Perspectivas de evolução da margem bruta das principais culturas arvenses no Alentejo no contexto da Política Agrícola Comum

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, João Eduardo Nunes de Oliveira
Data de Publicação: 1997
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/13442
Resumo: Este trabalho consiste no estudo das perspectivas de evolução da margem bruta de algumas culturas arvenses praticadas no Alentejo, tais como o Trigo Mole, o Trigo Duro, o Triticale, a Cevada Dística, a Aveia, o Girassol e o Milho, perante a descida dos preços dos produtos agrícolas e da atribuição de ajudas compensatórias a estas culturas, da ajuda co-financiada ao Trigo Mole, Triticale, Cevada Dística e Milho e da ajuda específica ao Trigo Duro, resultantes da Política Agrícola Comum (P.A.C.) e da reforma da P.A.C. . Começamos por analisar as principais características edafo-climáticas, que condicionam a actividade agrícola da região. Com efeito, a ausência de precipitação na estação climática mais favorável para o crescimento das plantas, a concentração desta na estação fria e a sua distribuição irregular de ano para ano, a juntar ao fraco armazenamento de água, baixa fertilidade e drenagem deficiente da maior parte dos solos, assim como a ocorrência de geadas tardias, são limitantes ao bom desenvolvimento das culturas arvenses de sequeiro. Depois caracterizamos a agricultura da região Alentejo, que representa aproximadamente um terço da superfície do continente e cerca de metade da superfície agrícola útil, dedicando-se dois terços da área ocupada com culturas temporárias à cultura dos cereais, que tem grande importância nas explorações agrícolas e agro-pecuárias da região. Também procuramos realçar a importância das culturas regadas, no aumento e estabilidade das receitas, mas também no acréscimo dos custos das explorações agrícolas. Analisamos as diferentes políticas agrícolas que mais afectaram a economia da região, desde Elvino de Brito a Linhares de Lima, da reforma agrária à lei Barreto, da P.A.C. à reforma da P.A.C. de 1992, da criação do Mercado Único Europeu aos acordos internacionais no âmbito do G.A.T.T., da provável adesão à União Europeia dos países do Leste à perspectiva de evolução da P.A.C. consoante o que for aprovado do pacote de propostas da Agenda 2000. Estudamos então o efeito das ajudas comunitárias e da descida dos preços dos principais produtos agrícolas nas margens brutas das culturas arvenses, realçando a importância da redução dos custos de produção na maximização do lucro das explorações agrícolas, o conhecimento do plano de regionalização das culturas arvenses, as produtividades físicas das culturas, as ajudas compensatórias, a ajuda co-financiada e ajuda específica ao Trigo Duro na elaboração das contas de cultura e do cálculo das margens brutas das culturas arvenses, como forma de prever a evolução do rendimento dos empresários agrícolas da região. Verificamos a importância de se conseguirem altas produtividades e/ou baixo custos de produção, recorrendo aos solos com maior potencial produtivo para culturas como o Trigo Mole e o Triticale em regime de sequeiro ou de regadio, a Cevada Dística e a Aveia em regime de sequeiro, devido à baixa ajuda compensatória atribuída, à redução gradual da ajuda co-financiada e portanto, por o rendimento das culturas depender essencialmente da produtividade física atingida; já no caso do Trigo Duro (em que a ajuda específica é elegível) e do Girassol, tanto em regime de sequeiro como de regadio, a produtividade física da cultura é menos importante, pois usufruem de ajudas directas desligadas da produção, que são a componente mais importante do rendimento, sendo por isso mesmo, as culturas preferidas pelos agricultores mais aversos ao risco; e por último, constatamos que no caso da cultura do Milho, em regime de regadio, é fundamental conseguirem-se altas produtividades, o que é perfeitamente possível caso se utilize tecnologia de ponta, sendo então a cultura que apresenta margens brutas mais aliciantes, que terão que compensar o risco do empresário, referente ao capital que é necessário investir em equipamentos de rega, factores de produção, estruturas de secagem e de armazenamento do grão e ao aprivisionamento de água para rega. Vimos de uma forma geral que as margens brutas das culturas arvenses estudadas tem tendência para decrescer nos próximos anos, sendo importante o estudo da evolução destas para encontarmos alternativas, quer sejam o aumento da produtividade das culturas, a redução dos custos de produção, o aumento das áreas regadas, consoante o potencial produtivo dos solos da exploração agrícola, a localização geográfica e a disponibilidade de água para rega. Com efeito, é fundamental garantir-se o desenvolvimento económico da agricultura, pela sua importância sócio-económica e em prol do desenvolvimento rural sustentado, contrariando as actuais tendências de desertificação humana da região Alentejo.
