of the main conclusions was that both species respond to ethanol shock with an increase of cytosolic Ca2+ concentration, and this response is stronger in S. cerevisiae neotype strain. During this response, Ca2+ seems to come from extracellular media and intracellular stores. Crossing with previous studies results, the rise of cytosolic Ca2+ levels will result in the formation of Ca2+/calmodulin complexes that will activate calcineurin. When activated, calcineurin dephosphorylates the transcription factor Crz1p, causing its translocation to the nucleus, where it's responsible for the expression of genes that induce tolerance to ethanol2. Other main objective was to investigate if growing both species in the presence of ethanol had some influence in the following increase of cytosolic Ca2+ concentration, in response to an ethanol shock. For S. bayanus, growth with 0, 3 or 9% ethanol leads to similar patterns, probably because the strain used in this study was naturally more resistant to ethanol. The results for S. cerevisiae neotype strain show that cells grown with 3% ethanol seem to respond in a more intense way to the ethanol shock, than cells grown without ethanol. The experiments with S. cerevisiae BY wild type and deletion strains showed that ethanol wasn't acting through glucose-sensing or pheromone signaling GPCRs, but through an alternative pathway, to promote an increase of cytosolic Ca2+ concentration in yeasts.Monteiro, Gabriel António AmaroTenreiro, Ana Maria Moura Pires de Andrade, 1952-Repositório da Universidade de LisboaDuarte, Sofia de Oliveira Dias2011-09-06T17:48:58Z20112011-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/4029enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T15:44:45Zoai:repositorio.ul.pt:10451/4029Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:29:46.448842Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv The role of calcium in Saccharomyces sp. response to ethanol stress
title The role of calcium in Saccharomyces sp. response to ethanol stress
spellingShingle The role of calcium in Saccharomyces sp. response to ethanol stress
Duarte, Sofia de Oliveira Dias
Microbiologia
Saccharomyces bayanus
Saccharomyces cerevisiae
Etanol
Cálcio
Teses de mestrado - 2011
title_short The role of calcium in Saccharomyces sp. response to ethanol stress
title_full The role of calcium in Saccharomyces sp. response to ethanol stress
title_fullStr The role of calcium in Saccharomyces sp. response to ethanol stress
title_full_unstemmed The role of calcium in Saccharomyces sp. response to ethanol stress
title_sort The role of calcium in Saccharomyces sp. response to ethanol stress
author Duarte, Sofia de Oliveira Dias
author_facet Duarte, Sofia de Oliveira Dias
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Monteiro, Gabriel António Amaro
Tenreiro, Ana Maria Moura Pires de Andrade, 1952-
Repositório da Universidade de Lisboa
dc.contributor.author.fl_str_mv Duarte, Sofia de Oliveira Dias
dc.subject.por.fl_str_mv Microbiologia
Saccharomyces bayanus
Saccharomyces cerevisiae
Etanol
Cálcio
Teses de mestrado - 2011
topic Microbiologia
Saccharomyces bayanus
Saccharomyces cerevisiae
Etanol
Cálcio
Teses de mestrado - 2011
description Tese de mestrado. Biologia (Microbiologia Aplicada). Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2011
publishDate 2011
dc.date.none.fl_str_mv 2011-09-06T17:48:58Z
2011
2011-01-01T00:00:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10451/4029
url http://hdl.handle.net/10451/4029
dc.language.iso.fl_str_mv eng
language eng
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799134183001423872