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Com efeito, a ausência de precipitação na estação climática mais favorável para o crescimento das plantas, a concentração desta na estação fria e a sua distribuição irregular de ano para ano, a juntar ao fraco armazenamento de água, baixa fertilidade e drenagem deficiente da maior parte dos solos, assim como a ocorrência de geadas tardias, são limitantes ao bom desenvolvimento das culturas arvenses de sequeiro. Depois caracterizamos a agricultura da região Alentejo, que representa aproximadamente um terço da superfície do continente e cerca de metade da superfície agrícola útil, dedicando-se dois terços da área ocupada com culturas temporárias à cultura dos cereais, que tem grande importância nas explorações agrícolas e agro-pecuárias da região. Também procuramos realçar a importância das culturas regadas, no aumento e estabilidade das receitas, mas também no acréscimo dos custos das explorações agrícolas. 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Estudamos então o efeito das ajudas comunitárias e da descida dos preços dos principais produtos agrícolas nas margens brutas das culturas arvenses, realçando a importância da redução dos custos de produção na maximização do lucro das explorações agrícolas, o conhecimento do plano de regionalização das culturas arvenses, as produtividades físicas das culturas, as ajudas compensatórias, a ajuda co-financiada e ajuda específica ao Trigo Duro na elaboração das contas de cultura e do cálculo das margens brutas das culturas arvenses, como forma de prever a evolução do rendimento dos empresários agrícolas da região. Verificamos a importância de se conseguirem altas produtividades e/ou baixo custos de produção, recorrendo aos solos com maior potencial produtivo para culturas como o Trigo Mole e o Triticale em regime de sequeiro ou de regadio, a Cevada Dística e a Aveia em regime de sequeiro, devido à baixa ajuda compensatória atribuída, à redução gradual da ajuda co-financiada e portanto, por o rendimento das culturas depender essencialmente da produtividade física atingida; já no caso do Trigo Duro (em que a ajuda específica é elegível) e do Girassol, tanto em regime de sequeiro como de regadio, a produtividade física da cultura é menos importante, pois usufruem de ajudas directas desligadas da produção, que são a componente mais importante do rendimento, sendo por isso mesmo, as culturas preferidas pelos agricultores mais aversos ao risco; e por último, constatamos que no caso da cultura do Milho, em regime de regadio, é fundamental conseguirem-se altas produtividades, o que é perfeitamente possível caso se utilize tecnologia de ponta, sendo então a cultura que apresenta margens brutas mais aliciantes, que terão que compensar o risco do empresário, referente ao capital que é necessário investir em equipamentos de rega, factores de produção, estruturas de secagem e de armazenamento do grão e ao aprivisionamento de água para rega. Vimos de uma forma geral que as margens brutas das culturas arvenses estudadas tem tendência para decrescer nos próximos anos, sendo importante o estudo da evolução destas para encontarmos alternativas, quer sejam o aumento da produtividade das culturas, a redução dos custos de produção, o aumento das áreas regadas, consoante o potencial produtivo dos solos da exploração agrícola, a localização geográfica e a disponibilidade de água para rega. 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